Em todos os momentos
em que não estou trabalhando na vida secular eu aproveito para ler. Creio que a
leitura enriquece, enquanto que a ociosidade mental empobrece. Mas surge sempre
uma questão: o que devo ler? Sabemos que a palavra de Deus é a nossa meditação
central e bússola espiritual, não preciso incluí-la nesta pergunta. Ao que me
refiro é: o que ler além da Palavra de Deus? Vejo muitas opiniões! Alguns crêem
que só a bíblia é suficiente para todos os cristãos. Outros acreditam que a
leitura extra-bíblica pode nos ajudar a aumentar e edificar nosso conhecimento;
outros são mais radicais, proíbem o uso de literatura extrabíblica por
acreditar que elas podem trazer confusão e, quando muito, divisão à
congregação, visto que já estão habituados e confiantes em todo ensino de seus
Pastores e mestres. Mas enfim, qual a resposta que deveríamos buscar para a
questão acima?
Meditando na palavra
de Deus, no texto de João 16:3 encontrei o seguinte: “quando Ele vier, porém,
aquele, o Espírito da verdade, Ele vos conduzirá a toda a verdade; porque não
falará por si, mas dirá as coisas vindouras”. A palavra que grifei (porém) faz
referência ao vs. 12 do mesmo capitulo: “ainda tenho muito que vos dizer, mas
vós não podeis suportar agora”. Ou seja, as coisas vindouras que vocês não
podem suportar agora, o Espírito da verdade vos anunciará. Elas seriam muito
fortes, e somente o Espírito Santo anunciaria (porque Ele é o consolador).
Compare com Dn. 10:16-18.
Eu entendo que a
palavra de Deus tem um alcance cada vez maior, mais profundo (para aqueles que
buscam o conhecimento), à medida que se aproxima “um tempo do fim”. A cada
geração que se segue, no meu entendimento, o nível de conhecimento tende a
aumentar (Dn. 12:4 – ciência no sentido de conhecimento espiritual e não
tecnologia humana); portanto creio que o que se aprendeu e foi uma benção
há duas gerações - um exemplo - agora será mais profundo a fim de ser uma
benção que gera provisão para hoje. Não quero dizer que o que se aprendeu
estava errado, porém devemos ser cônscios de que os poderes das trevas aumentam
com “um fim dos tempos” (2Ts. 2:9-12); e a exemplo da farmacologia, cujos
remédios são cada vez mais fortes, visando combater o vírus, que sofre
mutações, eles mudam seus códigos genéticos, sua cara, sua forma de agir,
também vemos a necessidade de vermos, através da palavra de Deus, como a um
microscópio mais potente que o da geração passada, a fim de
neutralizarmos os “vírus” das trevas!
Quero aproveitar o
texto de Mt.12:38-45 e lhe relatar um exemplo do que venho redigindo até aqui.
Jesus acabara de expulsar um espírito imundo que era mudo (espírito mudo
fala de religiosidade – demônio mudo na igreja não faz barulho nem se manifesta
visivelmente, ele era cego também, fala de uma igreja sem revelação; você deve
entender que todo ensino de Cristo fala de realidades para você hoje, há de se
ver que o que se lê não é apenas ilustração, mas realidade espiritual); temos
que identificá-lo através de discernimento de espírito. (1 Cor.12:10).
Então os líderes
religiosos, os doutores da lei, os teólogos da época queriam saber se aquela
manifestação de poder vinha de Deus. Se aquele método de evangelismo era
aprovado pela junta de pastores, se era Deus ou Belzebu que fez aquela
libertação, e aí pediram um sinal para se convencerem. Jesus vendo a
incredulidade deles disse que somente a ressurreição lhes seria por
sinal, visto que eram uma geração incrédula.
O Senhor citou a rainha de Sabá e os moradores
de Nínive que reconheceram Deus através da sabedoria e da pregação de
arrependimento (respectivamente – Salomão e o profeta Jonas), como exemplos de
gerações passadas que viram as manifestações de Deus e creram nEle. Mas em
seguida, no mesmo assunto, Jesus fala de demônio que sai do homem e vai para
lugares áridos e depois retorna encontrando uma casa varrida e adornada e leva
consigo outros sete espíritos piores do que ele e habita ali, e o estado atual
se torna pior que o anterior!
O que será que tem haver os vs. 43 e 44 com o assunto da incredulidade dos escribas e fariseus? Parece que o texto está fora do seu contexto!
Tenho visto algumas “teologias”. A mais utilizada para este trecho da Palavra, em sua exegese vem sendo a várias gerações a mesma: Fala da vida de santificação! Nós, que depois de aceitarmos a Jesus, vem o Espírito Santo e nos faz uma restauração, limpando e purificando-nos, deixando-nos como noiva ataviada e adornada (Ap. 19:7-8); mas a falta de vida com Deus (meditação na Palavra, oração, jejum e comunhão com nossos irmãos) faz com que deixemos de vigiar e ficamos vulneráveis e abrimos legalidades (pecados), para que espíritos imundos tornem a nos oprimir deixando-nos num estado pior do que quando andávamos sem Cristo!
O que será que tem haver os vs. 43 e 44 com o assunto da incredulidade dos escribas e fariseus? Parece que o texto está fora do seu contexto!
Tenho visto algumas “teologias”. A mais utilizada para este trecho da Palavra, em sua exegese vem sendo a várias gerações a mesma: Fala da vida de santificação! Nós, que depois de aceitarmos a Jesus, vem o Espírito Santo e nos faz uma restauração, limpando e purificando-nos, deixando-nos como noiva ataviada e adornada (Ap. 19:7-8); mas a falta de vida com Deus (meditação na Palavra, oração, jejum e comunhão com nossos irmãos) faz com que deixemos de vigiar e ficamos vulneráveis e abrimos legalidades (pecados), para que espíritos imundos tornem a nos oprimir deixando-nos num estado pior do que quando andávamos sem Cristo!
Esta aplicação dentro
do texto (vs. 43-44) é legítima e trouxe para Cristo muitas vidas
desviadas do caminho, e despertou outras tantas, que já estavam enveredando
pelo caminho de volta ao pecado.
Porém, dentro do
seu contexto ela se torna inaplicável, pois Jesus vem falando
de incredulidade! Outros teólogos ainda levam como “falta de continuidade de
assuntos” pela forma como foram escritos os evangelhos, sem muita
preocupação com a ordem cronológica dos fatos.
Mas por que Mateus e
Lucas teriam tido o mesmo “equívoco” no mesmo texto?
Na verdade é porque
não há equívoco!
Vejam, a exegêse para o texto (vs. 43-44) não está errada, porém o queremos
edificar aqui, é que não podemos passar duas, três gerações, nos prendendo
sempre às mesmas aplicações, pois esta verdade me libertou ontem, mas hoje
Satanás mudou suas táticas, e talvez hoje, aquela aplicação da Palavra não
venha a me libertar, preciso de algo mais forte (lembram? Um
fundamento mais profundo, cavar mais – Lc. 6: 48a) da Palavra de Deus!
Deixe-me dizer-lhes
uma coisa: é por isto que muitos cristãos de hoje não sentem mais a alegria de
ouvir a Palavra de Deus, eles não tem mais alimento novo, porque “nós
sacerdotes, temos rejeitado o conhecimento da Palavra”, a Palavra revelada, a
palavra “rhema”! (parafraseando Os. 4:6). Precisamos que o Espírito Santo
nos revele algo mais forte a respeito das coisas vindouras !
Lembre-se, Jesus acabou de expulsar um espírito mudo. Satanás hoje age em silêncio, não em alvoroço de manifestações demoníacas. Satanás quer destruir a mensagem que liberta!
Enquanto a igreja não aumenta seu conhecimento, ele pode aumentar suas formas de aprisionar o cristão sem ser detectado! Aumento de conhecimento não é ouvir muito a mesma mensagem com a mesma exegêse, mas ouvir coisas vindouras e cada uma dentro da sua própria contextualidade, para que aprendamos hoje a fim de prevalecermos amanhã (2Cr.12:32).
Não adianta trazer lá dos E.U.A. uma mensagem para o Brasil, o que é de lá permaneça lá, nossas necessidades podem não ser as mesmas. O “negócio da china” é para os chineses, não para brasileiros!
Lembre-se, Jesus acabou de expulsar um espírito mudo. Satanás hoje age em silêncio, não em alvoroço de manifestações demoníacas. Satanás quer destruir a mensagem que liberta!
Enquanto a igreja não aumenta seu conhecimento, ele pode aumentar suas formas de aprisionar o cristão sem ser detectado! Aumento de conhecimento não é ouvir muito a mesma mensagem com a mesma exegêse, mas ouvir coisas vindouras e cada uma dentro da sua própria contextualidade, para que aprendamos hoje a fim de prevalecermos amanhã (2Cr.12:32).
Não adianta trazer lá dos E.U.A. uma mensagem para o Brasil, o que é de lá permaneça lá, nossas necessidades podem não ser as mesmas. O “negócio da china” é para os chineses, não para brasileiros!
Os fariseus não viam
em Jesus uma manifestação como sendo de Deus. Quando surge algo novo, que vem
para libertar e destruir fortalezas, uma mensagem nova, um princípio ainda não
estabelecido, uma Palavra mais forte, profunda, mexendo e abalando fundamentos
de homens, praticados há muitas gerações, aí a geração antiga não aceita
como vindo de Deus – “é heresia!”. Bem, até aqui não há nada de novo, pois
verdadeiramente não se coloca mensagem nova em mentalidade velha, pois
mente velha se rompe! E necessário primeiro derrubar as fortalezas humanas
que se levantam contra o conhecimento que está vindo de Deus, a fim de que
possa nos libertar! Isto é bíblico veja em Lc 5:36-37; 2Cor. 10:4-5.
Quando não entendemos
e não praticamos isto o que acontece é a divisão! Paulo diz: usemos de armas
espirituais! Neste texto a autoridade apostólica de Paulo estava sendo
questionada, sua mensagem estava sendo questionada! Jesus diz no vs. 35 de Lc 5
que o jejum deve vir antes de se aplicar qualquer coisa nova. Por quê? Veja se
você já viu um caso assim:
“Um irmão alcança uma
visão mais profunda de um conhecimento já edificado. O Espírito lhe está
revelando algo forte, algo que é vindouro, e precisa ser ensinado para
que a próxima geração não venha ser cativa de Satanás. Ele reparte a visão com
seu líder. Este não entende e pede um sinal. O irmão diz que é de Deus e só
pode comprovar no terceiro dia (na ressurreição, na vinda!). Então o
líder lhe diz que já temos nossas doutrinas, dogmas, nossa igreja já existe e
permanece há tantos anos, e acrescenta, que se não estivessem no caminho certo,
certamente já teriam fechado as portas - time que está ganhando não se mexe – e
termina com: não vamos mudar nossos paradigmas!”.
“Então aquele irmão
abre a visão para outros irmãos, aqueles mais“chegados”, aqueles que são
levados facilmente por qualquer vento de doutrina (Ef. 4:14; 1Cor. 14:20) e
estes aderem a visão daquele irmão e já está feita a divisão (1Cor. 11:18-19 –
os aprovados neste texto são aqueles que não cedem as divisões). No mês
seguinte, abre-se uma nova frente de trabalho na cidade com um nome bem
sugestivo!”.
Queridos, contra
estas maquinações diabólicas (divisão do corpo) o Senhor nos ensinou: use uma
arma espiritual – o jejum! Deus pode mudar o coração do teu líder, ou então,
tirar do teu algo que não é para agora, ou ainda, que não procede do coração de
Deus! Mas uma coisa não pode acontecer: o corpo se dividir e perder
forças (Mt. 3:24). Porém, se Deus quer te levar para outro aprisco (Sl.
23:2) e lá você venha a se fortalecer mais e crescer mais, então vá, mas debaixo
da bênção do teu líder e na comunhão com todos os irmãos. Lembre-se
“guia-me mansamente...” é sem contenda, sem
facções, sem dissensões!
Os fariseus
representam a lei, que num primeiro contato tinha a responsabilidade de levar
todos a comunhão com Jeová, mas com passar do tempo, esta lei não trazia
aperfeiçoamento (Hb. 7:19), neste sentido o culto tornava-se ritualístico e sem
o verdadeiro propósito: a comunhão com o Pai; e isto a ponto de, exteriormente,
os fariseus demonstrarem um culto “legítimo”, mas na verdade só de aparência,
pois o governo de Deus não se fazia presente no interior do templo, que estava limpo
e organizado, porém sem a presença do Espírito de Deus!
É assim, quando
gerações após gerações, deixam-se levar por um culto formalístico, onde o nível
de conhecimento nunca aumenta, onde as mesmas exegêses são repetidas e torna-se
alimento “sem proteínas”, então aquele demônio, que gerações passadas foi colocado
para correr com uma Palavra de sabedoria e de conhecimento (Ef. 1:17-18), este
espírito imundo fica andando até encontrar lugares áridos, sem água e sem vida,
uma próxima geração sem uma Palavra viva, renovada (lembre-se, no deserto
ele busca repouso e não encontra, mas o Senhor diz, que no deserto
ele sustenta a mulher, a esposa, um remanescente, uma igreja fiel (Os. 2:14-20;
Gl. 1:15-18; Ap. 12:6,14), e então o espírito imundo volta para sua antiga
morada (o lugar da incredulidade), como os fariseus, que encontram-se limpos e
adornados, mas vazios, e este espírito volta mais forte! Veja, Jesus não estava
falando de santidade, ou de uma mensagem contra os pecados da igreja, mas de um
pecado que traz demônios mudos – o pecado da incredulidade, que gera religiosidade
e esvazia os corações.
Queremos concluir
esta edificação e dizer que uma busca primeiramente pura (sem interesse
de glória pessoal), verdadeira (que seja a própria Palavra de Deus lida
e revelada) e justa (que visa o aperfeiçoamento dos santos, e não a
divisão do corpo) pode e deve, ser com toda a ajuda literária, (retendo o que é
bom!).
E fica aqui
registrado o nosso conselho: não faça esta busca sem ter um guia que te conduza
a toda a verdade. Não confie em tua capacidade intelectual (Gl. 1:15-16). Não
se deixe levar por doutores da lei mais antigos e famosos, visto que o que se
aprendeu no passado não poderá vencer o poder das trevas de hoje (ex: usos e
costumes, escatologias bíblicas), mas ficam como alicerces e princípios nos
quais se devem mergulhar mais profundamente para obter-se maior conhecimento
(Gl. 1:17).
Mas vá para o deserto, aprenda a viver na
dependência de Deus quando estiver nesta busca pelo conhecimento. Que este guia
seja aquele que você identifica a Sua voz, aquele que tem o controle da tua
mente e do teu coração para que Satanás não venha a perverter a verdade e
transformá-lo num herético! Que o nosso guia seja sempre Ele: O Espírito da
verdade (Jo. 16:13).
Quero fazer minhas as
palavras de um irmão, pregador da 1ª Igreja Batista de Londrina/PR – Pr. Glênio
Paranaguá: “O cremos determina a maneira como pensamos, a maneira como
vivemos e de como procedemos. Uma crença errada (ou não renovada)
significa, em última analise, uma vida deformada. Cada igreja local pode
determinar o crescimento ou a extinção da verdadeira fé em Cristo Jesus. Todo o
avivamento começa em (ou quando) uma geração se volta para a Palavra viva de
Deus!”.
A este pensamento,
humildemente acrescento, que a busca pelo conhecimento deva ser cada vez maior
em relação as gerações passadas (Dn. 12:4), e que as coisas vindouras venham a
ser reveladas através de uma profunda e intima relação com o Espírito Santo de
Deus e a Sua Palavra viva e eficaz. E aí sim, alcançaremos a libertação daquilo
que nos oprime hoje! (Os. 4:6). Busque conhecer o Senhor! (Os. 6:3).
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