A grande maioria das
chamadas “igrejas” de hoje buscam identificar algumas figuras do Livro de
Apocalipse a partir de conceitos concretos, materiais e não espirituais. Pensam que “A Grande
Babilônia” é uma ordem eclesiástica, denominacional, institucional ou coisa do
gênero. Isto contradiz todo ensino Bíblico a cerca do assunto. Por este motivo,
não tem sido poucas as vezes que vemos estas “ordens” disputando entre si a cerca de qual é, ou seja, a igreja
verdadeira. Só o fato de haver disputa a cerca da verdade é que se vê que
nenhuma delas está firmada na Verdade, pois a Verdade do Evangelho não entra em
disputa, não faz sincretismos, muito menos cria barreiras entre os homens, pelo
contrário, o Evangelho faz cair as barreiras da inimizade, ele une pessoas (não junta pessoas), ele descredencia
nomes e estabelece apenas um Nome, ao qual todo o joelho se dobrará ( Fl.
2:10-11).
A tentativa de
edificar sistemas sociais é muito antiga. O primeiro citado nas Escrituras foi
Babel (Gênises 10 e 11). Ninrode foi o primeiro arquiteto de um sistema
organizacional. Seu nome significa “revolta”, fundou quatro cidades na região de
Sinar, na extremidade do golfo Pérsico. Babel veio a ser a capital da
Babilônia, Ereque foi uma cidade suméria; Acade foi a capital do Sargão, um
proeminente governo do século XXIV a.C; Calné, que significa “todos eles”,
talvez não tenha sido o nome de uma cidade, mas entende-se que exibia a mesma
idéia de comunidade das outras capitais.
Ninrode foi o
primeiro construtor de um reino, assim como Caim, foi o primeiro edificador de
uma cidade. Ninrode distinguiu-se em sua época por ser um grande conquistador,
“herói”, vencedor entre os homens, mais preocupado com seus próprios interesses
do que servir ao Senhor. Tudo isto ele o fez diante do Senhor, debaixo dos
olhos de Deus, o que se entende de uma linhagem “ímpia”, cuja genealogia não
terminaria, ao contrário, seguiria até os dias de hoje.
O propósito dos
construtores de “sistemas babilônicos”, no antigo testamento, é de permanecerem
juntos. Sua aspiração de conquistar o “céu” contrasta diretamente com a ordem
de Deus para se espalharem pela Terra e a cultivarem. (Gen. 1:28; 9:1). Chegar
ao topo do céu é uma ambição muito grande e distante dos propósitos de Deus
(Deut. 1:28; 9:1; Jr. 51:53).
O sistema babilônico
citado em toda a Escritura fala de um pensamento, uma idéia terrena de
comunidade, onde os homens que tivessem o mesmo pensamento poderiam viver. Esta
é a nossa mais antiga forma de sociedade, baseada em um sistema, mente, “espírito de
revolta”. Este sistema opera sempre por meio de edificações,
construções, a fim de se estabelecer um mesmo padrão de mente; de se proteger
dos padrões e mentes contrárias e se
necessário até a morte. Mas trata-se de um sistema ímpio e não se
submete ao Evangelho de Cristo. Pois o Evangelho não fala para se concentrarem
pessoas, mas para se espalharem por todos os sistemas (pensamentos) babilônicos
a fim de derribá-los! (2 Cor. 10: 4-6).
Logo o Planeta vai
experimentar o maior sistema babilônico de todos os tempos: A Grande Babilônia!
Um sistema que unirá povos, raças, línguas e nações dos quatro cantos da terra
para serem uma única mente, comunidade, sociedade, sem diferenças étnicas,
raciais, culturais ou religiosas. Em todo o tempo, esta tem sido a busca do
homem, edificar sistemas que unam as pessoas, que reúnam gente em torno de um
líder, herói, vencedor. O sistema quer criar ordens, instituir filosofias, que
gerem a possibilidade de você vencer e chegar ao “topo do Pináculo” a fim de que
todos possam ver alguma manifestação do seu poder. Nestes sistemas, você deve
galgar as posições hierárquicas até chegar no topo. E quando você chegar lá, no
topo, haverá conquistado, vencido, tornou-se poderoso na terra, tudo diante e
em nome de Deus.
Portanto, Babilônia,
é um espírito, mente, pensamento que comanda os desejos humanos para beber,
comer, comprar, vender, plantar e edificar, onde todos possam fazer todas estas
coisas sempre e da mesma forma, em comunidade e sociedade.
O interessante é que o Evangelho de Jesus tem
propósito semelhante!
Tudo o que vimos até
aqui também é visto semelhantemente no Evangelho. Pois Ele também planta e edifica
em nossos corações um “sistema” chamado O Reino de Deus. Traz uma comida e uma
bebida para nos alimentarmos (João 6: 48-53); faz um casamento com Cristo, porém não compra nem vende, não faz comércio
com nossas almas! Tem um líder, vencedor que se chama Jesus Cristo!
A grande diferença é que no Evangelho só existe um único lugar
geográfico para todas estas coisas acontecerem e Jesus disse:
“Sendo Jesus
interrogado pelos fariseus sobre quando viria
o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem
com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali!
pois o reino de Deus está dentro de vós”.
(Luc. 17:20-21)
Única e muito grande é a diferença em
relação ao sistema dos homens. Vimos os discípulos tentarem perverter o
Evangelho no monte da transfiguração. Bastou uma visão a cerca da Glória de
Deus e veja o que acontece:
“Ora, Pedro e os que estavam com ele
se haviam deixado vencer pelo sono; despertando, porém, viram a sua glória e os
dois varões que estavam com ele. E, quando estes se apartavam dele, disse Pedro
a Jesus: Mestre, bom é estarmos nós aqui: façamos, pois, três cabanas, uma para
ti, uma para Moisés, e uma para Elias, não
sabendo o que dizia”. (Lc. 9: 32-33).
A primeira coisa que Pedro pensa: “bom
é estarmos aqui”. Parece até um corinho que conheço sobre comunidade. Depois
ele quer cercar a glória de Deus e os dois mensageiros enviados a falar com
Jesus, e para isto ele quer edificar três cabanas. Deus fala para eles ouvirem
o Filho e o que Jesus faz é desfazer toda aquela visão antes que o homem a
queira organizar de acordo com sistemas babilônicos.
Babilônia é um sistema que imita o
Evangelho, parece Evangelho, tem cara de Evangelho, segue de forma física o que
é para ser edificado de forma espiritual. Quer edificar do lado de fora o que é
para ser edificado apenas do lado de dentro do ser. Não é a toa que grande
parte dos cristãos estão deformados espiritualmente. Tem aparência de igreja de
Cristo, mas nega em seu ser o poder do Evangelho. (Tt. 1: 16).
Mas Pedro entendeu o significado do
que seja o Reino de Deus depois de receber o Espírito Santo. Ele pregou para
uma multidão e viu muitos se converterem à verdade do Evangelho e resistiu à
vontade de edificar uma tenda e dizer: “Bom é estarmos aqui para louvarmos a
Deus”. Ao contrário, deu-se ao Evangelho a oportunidade de propagação em massa,
pois cada uma das almas convertidas foi para lugares diferentes e anunciaram a
Jesus ressuscitado. Evangelho esse que só cabia em um lugar: inscrito dentro
do coração, pois eles não carregavam nenhuma Escritura nova do
lado de fora, senão alguns que possuíam pergaminhos das antigas Escrituras (2
Tm. 2: 1-2). E cada um que se convertia tornava-se um pregador das boas novas.
O que não os impedia, de todas as vezes que se encontravam, realizar uma ceia
para se renovarem, alegrarem e comungarem da mesma fé do Evangelho. Detalhe:
sem liturgias, sem formatações, sem engessamentos (paredes), sem vínculos com
sistemas filosóficos ou religiosos, apenas sentavam-se para beber e comer do
Corpo de Cristo, sem um representante legal, sem um líder, pastor, sacerdote,
guru, xamam, exclusivo que possa “apresentar a Deus os elementos
representativos da ceia”.
Como disse Paulo aos Coríntios, em
todas a vezes que vocês combinarem em se reunir, esperem uns pelos outros,
tragam os alimentos de suas próprias casas, pois pode ser que alguém não tenha
o que compartilhar e será suprido na falta do alimento para ceia. E quem tem o
que comer em casa, que faça uma “boquina” antes de ir, para que na reunião
(igreja), a ceia, não se torne apenas
uma ingestão de alimentos e sim de elementos, figuras espirituais!
Paulo sabia que a comunhão era um
lugar de recobrar o ânimo e as forças (Fil. 2:19-21). Como aquele que está
cansado na caminhada e encontra um lugar de pouso e de descanso por alguns
momentos. Mas sabia também que a igreja não é um ambiente geográfico, físico e,
portanto, ela tem pernas e não pode ficar sentada o tempo todo, não pode fazer
da comunhão um lugar de liturgias, e
de cultos religiosos, pois o culto que se oferece e agrada a Deus, é o
de se apresentar corporalmente como um sacrifício vivo ante as mentalidades
babilônicas, vivendo dia a dia um Evangelho vivo de se dar em amor, paz,
alegria, mansidão, temperança, domínio próprio, paciência, fidelidade e
bondade. Fazer isto em meio dos que
fazem o mesmo que recompensa tereis?
Nas cidades por onde Paulo passava
evangelizando, foram escolhidos alguns homens segundo a fé do Evangelho e
chamados “anciãos das igrejas” que guardavam o modelo de ensino de Paulo, bem
como o testemunho dos apóstolos. Estes eram homens idôneos que tinham
compromisso com a verdade a cerca de Jesus, cuja missão era manter viva a sã
doutrina do Evangelho na consciência dos homens. (1 Tm. 3: 1-16; Tito 1: 5-16).
O que não significa que estes homens levantariam paredes, tendas ou templos
para ensino do Evangelho, mesmo porque o que se aprendia era muito simples e de
poucas palavras e muito poder (Rom. 1: 16-17; 1 Cor. 1: 16-18).
Como Ninrode, no velho testamento,
houve outro conquistador na História: Por volta do ano 320 da era cristã surge Constantino. Este homem fundou a
religião chamada Cristianismo e a humanidade experimentou 1.200 anos de trevas.
Por volta de 1.500, um clérigo do
sistema babilônico de Constantino conheceu as Escrituras do Novo Testamento e
teve um entendimento claro a cerca do que fosse o Reino de Deus. Iniciou seus
ensinos debaixo das barbas do sistema babilônico e foi expulso, quase morto. De
volta a Alemanha, seu país de origem, foi-lhe dado a oportunidade de traduzir o
Novo Testamento para o Alemão. Porém quando o povo descobriu o engano de 1.200
anos de sistema tirânico, fez-se algo que assustou o clérigo. Uma “revolta”
levou-os a uma guerra contra o sistema babilônico e muitas pessoas morreram.
Percebe-se que os homens apenas lutaram contra a carne e contra o sangue, mas
não contra os principados e as potestades nas regiões celestes, o que
determinou um outro engano e continuariam a plantar e edificar novos sistemas
babilônicos, com nomes diferentes até os dias de hoje. Foi como arrancar a
cabeça de uma Hidra, para cada cabeça que se arranca nasce duas novas.
Mas é no fim dos tempos que a Grande
Babilônia irá cair. Não haverá mais sistemas humanos tentando matar o
Evangelho, ele finalmente será destruído pela manifestação da vinda do Senhor.
E para aqueles que se preocuparam em edificar o Reino de Deus do lado de dentro
do ser, e não em paredes e concretos do lado de fora, se entenderá o que está
escrito no Livro aos Hebreus:
“Vede que não rejeiteis ao que fala;
porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os
advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos
adverte lá dos céus; a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele
prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o
céu. Ora, esta palavra -Ainda uma vez-
significa a
remoção das coisas abaláveis, como coisas criadas, para que permaneçam as
coisas inabaláveis. Pelo que, recebendo nós um
reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual
sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor; pois o nosso Deus é um fogo consumidor”. (12: 25-29).
Quanto a você, leitor, que insiste em
viver uma mentalidade que segue um sistema babilônico tenha em sua consciência
este aviso:
“Depois destas coisas vi descer do céu
outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada com a sua
glória. E ele clamou com voz forte, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia,
e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de
toda ave imunda e detestável. Porque todas as nações têm bebido do vinho da ira
da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram
com a abundância de suas delícias. Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não
sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque
os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniqüidades
dela. Tornai a dar-lhe como também ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro
conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber dai-lhe a ela em
dobro. Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, tanto lhe dai de
tormento e de pranto; pois que ela diz em seu coração: Estou assentada como
rainha, e não sou viúva, e de modo algum verei o pranto. Por isso, num mesmo
dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida no
fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga”. (Apocalipse 18: 1-8).
Naqueles dias que antecedem a vinda do
Senhor, será como nos dias de Noé e de Ló. São figuras que representam o antigo
e novo testamento, uma que foi justificada pela fé no sacrifício expiatório
figurado (Noé) e outro no sacrifício real Cristo. Noé salvo pela arca e Ló
salvo pelo dois anjos que representam Jesus e o Espírito Santo. Mas nos tempos
de Ló, quando os anjos tiveram que arrancar Ló do sistema babilônico (Sodoma),
sua esposa, apesar de sair do sistema o seu coração permaneceu no sistema e
tornou-se numa estátua de sal.
Conheço alguns homens fiéis a Deus, como
Daniel, que embora vivam do sistema babilônico, não se contaminam com ele.
Porém, como Daniel, são poucos, e a cada dia eles estão percebendo um êxodo de
pessoas migrando para o sistema da babilônia, preferindo outro alimento. Em
Apocalipse 11 vemos duas testemunhas, como Noé e Ló, como Moisés e Elias, que
representam remanescentes fiéis das duas alianças. Judeus e gentios convertidos
pelo Evangelho testemunharão contra o sistema babilônico representado no texto
por Sodoma e Egito, e serão mortos pelo sistema. Fala de uma exclusão literal
da Grande Babilônia que está por vir com sua marca, definindo de uma vez por
todas quem é e quem não é do Evangelho. Nosso tempo de decisão está terminando,
e você decidirá, mais cedo ou mais tarde, a qual sistema você pertence.
Nenhum comentário:
Postar um comentário