quinta-feira, 29 de agosto de 2013

IDOLATRIA PENTECOSTAL

Há muito tempo, tenho observado que muitos de nós cristãos, oriundos do antigo segmento do Cristianismo denominado Catolicismo Romano, acreditam que deixaram de ser idólatras porque se desfizeram e destruíram, jogaram fora, as imagens de fundição, os artífices em gesso, madeira ou pedra, que trouxesse a imagem daquilo que é deste universo visível, qual seja, figuras de animais irracionais, do céu, da terra e do mar, bem como a figura de um ser humano que existiu dentre nós, com a finalidade de "adoração".
Isto se deve ao fato, de que no AT, o conceito que se estabeleceu por raciocínio lógico seria este:
Êxodo 20:3-5
3 - Não terás outros deuses diante de mim.
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
Alguns de nós, nascidos em lares não oriundos do Catolicismo Romano, se jactam em dizer que não são idólatras, porque não trazem em seus cultos ou ambientes familiares, aquilo que se convencionou chamar de “ídolo ou deuses”, estabelecendo assim uma profunda barreira de relacionamento entre estes dois segmentos do Cristianismo. E esta barreira tem sido, até os dias de hoje, um forte poder de julgamento para condenar os descendentes do Cristianismo romano ao lago de fogo e enxofre.
Pois bem, isto posto, o que vamos ministrar aqui, é como e por quê, alguém se torna idólatra, e fazermos uma verificação, se de fato existe alguma diferença entre estes dois segmentos do Cristianismo no quesito idolatria.
Vamos para uma porção do texto de Paulo a igreja em Corinto, uma cidade com aproximadamente doze templos pagãos:
I Corintios 8:1-7
1 - ORA, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica.
2 - E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
3 - Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele.
4 - Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.
5 - Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),
6 - Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.
7 - Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.
Paulo havia acabado de fazer um discurso acerca do casamento, e todos nós, após nos casarmos, nossas preocupações são mais visíveis acerca da provisão e da proteção. Em seguida ele introduz o assunto dos ídolos, e dos sacrifícios aos ídolos, e ele diz: “... No tocando a este assunto, todos temos ciência (conhecimento), porém o conhecimento, o saber (ciência) incha, ou seja, não produzirá nada em nós se ela não exercer em nosso entendimento e ações uma transformação. É como se ele estivesse dizendo: Vocês tem conhecimento de que isto existe e é praticado por muitos, mas e vocês, sabem discernir espiritualmente o que de fato leva um ser humano se tornar um idólatra? E ele conclui esta parte dizendo, que o conhecimento (ciência) incha, mas o amor edifica. Este é o ponto que difere o idólatra daquele que de fato não é! Amor!
Quando Deus estabeleceu as Leis para Moisés, elas trariam para o povo de Israel o que significa Amar. Através das Leis, o povo receberia um pedagôgo, um professor para lhes ensinar a amar a Deus e aprenderem, por meio das Leis, a amarem entre si. Porém, o que a Lei gerou dentro deles não foi amor, mas um ritual, um cerimonial de obrigações pesadíssimas para serem observadas e cumpridas, sob pena de maldições e castigos, que iam de  penas leves de trabalho ou restituições, até a execução do transgressor conforme o mandamento transgredido.
Vamos então para a exposição de Paulo, nos fazendo entender como nasce um idólatra:
I Corintios 10:1-7
1 - ORA, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
2 - E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
3 - E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
4 - E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
5 - Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
6 - E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
7 - Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
Seguindo o raciocínio de Paulo, ele nos informa o caminho para que a idolatria se instale. Ouça que ele começa por um fenômeno da natureza (nuvem) que ia adiante do povo, como algo para conduzi-los pelo caminho durante o dia, e também se transformava em uma coluna de fogo para iluminar e os proteger nas noites geladas do deserto. Disse que além de “guiá-los”, Deus também os alimentou com pão (maná) e água que saía da pedra pederneira (uma pedra -ferro- com a qual se pode atritar e fazer surgir faísca). Disse também que ao saírem do Egito, todos foram sepultados (batizados), ou seja, fez de um modo figurado, que o povo se esquecesse do todo seu passado, cultural, social e político, pois ao passarem pelo Mar Vermelho, todo entendimento acerca de se edificar uma cidade ou uma nação iria mudar radicalmente.
Então surgem os versículos 5 e 6:
5 - Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
6 - E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
O processo para que a idolatria se instale em nossos corações começa e se fundamenta em cobiça! Ninguém é idólatra sem primeiro estabelecer uma cobiça! A cobiça é o motor de força para toda idolatra caminhar na existência. Ao tirarmos do coração a cobiça, automaticamente extingue-se a idolatria, pois uma só existe em função da outra. Assim, é possível termos pessoas que tenham alguma imagem de ídolos em sua casas e não serem idólatras em seus corações, bem como não possuírem nenhuma destas imagens e ser um idólatra obsessivo.
O elemento que define estes dois estados é a presença ou não de cobiça!
Êxodo 32:1-7
1 - MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
2 - E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos.
3 - Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão.
4 - E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.
5 - E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao SENHOR.
6 - E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantou-se a folgar.
7 - Então disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido.
Para o povo de Israel, Moisés era o “guia”, Moisés era o meio para alcançar a provisão, Moisés era o homem que os defendia e os protegia de outras nações, e ainda que Moisés nunca tivesse feito algo que desse a entender isto ao povo, até no tempo em que Jesus se manifestou em carne, tudo o que povo dizia e falava acerca do passado era fundamento em “Moisés”. Mas quando no deserto, desapareceu da vista do povo, esta figura humana, que mediava”proteção e provisão” entre o povo e a divindade, o que se instalou? Cobiça!
Eles sabiam que a “proteção e a provisão” de fato, não estava em Moisés, mas o viam como um mediador” que era fundamental para a sobrevivência deles. Assim que a cobiça se instalou o que eles pedem? “faze-nos deuses, que vão adiante de nós”.
Em nenhum momento eles perceberam que quem os estava mediando o tempo todo era Cristo e não Moisés. Moisés era apenas uma figura arquetípica, mas eles o viam como um que pudesse de fato fazer a mediação perfeita entre homens e as “divindades”.
O que decorreu disto foi materializar o que já havia sido instalado no coração, qual seja, a idolatria.
Porém a revelação que Paulo nos traz é mais chocante do que temos falado até o presente momento. Paulo nos informa que apenas “alguns” deles se fizeram idólatras. Apesar de dançarem todos perante o ídolo, apesar de festejam todos perante Deus (O Senhor) com seus novos “mediadores”, nem em todos havia se instalado a idolatria, e  a razão é simples. Em muitos corações não havia cobiça, e, portanto, a idolatria não se instalou.
Ouçam o Paulo nos escreve a seguir:
I Corintios 10:12-14
12 - Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.
13 - Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.
14 - Portanto, meus amados, fugi da idolatria.
Amado, é muito mais sutil o processo de instalação da idolatria em nossos corações do que você possa imaginar. É mais fácil acreditarmos que idólatras são aqueles que ainda fazem de seus ídolos (imagens de esculturas) visíveis e palpáveis, seus mediadores entre eles e Deus, do que nós, achando estarmos em pé, não sucumbirmos em nossos corações em idolatrias das mais perversas.
Paulo diz: “Não veio sobre vós tentação, senão humana”. A tentação da cobiça em nós é a mais comum, a mais humana e frequente em todo tempo em que vivemos. Somos cobiçosos por natureza, mas a cobiça não pode tomar o lugar do amor que de Deus foi derramado sobre nós. Ela não pode exceder o cuidado que Deus tem com nossas vidas. Ela não pode se tornar superior aquilo que seja necessário à vida, do contrário, faremos de Jesus um ídolo, e de Deus uma “divindade” pronta para a satisfação das nossas cobiças, e nosso estado atual se tornará pior do que o anterior.
Irmão, quantas coisas nós temos cobiçado, e estas cobiças, tem se tornado motivo de sacrifícios (jejuns) e orações diante de Deus. Coisas que na verdade, a exemplo do povo de Israel no deserto, nenhuma necessidade tem, mas porque cobiçamos as coisas alheias (dos Egípcios), pedimos ao “ídolo jesus” que interceda por nós diante do deus pagão (mamom). Quem será que está nos atendendo em nossas cobiças? (Leia 1 cor. 10:20). Toda oração de cobiça é respondida por demônios!
Tiago 4:2-3
2 - Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 - Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Já afirmei, temos necessidades à vida, e já temos sido atendidos pelo amor de Deus nestas necessidades. Você pode achar que não, mas Deus já tem feito tudo por você. Mas o que acontece muitas vezes?
Temos um carro, mas vimos um irmão com um modelo mais “bonito” ou mais “moderno” e cobiçamos a beleza e a modernidade daquele carro para nossa vidas. Temos uma casa, temos uma esposa, temos um trabalho, temos um salário, temos um celular, temos... temos... e nada tem nos faltado, mas nossas cobiças não dão conta de serem atendidas, e por isso nos tornamos idólatras! Aquele que cuida estar em pé, vigie, domine sobre a sua cobiça, domine sobre o teu pecado. O que for necessário a sua vida, o Senhor lhe proverá, na hora dEle, do jeito dEle, na medida dEle porque ele nos ama. Aprenda a ser suprido no amor de Deus que nos edifica, e não a morrer na cobiça que nos faz tornar idólatras insaciáveis! É muito sutil, vigie!
Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

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