Quem somos? Que valor temos? Para quê vivemos e existimos?
São estas as perguntas
que movem o ser. Existir para alguém, ser percebido, bem visto e
recomendado, requisitado e indispensável. Todos os dias procuramos
atingir estes propósitos. O ser humano não se basta. Não se farta de si
mesmo. Não se vê sozinho pois se estiver é “solitário”. Não se satisfaz
com sua existência, nem nela se alegra, mas espera que em fazendo algo
para alguém, este o retribua com alguma alegria!
Afinal, por que somos sempre dependentes?
“Como o cervo anseia
pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus! A
minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a
face de Deus? As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de
noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus? Dentro
de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão,
guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor,
uma multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e por
que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.
Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me
lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte
Mizar”.
Jesus em certo momento certificou-se dessa verdade quando disse:
“Eis que vem a hora, e
já é chegada, em que vós sereis dispersos cada um para o seu lado, e me
deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo”.
A solidão é para o
ente que não conheceu a Jesus como irmão, nem a Deus como Pai nem como
criador. Uma pessoa morta não pode ser companhia para alguém que vive.
Só encontramos a Cristo como um ente vivo dentre os mortos quando nos
faltam os amigos, parentes, cônjuges... e então percebemos de fato que
não estamos sós.
Vejo pessoas buscarem
uma companhia para o reveillon e desesperadamente encontrar um abraço e
um feliz ano novo, nem que seja de um estranho, porque nossa alma não
existe para ser solitária. Deus a constituiu para ser uma amiga dEle na
eternidade.
Ligamos o computador e
logo procuramos a rede de “bate-papo” preferida porque queremos
companhia de alguém ou apenas mostrar “presença” e esperar para medirmos
nosso “nível de aceitação ou de importância” ao mundo que pertencemos.
Chegamos das férias,
com nossas máquinas fotográficas digitais, ou celulares com “3.2
mega-pixels”que agora além de excelente qualidade, pode armazenar um cem
vezes tanto de imagens, e não vemos a hora de colocá-las na rede de
relacionamento para que todos percebam quantas “coisas” eu fiz, ou
quantos “amigos” eu fiz nas minhas férias.
Lembro-me quando
chegava no início das aulas do colegial e a professora de língua
portuguesa já nos tacava uma redação: O que foi que eu fiz nas minhas
férias!
Em resumo, quando minha alma se alegrará e louvará a Deus pela salvação que há na sua presença?
Amados Feliz ano Novo, mas ainda acrescento:
“Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida... Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus”.
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