Servir é uma
obrigação, amar é uma dádiva da graça de Deus e um privilégio para
aqueles que conheceram o Evangelho de Jesus. Esta afirmação não fui eu
quem a declarou, mas sim o Senhor Jesus que disse:
“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer”. (Jo. 15:12-15).
Vejo que Jesus tem um
grande desejo, que o conhecimento de Deus e da sua Graça venham ser a
única mensagem do Seu Evangelho, porém percebo que aos amigos, e não aos
servos de Deus e de Jesus é que este conhecimento é revelado. Ser amigo
de Deus e de Jesus é a obediência ao Seu único mandamento: “Que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Só pode obedecer a este
mandamento aquele que de Deus recebeu do Seu amor para efetuá-lo, pois
Jesus estabelece um tipo de amor que o homem em sua natureza nunca
conheceu, e nós o conhecemos por ágape.
“... e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rom 5:5).
“Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor
para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós
houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o
lavar daregeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna”. (Tito 3: 4-7)
Quanta manifestação da verdade que
fala do amor (ágape) de Deus que pelo Espírito Santo nos foi
derramado, e portanto, podemos “amar as pessoas como se não houvesse o
amanhã”! Mas observe, o amor de Deus é trazido até nós pelo Espírito
Santo e em nós permanece, pois o Espírito de Deus que em nós habita é a
fonte do ágape que jorra de dentro para fora de nós! Se Ele está em mim
há fonte de vida e amor jorrando. Se Ele não está em mim não existe
fonte de vida e de amor para jorrar para vida eterna!
Disse Jesus: “O servo
não sabe o que faz o Seu Senhor”, e é verdade, pois quantos servos de
Deus que não sabem o que é amar? Servo cumpre ordens, mas não precisa
fazê-la em amor. Já o amigo não faz o que lhe está obrigado a fazer, o
que faz, o faz por amor àquele que mostrou que amar envolve sacrifício e
morte!
“Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos,
e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso
Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e
bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos
amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? (Mateus 5: 44-46).
Amar segundo os homens
é esperar receber deles a recompensa, mas amar segundo Deus é saber que
a recompensa só pode vir de Deus, e, portanto, não significa que ela se
dará nesta vida! É amar como se não houvesse tempo para que os homens
nos retribuíssem. É amar como se o amanhã não fosse existir! Mas só Deus
pode amar assim, por isso Ele nos derramou do Seu amor pelo Seu
Espírito Santo, é Deus dentro de nós amando os homens através de nós!
Linda a obra dEle! Se alguém pensa que pode amar alguém sem ter recebido
o Espírito Santo continua sendo servo, e não sabe o que faz nem como
faz o Seu Senhor.
“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
É a partir daqui que
queremos semear uma Palavra de vida para nós. Foi a partir daqui que o
Apóstolo João escreveu a sua primeira carta a igreja. Foi relacionando o
conceito de Luz em oposição as trevas, o de amor em oposição ao de
ódio.
“Amados, não vos
escrevo mandamento novo, mas um mandamento antigo, que tendes desde o
princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Contudo é um
novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós;
porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz. Aquele que
diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. Aqueleque ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há tropeço. Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe cegaram os olhos”. (1 Jo. 2: 7-11)
Já experimentou
perguntar as pessoas sobre quando elas morrerem pra onde elas irão? Quem
está na Luz sabe para onde vai, pois escolheu o caminho do amor de Deus
para caminhar na vida, mas quem está em trevas não sabe para onde irá,
por que as trevas cegaram-lhe os olhos. Jesus diz que a candeia
do corpo são os olhos. Os olhos são a lâmpada do corpo, que se temos
olhos bons nosso corpo segue em Luz se temos olhos maus nosso corpo
segue em trevas, então conforme vemos as coisas, como as interpretamos
na vida, sabemos que tipo de senhor domina, ou governa o meu ser. Olhos
maus, em trevas, fazem juízos errados e provocam contendas entre as
pessoas. Olhos maus, em trevas, provocam julgamentos secretos na alma e
muitas vezes abrigam conceitos e juízos a cerca do próximo que só serão
revelados no Dia do Senhor, quando Ele fará conhecido e revelado, todos
os segredos de maldades e perversidades que secretamente foram ocultadas
dos homens (Rom. 2:16).
A que Jesus se referia quando disse que não podemos servir nem a Deus nem as riquezas? Servir a um ou ao outro? O assunto do servir era continuação da exposição que se fazia sobre luz e trevas, sobre amar e odiar, mas agora no fim do assunto, Ele coloca Deus em relação a Luz e riquezas em relação as trevas e daí eu pergunto: qual é a verdade que Jesus quer manifestar com estas palavras?
Jesus começa o assunto da seguinte forma:
“Não ajunteis para vós tesouros na terra;
onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e
roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a
ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
Esta vida é, foi e
sempre será um acumular de bens. Enquanto crianças, em nossa inocência,
não pensamos em subsistência, pois nos alegramos sempre com a provisão
dos nossos pais. Enquanto no Éden, Adão nunca precisou se preocupar com a
sua subsistência, somente após ter sido retirado dele é que veio a
necessidade do trabalho esforçado. Somente a partir da mentalidade de que estamos sozinhos no universo é que entendemos
que existe uma necessidade de provisão a ser alcançada, pois não
teremos nossos pais para sempre, porém eles nos ensinam a como obter
provisão para o nosso sustento. Daí por diante o ser humano passa a
conviver com síndrome do pânico do faltar, do não ter, do não possuir,
do não vestir, do não comer, e Jesus começa o assunto com esta visão do
homem: Acumular bens, acumular provisão!
Fica claro que amar
demanda se dar, se entregar, se doar, repartir, dividir, compartilhar e
quem poderá acumular alguma coisa nesta vida se o Evangelho diz para não
ajuntarmos bens na terra? Por outro lado, como poderei eu dar, doar,
repartir, compartilhar se não trabalhar para ter o que repartir? Aqui
está a revelação de tudo o que está sendo dito até agora.
O servo trabalha e faz
tudo o que o seu senhor ordena; o amigo trabalha e faz tudo o que o seu
senhor fez por ele! Jesus não ficou preocupado com acumular de bens,
pois vindo a terra não trouxe nada material com ele, e subindo aos céus
deixou presentes aos homens porém não deixou nenhum donativo material.
Os pães e os peixinhos multiplicados não eram dele. O barquinho que
usava para anunciar o Evangelho na praia não era dele. O jumentinho que
usou para entrar em Jerusalém era emprestado. O cenáculo para a última
ceia era emprestado. A cruz era de Barrabás, enfim nasceu, cresceu e foi
morto, mas nunca se preocupou com o acumular de bens nesta vida.
Portanto amados, o que Jesus quer nos ensinar hoje é que servir não estabelece o amor, os bens doados ou repartidos, compartilhados em serviço do reino de Deus não junta tesouros nos céus se forem feitos sem amor, porque onde estiver o teu tesouro aí estará também o teu coração.
Quando fico limitado a
destinar 10% do que eu ganho, como recompensa do meu trabalho, às obras
de caridade, ou a igreja, ou sei lá onde você entrega seu dízimo, eu me
vejo como servo, aquele que serve ao que lhe foi ordenado pela Lei. E
graças a Deus que é só 10%, porque senão ficaria difícil ter que viver o
Evangelho e acumular os bens nesta terra ao mesmo tempo.
Então Jesus disse: Você pensa que pode servir
a dois senhores ao mesmo tempo? Tolo! Os teus olhos revelam o que você
tem por dentro! Você oculta aos homens, mas não a Deus! Você vê a
necessidade diante de você e fecha os olhos porque já entregou os 10%
para a igreja, e sua consciência diz: Já fiz a minha parte! A Luz que
há em ti são trevas meu irmão. Você não sabe, mas está tentando servir a
dois senhores. Veja o texto do capitulo 6 de Mateus que vai do
versículo 19 ao 34 e veja se Jesus está preocupado com 10% do teu
salário ou está comprometido com o Reino de Amor do Pai que Ele
manifestou ao mundo?
Sou contra o pagamento de dízimos!
Sou contra tudo que escraviza o homem e o impede de amar ao próximo
como se não houvesse o amanhã. Não é falta de responsabilidade não, é
confiança no Pai que dá a semente ao que semeia porque se tu semeia
pouco, pouco você colhe, mas se semeia muito, muito poderá colher na
vida eterna! Quando a igreja entender o princípio do amor de Deus o
ensino de dízimo será sombra, figura das coisas que são verdadeiras. Não
fazemos obras maiores que Jesus fez porque somos limitados em 10% de
“amor”.
Amados, onde vocês estão juntando tesouros? Continuam a servir a dois senhores?
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