“E Ele me disse: A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na [fraqueza]. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas
[fraqueza]s, a fim de que repouse
sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas [fraqueza]s, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando
estou fraco, então é que sou forte”.(2 Cor. 12:9).
Segundo o dicionário
Aurélio fortalecer significa guarnecer com meios de defesa; fortificar; tornar forte; robustecer: encorajar, animar.
Dar maior força a; corroborar; robustecer-se física ou moralmente.
Mas o que isto tem
haver com o versículo escrito por Paulo aos Coríntios?
Encontramos aqui um
paradoxo, algo que excede todo o entendimento humano e filosófico do ser. Paulo
está nos mostrando, segundo a ótica de Deus, a maneira de se encontrar um
fortalecimento espiritual, emocional, físico e moral para o nosso ser. E,
segundo este princípio, temos que reconhecer que verdadeiramente a mensagem da
Cruz, ou seja, o evangelho da Paz, tornou-se loucura para muitos, para aqueles
que perecem, mas para nós, é o poder de Deus, porque está escrito: “Destruirei
a sabedoria dos sábios e aniquilarei o entendimento dos entendidos” (1Cor.
1:18; 19; Jó. 5:12, 13).
O que vem ocorrendo
com muitos que estão hoje na igreja de Cristo é que: tentam manter a velha
natureza (sabedoria e entendimentos humanos) conciliados com a nova natureza
que está sendo gerada pelo Espírito de Deus. Para muitos a “vida da alma” é
ainda um assunto muito pouco explorado e discernido entre aqueles que querem um crescimento espiritual,
mas não o alcança devido a uma falta de continuidade na fé bíblica (Jd. 3). O
apóstolo Judas estava preocupado com um assunto entre os cristãos (salvação),
mas o Espírito do Senhor o impulsiona a falar sobre a fé bíblica que nos foi
dada.
Queremos hoje dizer a
você, nosso amado irmão, que é impossível que o homem inicie o seu
fortalecimento espiritual sem antes reconsiderar seus paradigmas a respeito da
vida.
Paulo nos diz que
antes de conhecermos verdadeiramente a Cristo - digo verdadeiramente, pois
ainda há aqueles que foram convencidos e não convertidos pelo evangelho de
Cristo -, que estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef. 2:1), pois se
trata do nosso espírito e não de nossa alma, e que depois de vivermos a
experiência da ressurreição da vida de Cristo em nosso espírito, Ele nos
vivificou, o que quer dizer, que agora estou conhecendo, através do meu espírito, antes mortificado pelas obras da carne, as
coisas espirituais:
“Na verdade, entre os
[perfeitos] falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos
príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; ; mas falamos a
[sabedoria] de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou
antes dos séculos para nossa glória;” ( 1Cor. 2:6, 7) e ainda:
“Ora, o homem
[natural] não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”
Veja, as coisas do
Espírito de Deus não podem ser compreendidas, e muito menos aceitas pela nossa
compreensão humana e filosófica. Elas acabam se tornando loucura para nós.
Em todo o tempo em
que vivemos a “vida da alma” sem conhecer a Cristo, tudo que descobrimos do
evangelho não foi capaz de nos transformar, porque pela mente, ou seja, no
nosso entendimento, não podemos receber a
vida de Deus, visto que esta vida é um paradoxo de tudo o que sabemos sobre
o nosso verdadeiro ser. Ao contrário, ela nos é transmitida através do nosso
espírito; sendo assim, é impossível que isto ocorra sem que este espírito
primeiramente seja vivificado.
Naquele tempo, tudo o
que construímos em nossa mente não pertencia a sabedoria que vem do alto (Tia.
3: 13-18), mas sim a daqui da terra, conquistada pelos estudos e conhecimentos
humanos, as quais Deus as chama de terrena, animal e diabólica. Mas agora o
Espírito Santo vem e me diz:
“E guiarei os cegos
por um caminho que não conhecem; fá-los-ei caminhar por veredas que não têm conhecido;
tornarei as trevas em luz perante eles, e aplanados os [caminhos] escabrosos.
Estas coisas lhes farei; e não os desampararei.” (Is. 42:16); e ainda:
“Deixe o ímpio o seu
caminho, e o homem maligno os seus [pensamentos]; volte-se ao Senhor, que se compadecerá
dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar. Porque os meus
[pensamentos] não são os vossos [pensamentos], nem os vossos caminhos os meus
caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra,
assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus
[pensamentos] mais altos do que os vossos [pensamentos].” (Is. 55:7-9).
Fica aqui o
entendimento Paulino acerca do verdadeiro fortalecimento espiritual, o qual se
inicia pela anulação dos conceitos humanos sobre paz, alegria e justiça e
aceitação dos mistérios de Deus para nossa “vida no espírito”.
Sabemos que a partir
de nossa conversão, nosso espírito, recém vivificado, terá que passar por todo
um crescimento, até atingir a estatura de um varão perfeito (Ef. 4:13), quando
então ele passará a dominar completamente sobre a nossa “vida da alma”,
controlando assim nossa razão e emoção. Deus não quer que nos livremos de
nossos sentimentos, mas que eles sejam governados pelo nosso espírito, o qual é
submisso ao Espírito de Deus, e não mais pela nossa alma, assim poderemos
compreender qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus e nos
submeter-nos a ela sem sofrimentos, como disse o apóstolo: “... Pelo que sinto
prazer nas [fraqueza]s,
nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de
Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte”.
Amado, não fuja do
seu fortalecimento e crescimento espirituais; sem eles você não poderá agir
através da fé bíblica e ver as coisas segundo a ótica de Deus. Não fique
prostrado em teu deserto, como se apenas você estivesse nele, porém nele está
tudo o que você precisa para transpô-lo, um alimento chamado a Palavra de Deus
e uma água cristalina e fresca chamada O Espírito Santo de Deus. Isto é tudo o
que precisamos levar conosco ao nosso deserto. Deixe os pesos das pressões da
tua alma, que querem te oferecer um oásis ilusório, o qual não passa de uma
miragem, uma ilusão passageira que não poderá te manter no calor do deserto da
tua vida.
Nossos conceitos a
respeito da felicidade estão equivocados devidos uma deformidade em nossa alma
provocada pelo pecado. Mas a Palavra de Deus quer nos restaurar através de
conceitos verdadeiros e retos: “tendo [renascido], não de semente corruptível,
mas de incorruptível, pela palavra de
Deus, a qual vive e permanece.” (1 Pe.1:23-25).
Veja que em toda esta
ministração sequer falamos daqueles que querem impedir este crescimento, mas
entendemos que nosso maior inimigo chama-se “ego”. Contra este devemos concentrar
primeiramente nossos recursos espirituais (oração e jejum) a fim de que os
outros inimigos não venham se juntar a este e tornar-se mais forte do que nosso
espírito.
Eis alguns caminhos
que nossa alma tenta nos levar quando estamos no deserto. Texto base 1 Cor.
10:5-13)
Muitos cristãos
têm-se enveredado pelo caminho do abandono da fé (1 Cor. 10:5). Paulo nos
afirma que estes compõem a grande
maioria dos que tentam hoje viver uma fé bíblica. Em hebreus 10:25, 34 o
escritor fala da perseguição que muitos judeus cristãos estavam sofrendo e que
alguns deles estavam abandonando suas congregações. Quero te dizer amado, se
você tem pensado em sair da tua igreja (lugar da comunhão no espírito) para
voltar ao mundo (lugar da alma, domínio da carne), esta poderá ser uma atitude
fatal, ou seja, sem volta (Heb. 6:4).
Sabemos que muitos
dos cristãos de hoje, quando estavam no mundo, tinham tranqüilidade e conforto
material, e depois que se converteram ao evangelho sofreram perdas devido a seu
posicionamento espiritual; estas duas necessidades têm sido grandes aliadas de
satanás para fazer concorrência a fé bíblica.
Em segundo lugar, vêm alguns (1 Cor. 10:7) dentre os cristãos que tem se tornados idólatras
atribuindo a Deus seus sucessos pessoais, quando na verdade não passam de
conquistas obtidas através de um falso evangelho de amor ao lucro,
aproveitando-se da fé pura de muitas ovelhas desprotegidas: “E estes cães são
[gulosos], nunca se podem fartar; e eles
são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho,
cada um para a sua ganância, todos sem exceção.” (Is. 56:11); “Acautelai-vos
dos [cães]; acautelai-vos dos maus obreiros; acautelai-vos da falsa
circuncisão.” (Fl. 3:2); “Ficarão de fora os [cães], os feiticeiros, os adúlteros,
os homicidas, os idólatras, e todo o
que ama e pratica a mentira.” (Ap. 22:15).
Em terceiro lugar os que se tem prostituído (1 Cor.
10:8), ou seja, aqueles que estão na vida da igreja, mas com um pé no mundo (na
vida da alma), trazendo para dentro de suas vidas a morte espiritual (Nm.
25:1-6), misturando o culto santo com influências mundanas, transformando as
coisas simples em sofisticadas, seguindo cada vez mais as tendências da cobiça dos olhos (a moda), da carne (música
e dança) nos “shows gospel”, contra tudo isto bem nos advertiu os Apóstolos: “E
não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus.”(Rm. 12:2); “Não ameis o [mundo], nem o que há no [mundo]. Se alguém ama
o [mundo], o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no [mundo], a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
vem do Pai, mas sim do [mundo]. Ora, o [mundo] passa, e a sua concupiscência;
mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.” (1 Jo.2:15-17)
Em quarto lugar aqueles
que tem tentado a Deus (1 Cor. 10:9). Isto significa dizer que quando Deus
não age, eles agem no lugar de Deus. Devido as lutas acabam agindo contrários a
Palavra de Deus e ainda dizem que tem feito prova com Deus e que suas atitudes
ou ações são devidos a votos, em cima de prazos que deram a Deus a fim de
saberem qual caminho a seguir (Nm. 21: 1-5), mas na verdade estão prevaricando
o conselho: “Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações, para que
andassem segundo os seus próprios [conselho]s.” (Sl. 81:12); “Cedo, porém, se
esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu [conselho]”
(Sl. 106:13); “antes desprezastes todo o meu [conselho], e não fizestes caso da
minha repreensão;... não quiseram o meu
[conselho] e desprezaram toda a minha repreensão; portanto comerão do fruto do seu
caminho e se fartarão dos seus próprios [conselho]s. (Pv.1:25,30,31); “Onde
não há [conselho], frustram-se os projetos; mas com a multidão de
conselheiros se estabelecem.” (Pv. 15:22).
Em quinto e último
lugar, aqueles que murmuram (1 Cor. 10:10), estes estão sempre nos
cultos, mas suas falas são sempre de murmúrios, lamentos, palavras de derrotas,
de crítica e de juízos (Nm. 14:1-3). Não se vê em suas faces a alegria ou o
prazer de sofrer por amor a Cristo; diz o texto de Paulo que estes perecem na
mão do destruidor; Satanás tem invadido a vidas destes cristãos e feito deles
homens e mulheres com vida derrotada e prostrada em seus desertos.
Então, analisemos o
referido texto acima e examinemo-nos se ainda estamos em pé (1 Cor. 10:12).
Pois em qualquer destas situações acima, segundo essa Palavra, já teremos caído
quando pensarmos estarmos em pé!
Amado, tenho certeza
de que suas lutas são bênçãos de Deus em teu favor afim de prová-lo para o ver
digno de pertencer ao Reino dEle (2Ts. 1: 5,11). Encare os teus desafios como
um meio provido por Deus para te fortalecer e fazê-lo crescer espiritualmente.
Deus o fortaleça na força do Seu poder!
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