quinta-feira, 29 de agosto de 2013

SUSTENTANDO A CONFISSÃO

Por vezes tenho percebido, e cada vez mais fica comprovada, que fazer a confissão de que Jesus é o Senhor, em muito se difere da nossa jornada na vida buscando sustentar esta confissão, Mateus 11: 25-27:

“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”

A “revelação” de quem é Deus nos foi dada por Jesus nos Evangelho, basta lermos as palavras de Jesus acerca do Pai e teremos o entendimento, João 14:7-11:

“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.”

Então temos a afirmação de Jesus, que para que conheçamos o Pai, primeiramente temos que conhecer o Filho. Mas como conhecer o Filho?

No “Caminho” para Cesaréia de Filipe, Jesus começou a interrogar aqueles que ele chamou para serem seus discípulos, Mateus 16:13-14:

“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.”

Podemos perceber que naquele tempo o discernimento do “povo” não é muito diferente nos dias de hoje, pois se fala na incorporação do “espirito” de João Batista, bem como uma “reencarnação” de Elias, o que nega dizer que Jesus de fato seja alguém único. Outros disseram que se tratava de um dos profetas de acordo com as palavras que Jesus proferia, fazendo menção das sagradas escrituras. O fato é que o “povo” não conseguia discernir quem de fato era Jesus, pois dEle, o que se poderia saber pelas escrituras, estava-lhes oculto aos olhos e aos ouvidos. No máximo uma tentativa em vão de se constatar, se havia chegado a eles o tempo da visitação do Messias, o prometido, que haveria de libertar o “povo” do cativeiro então romano, Mateus 13:10-15:

“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, dsse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;  Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, E, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.”

Sabemos pelo texto de Mateus que Jesus continuou insistindo na pergunta sobre quem Ele é: Mateus 16: 15-17:

“Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.”

É interessante percebermos que Jesus faz a afirmação de que Pedro não discerniu quem Ele era pelo conhecimento humano, filosófico, teológico ou de qualquer de natureza desta criação (carne e sangue), mas o fez pela revelação que lhe foi dada pelo Pai, que está nos céus, ou seja, veio de cima e não de baixo! Para muitos que hoje estão lendo esta reflexão, vão se questionar se de fato conheceram a Jesus por revelação ou por tradição cultural, teológica, racional ou de qualquer natureza religiosa, ao que Jesus hoje nos responde, Mateus 7:21-22:

“Nem todo o que me diz: Senhor,Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?”

Então precisamos saber se a nossa confissão veio por revelação do Pai, ou por ouvirmos “o povo” nos ensinar quem seja Jesus. Hoje, Jesus, são muitos “Jesuses”. Há “Jesus” para todo tipo de “povo”. Há Jesus, segundo o catolicismo romano, que ensina que Jesus é fruto do amor entre Deus e Maria, onde Maria é a “Mãe de Deus”. Há o “Jesus” segundo Lutero que estabeleceu as 95 teses para que o Evangelho se tornasse verdadeiro e crível. Depois temos o “Jesus” de Calvino que coloca uma “presciência” de Deus em uma  “eleição” dos escolhidos de Deus, estabelecendo anteriormente a criação, aqueles que hão de herdar a salvação. Temos Armínius, João Wesley, Finney e nos dias de hoje, Watchamn Nee, Witness Lee, Kenneth Hagin, Paul Yong Cho, Benny Hinn,  enfim, muitos ensinos que distribuem o “povo” em muitas classes, denominações, instituições de diferentes crenças, e por causa destas mesmas crenças,  Paulo nos adverte em Efésios 4:3-6:

Procurando guardar a unidade (temos procurado isto?) do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;  Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo;  Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.”

São muitos “Jesuses” disputando as nossas "crenças", afim de que decidamos sobre qual confissão nos queremos andar. Qual a solução? Precisamos desejar em nossos corações a revelação que venha do Pai! Isto é individual e intransferível. Não podemos querer passar para outra pessoa a revelação que nos foi dada pelo Pai, pois assim estaríamos interferindo na obra que é do Espirito Santo de Deus e não a nossa. A obra (em vermelho), pela qual seremos um dia julgados conforme João 14:16-26:

”E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.  Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): SENHOR, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo? Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não  guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou. Tenho-vos dito isto, estando convosco. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nomeESSE vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”

Temos uma afirmação que nos constrange: Quem nos ensina todas as coisas é o Espirito Santo de Deus, mas nós temos aprendido segundo o ensino de homens e não segundo o ensino  que vem pelo Espirito de Deus (Unção) aos nossos corações, I João 2:20-28:

”E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai. Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai.E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam. E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de quealguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda.”

Amados, fazer a confissão é apenas o primeiro passo para a vida eterna. Se tu morrer após a confissão estará para sempre com o Senhor. Se a fizermos pela revelação que vem do Pai isto já nos coloca na vida eterna, Romanos 10:9

“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”

Portanto, todo aquele que faz a confissão está sendo selado para o dia da redenção. Porém se voltarmos ao texto de Mateus 16, encontraremos um segundo passo:Sustentar a confissão! Após Pedro ter declarado que Jesus é o Cristo, Filho do Deus vivo vem o que nós assusta, Mateus 16:20-23:

Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo. Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens."

Jesus é o Mestre, nós nos tornamos, por meio da fé e não das crenças, seus discípulos a partir da confissão acerca  de quem seja o Mestre. Em seguida, Jesus nos mostra um novo e vivo Caminho: Jerusalém... sofrimento... Cruz e morte, e o Pedrão diz: “Tem compaixão de ti; de modo algum te acontecerá isso! Se nós procurarmos observar que o “Caminho” proposto por Jesus, e consequentemente, para nós também que somos seus discípulos, é um Caminho de “morte”, muitos já não quererão andar neste Caminho, João 6:53-57:

”Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.” Continuando, João 6:60-66

”Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar.  E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.”

O medo da morte, a perca das coisas desta vida, a ausência de segurança, nos afastam do “Caminho do discipulado”, e nos impedem de falarmos do Cristo. Sustentar a confissão nos coloca em rota de colisão com tudo o que assimilamos como sendo “elevado”, “importante”, “indispensável”, “inegociável”, enfim, uma “montanha” que habita nossos corações que tem que ser lançada no “mar” do esquecimento,  para que a Pedra fundamental, de esquina, possa se estabelecer em nós, e a partir dEla, renovarmos a nossa mente quanto ao que seja “Vida”, diferenciando-a que seja “o curso deste mundo”. O Evangelho tem o poder para penetrar em nossa alma e fazer esta divisão entre o que eu de fato sou- “no espirito” (como Jesus é) e o aquilo que eu constituí como sendo “minha vida”, ou o “si mesmo”.

Mas para que este processo comece em nós, Jesus disse que é necessário, Mateus 16: 24-25:

”Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mimrenuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida (si mesmo), perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.”

Então não depende de eleição, nem de predestinação. Esta conversa é para quem não quer seguir para a morte (Cruz) junto com Cristo, Gálatas 2:20:

”Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; ea vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”

Existe uma “Vida” a ser confessada, afirmada, sustentada... Temos quepermanecer nEla, e ela vem das Palavras de Jesus nos Evangelhos que disse, João 6:63:

”O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.”

Negar-se a si mesmo não é negar o “eu” (vontade, volição), pois a alma que se formou em nós pela junção do Espirito de Deus com o barro (adam) tornou-se “alma vivente”, que é aquilo que tem volição própria, vontade própria, para decidir e agir! Porém nossa alma foi formada a partir de um Espirito que tem volição também, e ela segue “boa, perfeita e agradável” se permanecer na vontade de Deus,  João 2:15-17:

”Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

Amados, teríamos muito que falar sobre isto, mas o “Caminho do discipulado” não é uma cartilha que se aprende dentro de quatro paredes. Nem num “Encontro com Deus” formatado pela religião. É na caminhada do dia-a-dia conhecendo a mente de Cristo e confrontando-a com a nossa “vida” que segue o “curso deste mundo”. O que o Evangelho nos propõem é um retorno a consciência de uma criança, a qual não está contaminada com o “curso deste mundo”.

“Quero ser como criança, Te amar pelo que és, Voltar a inocência, E acreditar em Ti, Mas às vezes sou levado, Pela vontade de crescer, Torno-me independente, E deixo de simplesmente crer, Não posso viver, longe do teu amor, Senhor, Não posso  viver, longe do teu fago, Senhor, Não posso viver, longe do teu abraço, Senhor Abraça-me, abraça-me, abraça-me, Com Teus braços  e amor.”

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