Após eu ter sido chamado ao Evangelho,
por muitas vêzes fui cercado pelo questionamento se o Evangelho diz o que
simplesmente quer dizer ou se tudo o que está escrito depende sempre de uma
interpretação. Então fiz perguntas à teologia e ela me disse que devemos sempre
analisar as Escrituras e interpretá-las conceituando o ponto de vista do
escritor, levando-me a conclusão, de que informações como: época, cultura,
geografia, sociedade, comportamento, língua, e outras infinitas circunstâncias
a cerca do escritor e dos destinatários correspondentes, são imprescindíveis
para se concluir “verdadeiramente” que aquilo que se escreveu quer “realmente” dizer!
Então, durante muitos anos, busquei o
conhecimento através de alguns nomes da Teologia Moderna e Pós-moderna, até que
comecei a perceber que nem mesmo os “mais” conceituados eram unânimes em suas
conclusões a cerca das “verdades” que foram registradas nas Escrituras. Minha
mente tornou-se um balaio de gato, onde aquilo que deveria me libertar trouxe
mais escravidão. Agora eu me via defendendo homens e suas doutrinas, brigando
com as linhas de pensamentos e interpretações teológicas, e não havia mais nada
de novo a ser conhecido ou revelado. Voltava sempre às mesmas questões: se
podia fazer imagens que remetesse minha mente a alguma coisa ligada a Deus; se
era para guardar os sábados e não comer alguns tipos de alimentos; se era um
reino para 144.000 apenas; se eu tinha que ler o livro do homem que encontrou
escritos enterrados; se minha salvação já havia sido predestinada antes que o
mundo existisse; se havia apenas um único batismo válido e, portanto, uma só
religião que salva; se podíamos falar na língua dos anjos... Enfim, eu estava
pior do que quando comecei a me questionar sobre o Evangelho. Eu fiquei
entupido de religião!
Foi aí que depois de uma sucessão de
desastres houve uma reviravolta. Uma mudança se deu em minha vida. Eu não quis
mais os questionamentos e me entreguei ao conhecimento de Deus pela Palavra. Em
2002, morando na casa de um casal mui amado, sendo sustentado literalmente por
eles, comecei a ler a Bíblia, a partir de Gênises e, capítulo por capítulo,
versículo por versículo, sem pressa e sem ansiedade sobre o que aconteceria no
capítulo seguinte, fui me dando conta que a questão não estava em saber se as
doutrinas que eu conhecia eram verdadeiras ou não, mas em descobrir um caminho
de vida, dando razão a Deus, andando dia a dia com Deus na Sua Palavra (Deut.
32:1-2).
Em 2003 conheci uma pessoa, um
verdadeiro Ananias de Damasco. Ele orou por mim e cuidou de mim enquanto toda aquela
cegueira espiritual ia se desfazendo. Quando eu descobri que não era mais uma
questão de provar a ninguém a cerca disto ou daquilo, mais que o próprio Deus
queria provar a mim mesmo que me amava e se importava comigo, querendo me
salvar de mim mesmo, fui pacificando o meu ser, fui recebendo do amor do Pai,
fui enchendo o meu espírito de Vida e de Paz! Disse adeus aos questionamentos, as
religiões, e as seus ventos de doutrinas!
Então aquilo que antes era um Livro de
disputas pelo conhecimento tornou-se um manancial de águas vivas, e que
finalmente me conduziram a Paz que eu tanto procurei. Hoje eu posso dizer, que
a cerca do conhecimento de Deus, estou prosseguindo, me atolando cada dia mais e
dizendo:
“Ó profundidade das riquezas, tanto da
sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão
inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou
quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja
recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém” (Rom. 11:33-36).
Para que você leitor não fique pasmo
nem se escandalizado, nós temos uma Palavra de Jesus que é espírito e vida, e
que está registrada no Evangelho de João 16:32-33:
“Eis que vem a hora, e já é chegada,
em que vós sereis dispersos cada um para o seu lado, e me deixareis só; mas não
estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo
tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Lembro-me perfeitamente quando isto
aconteceu comigo. Como foi com os discípulos de Jesus, eu estava andando com
Ele e então os questionamentos começaram a entrar em minha mente, perguntei se
era aqui ou ali que eu deveria ir, freqüentar, buscar, adorar, ter uma
cobertura espiritual de um “Líder religioso”, e aos poucos vi que me afastava
cada dia mais de Jesus; até o dia que me deparei com essa Palavra acima citada.
Vi que estava só! Percebi que no processo de conhecer a Deus fui interrompido pelo
mundo, pela religião e pelos ventos de doutrinas. Porque tudo é uma questão de
fé, aquele que faz alguma coisa em dúvida não a faz com fé. Cada um deve buscar
conhecer a Deus por meio da fé e seguir em convicção a cerca do que se
conheceu. Se o que você crê tem transformado você numa pessoa melhor dia após
dia é Evangelho puro. Quando eu digo melhor, não falo de bens materiais ou
saúde do corpo, pois o reino de Deus não consiste em nada disso (Rom.
14:16-17). Estou falando na frutificação em amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, em
mansidão, crescendo no domínio próprio; em misericórdia, generosidade, pois o
Evangelho, o Reino de Deus, só acontece em único lugar: no coração do homem!
(Luc. 17:20-21). Pergunte a pessoa íntimas a você se o que você crê vem
transformando o seu ser!
Tive que me arrepender de ter
abandonado o processo, e ter deixado de lado o único Caminho que me levava à Verdade
e a Vida.
Em 2005 fui levado pelo Espírito para
estar num deserto. Por três anos inteiros fiquei só. Mas descobri que não
estava só e sim estava com Aquele que sempre procurei e desejei em conhecer.
Somente eu, a Palavra de Deus e o Espírito Santo. Sem cobertura, sem “irmãos”,
sem templos, sem Livros, sem louvor, sem “adoração”, sem “santa ceia”, sem nada, mas tendo tudo do
que precisava! Tive que desfazer de todas as fortalezas instaladas em minha
mente (2 Cor. 10:3-7).
Então discerni o que Jesus quis dizer:
“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz”! Encontrei a Paz!
Finalmente, tive que estar a sós com Deus para encontrar Deus!
Entendi que Ele estava me alertando, a
cerca do que seja o “mundo” (Ler Restauração do Propósito) e me dizendo, que se
eu quiser ainda viver o “mundo” eu só teria o que o mundo pode me dar:
AFLIÇÕES. Que se eu quiser buscar o conhecimento pelos conceitos de homens eu
teria o que os conceitos humanos podem trazer: AFLIÇÕES!
Mesmo Jesus estando só, mesmo Ele
ficando só na hora mais angustiante da Sua vida, Ele disse: Não estou só! E
ainda pode concluir: Eu venci os conceitos, os estilos, as necessidades de
afirmação, os pensamentos, as culturas, as idéias, as tendências, as
geografias, as sociedades, as religiões, as denominações, as instituições, as
seitas, as inimizades... Eu venci o mundo que o homem criou! Tende bom ânimo
meu irmão!
Na seqüência Ele fez uma oração que
ganhou seu clímax dizendo:
“Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo
os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que
os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim
como eu não sou do mundo. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade”.
(João 17: 14-17).
E quem os odiou senão a religião? E
quem os odiou senão aqueles que se diziam guardadores dos oráculos de Deus, os conhecedores
da “verdade”. Hoje estou livre do mundo, livre dos conluios, livre dos
conchavos, livre das paredes, livre das necessidades de afirmação, livre dos
homens e totalmente dependente de Deus. Sou amigo de todos aqueles que querem
andar nesta liberdade do Espírito, sentar-se à mesa da comunhão, repartindo o que
comer e beber, todos os dias da minha vida, anunciando este Evangelho até que
Jesus venha! Sou irmão na fé de todos aqueles, que a partir do Evangelho, e só
do Evangelho, comido e bebido, quiserem caminhar nEle. E neste Evangelho que
anuncio, farei segundo as Palavras dEle quando disse:
“Portanto ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mat. 28:19-20).
Não creio que plantar, ou edificar
construções com tijolos, areia e cimento, podem transformar vidas, e sim
edificações que sejam verdadeiros tabernáculos eternos (Ef. 2: 19-22). Não
acredito em organizações que criam posições ou aparências que se destacam dos
demais discípulos. Penso que o discipulador não precisa de uma condição de vida
que não se iguale ao mais simples dos discípulos, para estar sempre no mesmo
nível dele e poder consolá-lo (2 Cor. 1: 3-7).
Quero sentir a dor dos que choram,
quero sentir a alegria dos que se alegram. Quero trazer em meu corpo as marcas
de Cristo (2 Cor. 11:16-33). E não me envergonho de viver neste Evangelho, pois
creio que Ele é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nEle crer. Não
formo seguidores, faço imitadores de Cristo no Evangelho!
Não edifico sobre outro fundamento que
não seja Jesus Cristo, pois se faço discípulos, é porque me constituo discípulo
dAquele que me ensina a viver em eternidade. Este é o Evangelho ao qual fui
chamado e escolhido. Você quer ser escolhido para viver nEle também? Porque
muitos têm sido chamados, mas poucos são escolhidos por Ele! O Evangelho nos
escolhe, não escolhemos a Ele! (Jo. 15:16).
“Mas nós devemos sempre dar graças a
Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o
princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade, e para isso vos
chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus
Cristo”. (2 Tes. 2:13-14).
Para Jesus Cristo, seja todo, poder,
domínio, glória, honra, autoridade, riqueza e conhecimento, pelos séculos dos
séculos. Amém!
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