Olhando para o texto
de Gênises 3 de versos 7 a 13 podemos ter uma idéia a cerca do que Paulo quis
dizer na sua segunda carta aos Coríntios que diz:
“pelo contrário,
rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando
com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; mas, pela manifestação da
verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de
Deus. Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se
perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. (2 Cor. 4:2-4).
No texto de Gênises
podemos observar o homem (Adão e Eva) refletindo por um momento a cerca da manifestação
da verdade através da sua consciência do que acabara de fazer. As conseqüências
do que seja adulterar a Palavra de Deus eles puderam provar quando alguém disse
que eles não morreriam ao comerem da árvore proibida, afinal a morte ainda era
uma manifestação desconhecida. Logo após consumirem o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, e consumarem o pecado que os levou a morte,
ambos, homem e mulher, conhecem que estão nus. O olhar de Adão para Eva e vice
versa, trouxe-lhes o sentimento de vergonha, em seqüência ao sentimento de
culpa. Daí por diante, vêem suas primeiras iniciativas, a cerca da mesma
vergonha e culpa, costurando para si aventais de folhas de figueira.
Esta tentativa, uma
verdadeira costura humana, de aliviar a consciência da culpa é uma das grandes
verdades do evangelho que Paulo está se referindo no texto acima. Tentar se
esconder da culpa ou tentar passá-la para outra pessoa nunca a extinguiu.
Somente Deus pode manifestar o conhecimento ao homem a cerca de perdão de
pecados e da purificação de culpa. Tirar da consciência de Adão e Eva o peso da
culpa é somente através de consciência do que seja a morte. Assim sendo,
no livro do Gênises no capítulo 3 verso 21 é inserida a figura do
sacrifício expiatório, e conseqüentemente, o derramar de sangue para
perdão de pecados e purificação da consciência da culpa, conforme o que
testifica João em sua primeira carta no capitulo 1verso 10.
“Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça”.
As “coisas ocultas” e
que são “vergonhosas” a que se refere Paulo é a nossa natureza pecaminosa. Desde
Adão temos este sentimento de vergonha e de medo de Deus pela condição
pecaminosa de nossas vidas. Para isso foi anunciado o Evangelho, que segundo
Paulo, é a Luz da glória de Cristo para nos livrar do cativeiro da culpa e nos
perdoar para sempre a cerca dos nossos pecados. Isto é o Evangelho!
Mas veja, Paulo fala
de como devemos recomendar a todos os homens a cerca desta consciência e
conhecimento, e diz que isto deve ser feito sem adulteração da Palavra e
sem astúcia, quer dizer, sem interesses escusos e que sejam o de apenas
informar a todos os homens a cerca da fé em Cristo Jesus, que visa simplesmente
livrar eternamente o homem do cativeiro da culpa e do pecado. O Evangelho é
simples!
Mas como podemos nos
recomendar àquelas consciências cauterizadas pelo deus deste século? Vejam como
andam as coisas!
Por muitos anos,
talvez por toda a sua existência, Adão e Eva viram suas vestes serem trocadas e
conseqüentemente uma renovação da visão a cerca da morte era-lhes colocada
diante dos olhos. Não sei se foi Deus ou eles mesmos que trataram de apresentar
as ofertas seguintes de sacrifícios pela expiação da culpa e pela expiação do
pecado, mas uma coisa é certa, a morte sempre estava sendo manifestada diante
deles, fazendo-os lembrar a cerca do pecado no jardim; de forma que até o usar
das vestes tinha um simbolismo forte sobre o que significa: Deus nos veste
com vestes de Justiça! A Justiça que Ele faz sobre o pecado,
o “castigo que nos traz a Paz” relatado em Isaías 53, através de uma
morte substitutiva, dando-nos prova do Seu amor e da Sua misericórdia. Estes
sempre se renovarão por haver um sacrifício eterno imolado antes da fundação do
mundo e consumado na Cruz a cerca da nossa nudez! Simples é o Evangelho.
Mas o tempo passa, o
mundo gira, e naquelas coisas que outrora havia um grande simbolismo são
esquecidas das nossas consciências e trocadas por uma coisa (pregação) mais
sugestiva e cômoda. Hoje, a roupa que vestimos sequer nos faz lembrar de como
ela teve sua origem e que a Bíblia faz menção a cerca dela. Ao contrário,
talvez aquilo que para Adão e Eva significou uma consciência compungida e
contrita, hoje com certeza, já segue outro curso na história da humanidade.
Como diz o apóstolo, o príncipe das potestades do ar e o curso deste mundo, se
encarregam de raptar a consciência dos homens e cegar-lhes o entendimento para
que a Luz do Evangelho não resplandeça neles.
O Evangelho
adulterado tem levado muita cauterização ao entendimento a cerca do que
signifique a morte de Jesus, simplesmente por não haver consciência a
cerca do pecado que em nós habita. Adão e Eva tinham consciência, nossa
geração não tem mais consciência. Aquilo que é vergonhoso chamamos de lindo; o
que é um culto a vaidade (João chama de a soberba da vida) chamamos de “as
bênçãos que o Senhor me deu”, nós vamos trocando a mentalidade do Evangelho
pela cauterização dele, vamos entupindo-nos das coisas dessa vida; sequer temos
tempo para lermos as Escrituras e fazermos aquela reflexão a cerca da verdade
de Deus que Paulo incentiva que preguemos! Tanto o capítulo 3 de Gênises
(início), como o capítulo 3 de Apocalipse (fim), revelam algo interessante sobre
vestes, que diz ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:
“Porquanto dizes:
Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um
coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de
mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas,
para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez;
e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”.
Viu? O Evangelho é o
mesmo ontem, hoje e amanhã! A vergonha da minha nudez foi rasgada na Cruz
através do corpo de Jesus e com o Seu sangue purifiquei-me da culpa dela,
portanto, estou coberto com as vestes da Justiça de Deus sobre o meu pecado!
Todos os dias eu confirmo e medito nesta verdade fazendo minha mente lembrar-se
do por quê eu amo Jesus.
Finalmente, o
capítulo 4 de segunda aos Coríntios termina da seguinte forma:
“Por isso não
desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo,
o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve
e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno
peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são
eternas”.
É um chamado de Paulo
a renovação da consciência diária do Evangelho de Cristo (Rom. 12:2),
que visa manter nossa mente nas coisas que são de cima, que são permanentes,
que não se molduram conforme o curso deste mundo, que não sucumbem diante das
tribulações, nem das enfermidades ou das perseguições, que não se cauteriza
pelas mensagens de engano, que não se agrada das coisas que são vergonhosas,
mas que as rejeitando prossegue para a vida eterna através de Cristo Jesus!
Este é o Evangelho vivo de Jesus Cristo!
Mas se ainda esse Evangelho
está encoberto, é porque sobre ele lançaram doutrinas de homens corruptos,
tradições pagãs, muitas preocupações com a vida material, campanhas de
prosperidades, egocentrismos, gerando assim um véu sobre a Luz do Evangelho de
Cristo. A humanidade não está pior! O Evangelho pregado é que está adulterado.
Mas é naqueles que se perdem que isto está ocorrendo, naqueles que abandonaram
o conhecimento de Deus e da Sua Palavra; naqueles que o meditar das Escrituras
se tornou algo apenas para os “Mestres” que tem a “difícil interpretação” pois
estudaram-na em algum Curso de Teologia com a devida hermenêutica, exegêse e
homelética (nem meu computador reconhece estas palavras para correção). Não é
sem razão que Paulo diz que nestes últimos tempos seria assim, e juntariam para
si mestres que lhes agradem o ventre (2 Tm 4:3). É mais fácil pagar (dízimos e
ofertas) para alguém me ensinar do que eu perder tempo precioso do meu dia para
aprender com o Espírito Santo. Ler o livro do fulano de tal. Verdadeiramente o Guia
para o conhecimento de Deus, aquele que Jesus disse: Ele vos guiará a toda a
verdade deixou de ser o Espírito Santo, ao contrário, este está sendo trocado
por homens gananciosos que fazem negócios com as almas como se estas fossem
fontes de lucro (Ap. 18:11-13; 1 Tm. 6:3-8).
Deixamos de crer que
pelo Espírito Santo podemos chegar a plenitude do conhecimento de Cristo e do
Evangelho revelados na Bíblia que lemos. Enquanto Ele residir em nós há
esperança para os homens, mas chegará o dia em que Ele será posto para fora e
aí nenhuma Luz poderá ser manifestada a humanidade. Por isso rogo pela
compaixão de Deus que apresentemos nossos corpos como um sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, o qual é verdadeiramente o nosso culto diário de adoração e
comunhão com Deus na Sua Palavra (Jesus) por meio do Seu Santo Espírito.
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