“Considera, pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que
caíram, severidade; para contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa
bondade; do contrário também tu serás cortado. E ainda eles, se não
permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus
para os enxertar novamente.” Rm. 11:22,23.
Amados, voltando a nossa atenção para os acontecimentos no mundo,
lembramos das palavras de Cristo com respeito a Sua vinda:
“Propôs-lhes então uma parábola: Olhai para a figueira, e para
todas as árvores; quando começam a brotar, sabeis por vós
mesmos, ao vê-las, que já está próximo o verão. Assim também vós,
quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que o reino de Deus está próximo..”
Mt. 24:29-41; Mc. 13:24-32; Lc 21:25-33.
Isto quer dizer que nos foi deixado uma visão, uma revelação escondida,
oculta até um tempo de reforma, onde ela se tornará uma mensagem, uma
preparação, para anunciar a vinda de Cristo. O que antecede a vinda de Cristo
será um avivamento (Olhe para a figueira e para todas as árvores e veja se já
estão brotando as folhas).
Houve um homem no passado, João, o Batista, que foi levantado para
preparar o caminho do Senhor, um homem que ousou falar da reforma sem temer
pela sua própria vida. (Lc. 3:1-20).
Paulo também viveu neste processo de reforma quando na cidade de Éfeso pregava em uma sinagoga a respeito do
Caminho da Salvação (Jesus), mas o sistema religioso se recusou a crer e
começaram a falar mal da pregação de Paulo (At. 19:8-10), mas ele afastou-se do
sistema e começou a ensinar alguns discípulos fora da sinagoga, ou seja, fora
da “igreja” da sua época!
A cidade de Éfeso era um centro de encantamento e magia (ocultismo), um
lugar verdadeiramente demoníaco. A monta (valor financeiro) dos livros que
foram ali queimados, após a pregação de Paulo (At. 19:18-20), pelos que creram
no evangelho, fala de um suposto poder que se obtinha mediante a recitação de
palavras e nomes secretos contidos naqueles livros! Os livros de Éfeso eram
caríssimos não pela sua capa, mas pela proposta de poder que eles poderiam dar
àqueles que o lessem, ou seja: Poder e riqueza!
Quando olho para este homem, João,
analisando em profundidade o seu tempo, seu contexto religioso, vejo a
importância da figura dele como exemplo para uma geração de reforma que vem se
levantando em nossos dias. João representa ousadia, coragem, simplicidade,
santidade; que vem do deserto, vem de um lugar demoníaco, no meio das bestas
feras.
Primeiro ele tem que vencer as bestas feras do deserto (demônios) para
depois anunciar o caminho do Senhor. Depois ele tem que enfrentar a sua própria
liderança (Judaísmo), mas por último vem o governo secular (Herodes) e o prende
(Lc. 3:20)! A última coisa má que o governo secular fará a geração de reforma
será prendê-la! (Ap. 11:7)
Mas uma característica mais profunda de João salta aos meus olhos: Ele
se tornou um herege para sua época, também foi considerado pela “Igreja”
de sua época um endemoniado! (Lc. 7:24-35). Ou seja, o homem que venceu
os demônios no deserto, agora é julgado pela igreja como um herege endemoniado!
Estas são características de uma geração que traz a reforma, julgam-na
herética e de domínio maligno. O próprio Senhor Jesus falou que assim se
falaria desta geração que prepararia a Sua vinda! A geração da reforma não vem
com uma mensagem fraca (Jo. 7:24b), que pode ser balançada pelas pressões da
opinião humana, ou que pode mudar sua direção conforme o “vento de doutrina”
que querem impor para que se dobre, pelo
contrário, ela tem um ministério profético e apostólico verdadeiro e forte, não
se dobra!
João veio do sistema religioso de sua época, ou seja, ele nasceu e foi
criado dentro do sistema, mas saiu do sistema e foi para o seu deserto ter sua
experiência e conhecer o seu ministério. Filho de Zacarias, sacerdote do
Templo, não temeu deixar sua posição dentro do sistema, não temeu pela sua
reputação, pois era o seu destino substituir a seu pai no sacerdócio levítico,
mas fez de sua vida uma pregação contra o seu próprio sistema religioso.
O alimento (gafanhotos e mel silvestre) do qual João se mantinha fala
de uma comida limpa (Lv. 11:21-22), fala de um alimento sem impureza. Sua forma
de se vestir (roupas feitas de pêlo de camelo) fala de uma vida singela e um protesto visual contra a vida regalada do
sistema religioso de sua época! Não estava ligada a coisas deste mundo (Jo.
7:24-25), como riquezas ou preocupação com bens materiais. Jesus o considera um
verdadeiro profeta! Mas o sistema o considera um herege endemoniado!
Mas porque falamos de reforma num tempo em que a igreja está crescendo
por todo o mundo? Afinal nunca se inaugurou tanto lugar de culto como se vêem
nestes últimos dias. A igreja cresce e arrecada muito para o Reino de Deus! Mas
onde vemos necessidade de reforma? Em Romanos no capítulo 11 está a revelação
deste tempo do fim!
Vivemos num tempo chamado: Tempo da Graça! Precisamos visualizar este
tempo e entendê-lo segundo o plano de Deus. O que a igreja desconhece é que
este tempo foi determinado para iniciar e terminar! Alguns teólogos
dizem que o seu inicio se deu na ressurreição de Jesus e que o seu término será
na ocasião do arrebatamento da igreja. Mas Paulo não nos diz assim em Romanos
11.
Primeiro veio o endurecimento no coração de Israel (judeus) para que os
gentios pudessem ser alcançados. Ou seja, Israel rejeitou a Cristo para que nós
pudéssemos aceitá-lo. Paulo diz que Deus usou de bondade para com os gentios, a
oliveira brava, a fim exercer Sua misericórdia sobre eles (nós), e ao mesmo
tempo, Deus usou de severidade para com os judeus cortando-os da oliveira
cultivada (Jesus). Este processo abre um tempo (Cronus) dentro do tempo
(Kairós) de Deus chamado plenitude dos tempos ou tempo da Graça de Deus!
Agora vejam! “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério
(para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte
sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado”; (Rm.
11:25). O que isto quer dizer? Que Deus abre um processo de endurecimento no
coração dos Judeus para salvar os gentios! Isto nos ensina que o processo irá
se repetir ainda mais uma vez, apenas será invertido: O endurecimento no
coração virá sobre os gentios para que os Judeus sejam salvos: “Porque Deus
encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para
com todos”. (Rm. 11:32).
Isto está de acordo com todas as profecias dos apóstolos a cerca da
igreja dos últimos dias. Ela seria sem amor, apóstata, infiel, e por ai vai, na
verdade tudo o que eram os judeus na época de João e que tem se tornado a
igreja de nossos dias.
Haverá um tempo de avivamento para culminar na vinda de Cristo, mas
este será para os Judeus, pois o nosso tempo da Graça estará encerrado a fim de
começar a restauração de Israel judaico, e então, todo Israel (Judeus e
gentios), lavados no sangue do Cordeiro verão a Glória do Senhor a se
manifestar na Sua vinda! (Rm. 11:25-27). Como o povo judeu dos últimos dias é
em pouco número sobre a terra então não será muito longo este tempo de
avivamento, apenas o suficiente para alcançar o remanescente de judeus que
ainda não estiverem convertidos.
Quando Elias orou contra o seu próprio povo de Israel ele criou um
conflito com seu governo. Ele disse que não choveria mais, e não choveu por
três anos (1 Rs. 17:1-3). Neste intervalo, a Palavra de Deus diz que ele teve
que se esconder devido a suas palavras. E depois que Elias matou todos
os profetas e sacerdotes que serviam a Baal o
Senhor enviou a chuva (1Rs. 18:1-46). Mas outra vez, o sistema
religioso da sua época disse: Vou te matar Elias. E Ele fugiu novamente. Aí na
sua autocomiseração Elias disse: Senhor, mataram todos os teus profetas e só eu
restei, no que o Senhor lhe respondeu: Não Elias, eu ainda tenho escondido sete
mil homens como você que não se dobraram ao sistema!
Em Apocalipse 11 diz que no tempo da reforma serão dados as duas
testemunhas autoridade e poder para fechar os céus para que não chova durante o
tempo em que elas estiverem
profetizando. Diz que são as duas oliveiras, os dois candelabros! Olhando para
Romanos 11 encontrei no vs 17 a
21 duas oliveiras: a cultivada e a brava! Fala de dois povos, judeus e gentios,
fala também de dois ministérios apostólico (Moisés representa a Lei – ou o
velho testamento) e profético (Elias representa a Graça – ou o novo
testamento). Na verdade o Israel de Deus hoje são judeus e gentios convertidos,
mas não todos, só um remanescente de cada! O que poderia significar que as duas
testemunhas do capitulo 11 de apocalipse sejam um remanescente fiel (judeus e
gentios) que virão a se levantar para a vinda de um avivamento dos últimos
dias!
Mas o que esta visão apocalíptica sem grandes assinaturas teológicas
tem haver com a geração de reforma?
Assim como os judeus criaram todo um sistema religioso a respeito
daquilo que deveria ser a sombra das coisas futuras, ou seja, fizeram da figura
como se fosse o verdadeiro, e quando veio o verdadeiro (Jesus Cristo) afim de
ser estabelecido o rejeitaram por não terem a revelação da Palavra. Nós
gentios, temos feito como os judeus, temos mudado a revelação que os apóstolos
lutaram e morreram para nos trazer para se tornar de volta
uma figura do verdadeiro! Ou seja, nós temos reconstruído os templos, um
sistema religioso, o qual Jesus veio para destruir! Ele rasga o véu e nós reconstruímos
o altar onde só os mais santos podem estar! (Mt. 24:1-2; Mc. 13:1-2; Lc
21:5-6). Deveríamos adorar o Pai em espírito e em verdade (Jo. 4:23-24), mas
não sabemos como isto se faz! A única
“verdade” sobre adoração que conhecemos é aquela que praticamos nas
quintas, sábados e domingos quando estamos no templo! Ou seja, criamos um
sistema religioso de adoração, exatamente como no antigo testamento!
Não estamos aqui fazendo apologia àqueles que recriminam as
instituições religiosas (igrejas e comunidades), mas estamos combatendo um
ensino o qual vem sendo semeado em muitas igrejas de que a instituição seja a
casa de Deus! Que milagres ou prodígios só podem acontecer dentro do sistema
religioso! Que a pregação só pode existir se vier de um púlpito, que a unção só
pode ser derramada se o Pastor ungir os fiéis!
Entendemos pelo novo testamento, em diversos textos, de que o templo de
Deus somos nós, e que a habitação do Espírito de Deus é o nosso corpo, por isso
combatemos o ensino de que este templo possa ser construído por homens! Deus
disse que não habitaria em templos feitos por mãos humanas (At. 7:48-50). A
presença de Deus é manifestada em nossas vidas e não entre quatro paredes!
Mesmo que seja força de expressão dizer que a igreja instituição é a casa de
Deus seria no mínimo uma sutileza a fim de mudar o verdadeiro, para fazê-lo
tornar novamente em uma figura!
João foi reformador para combater o ensino religioso de sua época, um
judeu entre os judeus, e agora se levanta uma nova geração de reformadores para
combater o ensino religioso em nossa época, muitos gentios em meios aos
gentios. A geração de reforma vem para restaurar a revelação que foi perdida
nestes últimos tempos. Há quem pregue que Deus só se manifesta em templos,
enquanto o próprio Senhor disse:
“Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto
desligardes na terra será desligado no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós
na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito
por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu
nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt. 18:18-20). Fica difícil aceitar o ensino
de que somente através dos templos é que podemos ter acesso a Deus!
O que estamos reformando? Mentalidade! É a forma de pensar que precisa
mudar, não precisamos nos desfazer dos templos, não precisamos abandonar as
congregações, só precisamos mudar a nossa mentalidade com relação a instituição
igreja!
Enquanto se gastam fábulas de dinheiro com templos, na infra-estrutura,
na modernidade, no conforto, na tecnologia, enfim, tudo que se relaciona com o
sistema religioso, Jesus diz: Porque meu Pai amou o mundo de tal maneira
é que Eu vim, a fim de ser sacrificado, para que Ele reconciliasse pessoas, por
meio do meu sangue, consigo mesmo! (Parafraseando João 3:16). São vidas que
estão no mundo que merecem os recursos que se arrecadam nos templos! É afim
delas que estamos interessados em investir os recursos do Reino de Deus e não
de nossas vidas gordas e inchadas de tanto ouvirmos a Palavra e não fazermos
nada!
Deus investiu seu maior tesouro no mundo, Ele deu Seu Filho unigênito,
e nós investimos nossos recursos e ofertas em tijolos, madeiras, feno e palhas,
(equipamentos, ar condicionado, tapetes vermelhos, luzes coloridas, cadeiras
luxuosas)! É isto que eu vejo nas construções, algo que pode ser queimado pelo
fogo, enquanto o que se investe em vidas nenhum fogo pode consumir!
João era um reformador. Ele precisava mudar a mentalidade de sua época.
Enquanto todos iam ao templo sacrificar ele vinha do deserto para dizer:
Arrependei-vos e convertei-vos... Muitos diziam: João, a minha igreja diz que tenho
que levar a minha ovelhinha (sua oferta de sacrifício) até o sacerdote para que ele possa trazer
perdão sobre os meus pecados, mas João dizia: Venham todos e sejam batizados
aqui neste rio sujo para serem purificados dos seus pecados! Você já imaginou a
heresia que João estava pregando em sua época? E quando a liderança via o que
ele fazia diziam entre si: este homem tem demônio! Eu não ficaria surpreso se
neste momento você não pensasse a mesma coisa de mim se eu te falasse que os
salvos não vão morar no céu!
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