PARTE I – OS MOVERES DE DEUS
Há doze anos estamos
estudando os moveres de Deus através dos tempos. Em análise mais aprofundada, o
que ocorreu de modo marcante no séc. XX, que vai de um grande mover de
derramamento do Espírito Santo e seus dons espirituais em Los Angeles-EUA, no
inicio do século, quando William Seymor, um filho de escravo torna-se, aluno do
seminário do professor Charles Fox Parhan, em Janeiro de 1906, e protagonista
do que Deus realizou na Rua Azuza. Iremos até o final daquele século, com o
movimento de discipulado através de grupos celulares. Olhando para acertos e
erros por partes de homens que eram líderes em suas épocas, tentaremos
descobrir um equilíbrio através dos moveres de Deus e dele tirarmos o melhor
proveito.
Penso que todos os
moveres de Deus não são um fim em si mesmos, mas ferramentas ou
alavancas para se alcançarem um propósito. Desde que descubramos “o
propósito” saberemos usar legitimamente os moveres de Deus para caminharmos em
uma direção correta e do modo equilibrado.
Pude perceber nestes
estudos, que as gerações passadas, quando identificavam os moveres de Deus,
aprofundavam-se neles, mas não sabiam o que fazer depois que passava o mover,
Deus já estava fazendo outra coisa e eles estavam querendo o mover antigo
(“quem mexeu no meu queijo”, se você não leu, leia!) – não estamos falando do
que o Espírito Santo faz nas reuniões da Igreja, nos “cultos semanais e de
domingo”, estamos falando do mover de Deus através dos tempos, do “kairos” (tempo)
de Deus. Com o passar desse tempo, o mover perdeu sua intensidade, pois a
igreja não soube identificá-lo com fins de “propósito eterno (Lv.
16:34)” e logo passou, e tornou-se outro... e em outro... e assim até os dias
atuais.
Citaremos três exemplos
do começo ao do fim do séc. XX:
1º) As grandes campanhas
de cura de William Branham (1909 – 1965);
2º) o movimento de
discipulado celular com Juan Carlos Ortiz na Argentina na década de 70 e;
3º) o mover de
prosperidade nos dias de hoje.
De um lado as grandes
manifestações do Espírito Santo com grandes milagres e prodígios, do outro, a
busca pelo conhecimento, ou fundamento da palavra de Deus, e ainda, o alcance
da vida material abundante. Três ministérios se vêem operando aqui: o
profético, o apostólico e o de mestre.Todos os moveres perderam seus propósitos
de vista, porque nós não o descobrimos; fluíram nos moveres enquanto existiam,
mas não souberam alcançar o fim (propósito) deles.
Vamos entender melhor
isto: para que serve o mover de cura? Curar! Certo?... Errado! Deus não tem seu fim (propósito) na cura
em si mesma, como se isto fosse o seu objetivo final, pois muitos foram curados
no tempo de Jesus, porém poucos alcançaram o propósito de Deus que é a vida
eterna, morreram sem alcançar o seu fim, ou propósito! (Mc. 2:5)!
Para que serve o mover de
discipulado? Multiplicar! Certo? Errado! Multiplicação
sem crescimento de vida espiritual com fruto do Espírito Santo e amor (pelas
almas perdidas e/ ao próximo) não é crescimento, é inchaço, gordura (gordura no
VT é para ser queimada)! Seu eu tenho 100 membros amadurecidos e aplicar o
discipulado e, amanhã eu tiver 1000 membros também amadurecidos, isto é
crescimento! Se 1000 estiverem vivendo em amor, cheios do Espírito Santo, em
plenitude de dons e conhecimento da Palavra, então terei tido um crescimento e
não um inchaço (Ef. 2:21-22). É interessante vermos as denominações relatando o
seu crescimento, mas quando verificamos, em sua grande maioria, são membros que
vieram de outras denominações. Perguntamos aos líderes: Quantas almas foram
batizadas este ano? Dez ou quinze! E qual foi o crescimento de membros este
ano? Noventa ou cem! É fácil percebermos que isto não é crescimento, mas uma
mudança de local de culto por parte da grande maioria dos membros!
Para que serve o mover de
prosperidade? Para que nós tenhamos uma vida abundante nos bens materiais e
contribuamos mais para a “obra de Deus”. Certo? Errado!
Deus nunca teve este objetivo (Is. 55:2; Mt. 6:33; 1 Tm. 6:8), porém sempre
proveu um período em abundância, para que o povo dele pudesse suportar os
tempos de seca que viriam depois ( Gn. 41: 25-34; Ex. 16:4-5; Ap. 12: 14-18). É
interessante neste último exemplo, que o povo de Deus não está se apercebendo
que este tempo de seca já está próximo (grande tribulação).
Vejam: “Faça isto Faraó:
nomeie administradores sobre a terra que tomem a quinta
parte do produto da terra do Egito... e ajuntem eles todo o
mantimento... e amontoem... assim será o mantimento para provisão da
terra... para que a terra não pereça de fome”.Gn. 41:34-36. Agora
compare: “... e a terra, porém acudiu a mulher, e a terra abriu a
boca e tragou o rio que o dragão lançara de sua boca” (Ap. 12: 16-17). Agora,
alguns dizem que esta passagem se refere aos judeus... Amém! Mas se não,
é melhor o povo de Deus começar a entender o que deve fazer com o movimento de
prosperidade! Adquiram terra!
Enquanto muitos estão
gastando os frutos da prosperidade com coisas fúteis, outros poucos estão se
preparando para o tempo do “... tardando o noivo...” (Mt. 25:5); pois
aqueles esperam a vinda do Cristo em um determinado tempo (antes da grande
tribulação), estes, porém, estão provendo para si mantimento (espiritual e
material) para o caso do noivo tardar no tempo da sua vinda!
O ser apenas profético (pessoas
espirituais nos dons de conhecimento e sabedoria) ou o ser apenas apostólico (pessoas
espirituais no conhecimento e fundamento da Palavra para se estabelecer igrejas
como pessoas) ou ainda, o de apenas ensinar o que fazer nos tempos de dificuldade
(pessoas espirituais no ensino da palavra) não
faz uma igreja ajustada, perfeita e viva! Mas o principio de unidade
revelado em Ef. 4: 1-16, é a verdade que nos traz o equilíbrio da vida cristã!
“... Deus assim formou o
corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que
os membros tenham igual cuidado uns dos outros... e pôs
Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas,
em terceiro mestres, depois operadores de milagres,
depois dons de curar, socorros, governos,
variedade de línguas. Porventura são todos apóstolos? São
todos profetas? São todos mestres? São todos operadores de milagres? Todos têm
dom de curar? Falam todos em línguas? Interpretam todos?” (1Cor. 12:24-30).
Ministérios e dons (1 Cor. 12:4) são ferramentas para edificarmos em
unidade a igreja de Deus visando o bem comum (1 Cor. 12:7). Uma igreja
(organismo) se faz com a presença das cinco graças ministeriais.
Paulo não está
estabelecendo uma ordem de valores (mais ou menos importantes), mas de um
perfeito crescimento! Feito por um sábio arquiteto. Por isto ele
diz em Ef. Ef. 2:20: “... edificada sobre o fundamento de apóstolos e
profetas...” (eles – os ministérios - vêem como primícias na construção de
fundamentos). Não são os ministérios: pastoral, evangelístico ou de mestre que
fundamentam uma igreja. O fundamentar cabe aos ministérios apostólico e
profético. O que não significa que precisamos de vários líderes ao mesmo tempo,
mas que estes ministérios devem estar dentro deles, como Paulo, por exemplo, que
tinha os cinco ministérios! Por isto ele
diz: “eu como sábio arquiteto”. Ele sabia o que deveria exercer primeiro para
que a edificação se tornasse firme. Em todos os moveres, esta ordem é
estabelecida nessa seqüência. Primeiro vem uma palavra – (ministério
profético), alguém anuncia e depois alguém a estabelece – (ministério apostólico),
depois vem as demais graças. A busca pela plenitude das manifestações do
Espírito Santo é uma ordem do Senhor, mas o propósito, finalidade, para que se
destinam, devem ser encontrados, compreendidos e estabelecidos!
O que vemos no texto da
transfiguração? Os ministérios Apostólico e Profético (Moisés e Elias. O VT não
fala de ministérios para leigos) fundindo-se em Cristo, em amor e em comunhão
(sangue e pão). Deu-se a Igreja a oportunidade de ser “perfeita”
(do grego “perfeita” = teleós – aquele que cumpre a sua missão, propósito).
Queremos que a Igreja de Jesus seja teleós! Perfeita no cumprimento de sua
missão (1 Cor. 2:6; Fl. 3:15).
A unidade (agrupamento de
pessoas com a mesma mentalidade) e não a união (agrupamento de pessoas
com mentalidade e propósitos diferentes) é o princípio para se ter o equilíbrio
cristão; vemos que a “verdade” em “amor” = fundamento em Cristo, prevalece (Ef.
4:15), gera um crescimento perfeito. A presença de Moisés e Elias, diante de
Jesus, é a verdade que diz que esses ministérios são completos em Cristo –
quando fundados em amor, e que Cristo veio edificar a nova aliança usando estes
dois ministérios como ferramentas na sua missão. Ele era profeta e era
apóstolo, assim Ele estabeleceu a igreja!
Agora segura tudo isto e acompanhe a
história e veja como a falta de unidade (mentalidade) perde o foco (propósito).
Um dos motivos que levou a saída de
Juan Carlos Ortiz da visão celular foi à falta de unidade (mesmo sentimento,
mesma mentalidade – Rm. 15:4-6; Fl. 2:5; 1Pe. 3: 8-16) entre os líderes.
Um fato foi responsável pela perca da visão. Um dos pastores cometeu um pecado
de adultério; foi disciplinado pela maioria do grupo e afastado de suas funções
ministeriais por determinado tempo. Ortiz defendeu que o sangue de Cristo nos
purifica de todo o pecado, e uma vez confessado com arrependimento, não haveria
motivos para a permanência do ato disciplinar. Já a maioria disse, que tal
isenção, levaria a confusão, leviandade e imoralidade, fazendo com que os
pastores que viessem a pecar teriam seus ministérios assegurados só pelo
arrependimento e confissão dos pecados, dando margem para os mais diversos
tipos de pecados.
Mas vamos ver o principio de Deus para
esta situação. Mt. 18:15-35. O assunto aqui é como tratar o pecado de um irmão.
Todo o texto se refere ao mesmo assunto. Vemos que no vs 18 e 19 Jesus estabelece
que a igreja tem livre-arbítrio de ligar e de se desligar do corpo. Vemos Paulo
fazendo isto – desligando - em 1 Cor. 5: 2, 5, 7, 11 e 1Tm. 1:20; mas vemos
também o mesmo apóstolo reconciliando - ligando - em 2Cor. 2: 5-11. Mas há uma
igreja credenciada para fazer isto. Ela está revelada no vs 20. A
palavra “nome” em grego é “onoma” quer dizer caráter. Portanto a igreja que
usa legitimamente o caráter de Cristo sabe ligar (perdoar)
na terra e nunca desligar no céu! “Quando vocês estiverem reunidos no meu caráter
poderão ligar e nunca desligar” (Parafraseando vs 20). Se eu ligo, ou seja, se nós
perdoamos alguém na terra também somos perdoados no céu. Se não perdoou na
terra não sou perdoado no céu. Mateus 6:14 - Porque, se perdoardes aos homens
as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”
Quando houver o fundamento amor ela
poderá usar desta autoridade que lhe foi concedida! Por isso que Jesus, em
seguida, fala de um senhor que sabe perdoar dívidas (pecados) e de um servo mau
que não sabe! Tudo que perdoamos na terra ligamos no céu, e tudo que retemos
como perdão na terra, desligamos no céu!
Outro exemplo da falta de continuidade
dos moveres de Deus foi no ministério de cura de Branham, no inicio do século,
quando ele foi ceifado por Deus (falecimento precoce através de um acidente de
carro), ao começar a fazer para si reivindicações exaltadas e absurdas, a
respeito de sua posição pessoal no mover de Deus para os fins dos tempos. Foram
várias visões apocalípticas e predições a respeito “do fim” para o ano de 1977,
isto o levou ao descrédito popular. Chegou até mesmo a dizer que ele era o
profeta no espírito de Elias para o séc. XX, que anunciava a segunda vinda do
messias! Foram apenas vinte anos de ministério e Deus teve que fazer outro
mover! Ele perverteu o propósito, foi além daquilo que Deus o chamou para
fazer!
Todas as
vezes que Deus precisa fazer algo novo é porque o homem perverteu o que havia,
pois Deus não faz nada errado ou incompleto, mas o homem tende a ser corrompido
no seu interior.
Vemos até aqui que não há nenhuma
possibilidade de ação perfeita da igreja sem o fundamento amor e as cinco
graças ministeriais ativas.
Parte II – O MOVER ESTABELECE O REINO
Estamos diante dos últimos moveres de
Deus para restabelecer seu reino, aquele que foi dado a Adão no Éden e
vendido a Satanás por uma cobiça. O homem não pôde sustentar o domínio por
muito tempo ante as suas fraquezas, pois a alma sem o Espírito de Deus no governo
do seu ser tende a se perder em concupiscência. Mas Deus proveu para a
humanidade Aquele que governaria todo o universo com cetro de equidade (Gn.
49:10; Nm. 24:17; Sl. 60:7Sl. 110:2) e estabeleceria para sempre no interior do
homem a Sua eterna morada.
Na verdade, o reino foi estabelecido
em Cristo através da Cruz, mas Ele é a primícia de muitos irmãos (1 Cor.
15:20-28), o primeiro de um grande reino e, até o dia em que Jesus entregar o
reino ao Pai (vs. 24), há de se completar o número de salvos ( At. 2:47).
Entregar o “reino” ao Pai fala de entregar domínio, poder, força e glória.
Cristo resgatou tudo isto na Cruz. Então o que lhe resta é destruir tudo o que
ainda resiste ao reino dEle! Até que Jesus venha novamente, um povo está sendo
chamado à salvação em Cristo, ao lugar de domínio, de força e de glória
novamente, o qual foi dado ao homem por Deus desde a fundação do mundo. A
glória de Cristo é a Sua igreja (Is. 62:2-3; Fl. 4:1;1 Ts 2:19 Ap. 12:1) e
outros estão sendo destinados (homens e espíritos malignos) a eterna destruição
por não aceitarem o domínio do Reino de Deus.
O que vemos até aqui é, que o
equilíbrio da vida cristã está em encontrarmos o propósito de Deus para a Igreja
dentro do seu tempo, pois nós somos a Igreja, o corpo de Cristo e
cooperamos com Cristo para finalizar o Seu reino na terra: “e Jerusalém, sobre
os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós,
os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso
até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra...”(Is.
62:6-7).
Creio que a carta aos Efésios é a síntese do
nosso editorial. Temos nos dedicado muito em estudá-la do ponto de vista
“propósito de Deus para a Igreja de Cristo”. O texto base está em Ef. 3:10
“Para que a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada, por meio da
igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes”.
Juntamente com este texto, analisaremos o de 1 Cor. 15: 24-25: “Então virá o
fim, quando Ele entregar o reino a Deus Pai, quando houver
destruído todo domínio e toda a autoridade e todo o poder (pecado, Lei e
morte). Pois é necessário que Ele reine até que haja posto
todos os inimigos debaixo de seus pés”. Se olharmos para Sl 110:1,
poderemos perceber, que tudo isto se dará depois da sua vinda, pois Deus está
dizendo: assenta-te a minha direita... até que eu ponha os
teus inimigos por escabelos de seus pés. E, segundo Hb. 10:12-13, isto
ainda não ocorreu! Dois já estão sob o governo de Cristo: A Lei e o pecado.
Falta a morte!
“... daí por
diante
esperando,
até que sejam postos os seus inimigos por escabelos dos seus pés”. Pois Ele aguarda a
remoção das coisas abaláveis. (Hb. 12:27).
Enquanto a
Igreja do Senhor não se completar com aquele número de salvos, que possuem
autoridade para governo (1 Pe. 2:9) das regiões celestes (Ef. 3:10b),
Deus não pode enviar seu Filho. Então enquanto isso é necessário que Ele ainda
permaneça reinando, até que a igreja encontre o seu lugar de governo em
Cristo e Ele possa entregar o reino ao Pai, para que então o Pai, possa
colocar todos os seus inimigos debaixo de seus pés e destruí-los para sempre!
Este tempo há de completar no fim do milênio quando Cristo destruirá todo o domínio
(pecado), força (da Lei) e toda a poder/potestade (da morte), eliminando
definitivamente tudo que resiste ao Seu Reino. (Ap. 14:14-16; 20:1-10)
Por último
ainda, analisaremos tudo isto comparando com o texto do cap. 2 de Apocalipse: A
igreja de Éfeso, cuja vitória é o direito de comer da árvore da vida (vida
eterna) que está no paraíso, ou seja, um símbolo escatológico em que o homem é
restaurado à sua comunhão perfeita com o Criador que havia antes da morte
entrar no mundo pela via do pecado (cobiça).
Primeiramente
um esboço geral da carta de Efésios retirado da Bíblia de Estudo NVI:
“Diferentemente
de várias das outras cartas que Paulo escreveu, Efésios não lida com nenhum
erro ou heresia em particular. Paulo escreveu para expandir os horizontes de
seus leitores, a fim de compreenderem melhor as dimensões do” propósito
eterno de Deus “e da Sua Graça, passando a valorizar os alvos
sublimes que Ele estabeleceu para a Sua Igreja”.
A carta
começa com uma seqüência de declarações a respeito das bênçãos de Deus, estando
incluindo aí um sem-número de expressões notáveis que ressaltam a sabedoria,
a presciência e o propósito de Deus. Paulo frisa que fomos salvos não
somente para o nosso benefício, mas também para trazer louvor e glória a Deus.
O ponto culminante do propósito de Deus, na dispensação da plenitude dos
tempos, é fazer todas as coisas no universo convergir em Cristo (1:10). É
crucialmente importante que os cristãos reconheçam esse fato, de modo que em
1:15-23 Paulo ora a favor do entendimento deles (uma segunda oração
aparece em 3:14-21).
Tendo
explicado os grandes alvos que Deus estabeleceu para Sua igreja, Paulo passa a
demonstrar os passos para que esses alvos sejam alcançados. Primeiro: Deus
reconciliou indivíduos consigo mesmo num ato de Graça (2:1-10). Segundo: Deus
reconciliou entre si esses indivíduos, pois Cristo, mediante sua morte, rompeu
as barreiras entre eles (2:11-22).Mas Deus, além disso, uniu esses indivíduos
reconciliando-os num só corpo: a Igreja. Esse é um “mistério” que não
era plenamente conhecido antes de ser revelado a Paulo (3:1-6). Agora, Paulo
pode declarar com clareza ainda maior o que Deus tem planejado para a Igreja, a
saber: que ela seja o meio pelo qual Deus demonstra sua “multiforme
sabedoria” aos “poderes e autoridades nas regiões celestiais” (3:7-13).
Fica claro que mediante as repetições de “nas regiões (ou lugares) celestiais”
(1:3, 20; 2:6; 3:10; 6:12) que a existência cristã não se restringe
meramente ao plano terrestre. Recebe o seu significado e relevância
no céu, onde Cristo está assentado à direita de Deus (1:20).
Mesmo assim
essa existência é vivida na terra, onde a vida diária prática do crente
continua a levar adiante os propósitos de Deus. O Senhor exaltado deu “dons”
aos homens, membros da igreja, capacitando para auxiliar uns aos outros e assim
promover a unidade e maturidade (4:1-16). A unidade da igreja debaixo da
supremacia de Cristo pronuncia a unificação de “todas as coisas, celestiais e
terrenas” em Cristo (1:10). A nova vida de pureza e de sujeição mútua entra em
nítido contraste com a antiga maneira da vida sem Cristo (4:17; 6:9). Os
“fortes no Senhor” tem vitória sobre o maligno no grande conflito espiritual,
especialmente pelo poder da oração (6: 10-20)”. (Comentário Bíblico NVI)
Podemos
entender ao lermos esta carta, que a intenção do conhecimento dela fosse
universal, ou seja, todas as igrejas (em todos os tempos). Podemos entender
facilmente que Paulo fala de propósitos de Deus, e para o estabelecermos,
teríamos que nos informar a respeito de tudo:
1)Qual é;
2) para
que;
4) de que
maneira colocar em ação;
3)contra
quem lutamos;
5) como nos
proteger do contra-ataque. Enfim uma carta riquíssima que passaremos analisar
nos próximos capítulos.
PARTE III – EDIFICANDO O REINO
Ao lermos
sobre o mover de Deus nos anos 70, na então China comunista (cortina de bambu),
pôde-se perceber uma coisa em comum com a era da igreja primitiva: ambas
cresceram em meio a uma perseguição. Pesquisas revelam que no período de 1949 a
1976 (ano da morte de Mao-Tsé-Tung) o número de protestantes na China passou de
1 milhão para 50 milhões; claro que num país de 1 bilhão de habitantes este
crescimento torna-se irrelevante, mas a curva de crescimento foi no mínimo
surpreendente. Como pode? O inimigo era visível e cruel, e o cerco sobre as
igrejas foi violento; o período de torturas, cadeias e execuções foram longos,
e mesmo assim o número de salvos ia progredindo cada vez mais! Como? É neste momento que conseguimos visualizar os
fatos com o contexto da carta aos Efésios.
Muitos
teólogos são unânimes em afirmar que por ocasião da vinda (parousia) de Cristo
um grande mover de Deus estará sendo enviado para despertar a igreja,
restaurando vidas, operando curas e grandes milagres e prodígios hão de
seguirem este mover. Não discordamos deles, pois as manifestações do Espírito
sempre trouxeram curas e libertações por toda a história dos avivamentos da
igreja, mas veremos o porquê da necessidade destas manifestações virem a
acontecer: Simplesmente porque que elas serão necessárias ao povo de Deus,
ao remanescente fiel!
Em Rm. 11 o
Apóstolo nos traz uma revelação muito importante para o tempo do fim. Ele
começa ensinando que a manifestação da graça aos gentios só foi possível devido
o endurecimento dos judeus quanto ao evangelho de Cristo: “Porque não quero,
irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que
o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios
haja entrado (Rm 11:25)”; Paulo diz “em parte” em dois sentidos, pois
nem todo judeu permaneceu incrédulo, e o endurecimento não foi por tempo
indeterminado, mas haverá um tempo de reconciliar os judeus da “última hora”
como está escrito: “assim também estes agora foram desobedientes, para também
alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada” (Rm. 11:31).
Mas agora,
nestes últimos dias, para que a misericórdia de Deus possa alcançar os judeus,
outra apostasia virá, mas não sobre Israel judaico, mas sobre Israel espiritual
“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de
misericórdia para com todos” (vs. 32). E isto é a verdade, pois o próprio
apóstolo Paulo nos diz que nos últimos dias viria tempo de apostasia, tempos de
mornidão espiritual, tempos de homens gananciosos, tempos de doutrina de
demônios... E sobre quem virá? Sobre a igreja que se assemelha ao judaísmo como
na época em que Jesus foi encarnado. Nós somos a igreja que diz conhecer a
Deus, diz servir a Deus, diz oferecer o verdadeiro sacrifício, mas que na
verdade já está na soberba espiritual:
“Ao anjo da
igreja em Sardes escreve: Isto diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e
as estrelas: Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. Sê
vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque
não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus. Lembra-te,
portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.
Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora
sobre ti virei” (Ap. 3:1-3). A palavra fala de um momento súbito, do
aparecimento repentino de Cristo. Esta é uma das igrejas dos últimos dias!
Uma grande
manifestação de graça virá nos últimos dias, mas virá sobre Israel judaico e
não sobre a igreja gentílica apóstata! Porém, do mesmo modo que alguns judeus
na época em que Jesus foi encarnado eram remanescentes quanto a crer no
Messias, assim também nos últimos dias existirá uma igreja gentílica
remanescente que subirá com advento da vinda de Cristo. Falaremos nisto mais a
frente detalhadamente.
Podemos ver
um exemplo da necessidade das manifestações do Espírito ante ao avivamento no
tempo fim quando estudamos a revolução cultural na China. Vimos como esta
causou um desequilíbrio grande em sua estrutura político-econômica. Muitos
faliram e ficaram pobres da noite para o dia; sem acesso aos benefícios de
auxilio doença ou alimentação gratuita, como é o caso quando ocorrem grandes
catástrofes. O mover de Deus na China neste período foi tão intenso que o que
para nós é sobrenatural para eles já era natural. Curas, libertações, milagres
e até na falta de alimentação Deus supria milagrosamente. O Senhor os abençoava
com chuva e sol na medida certa para que a Igreja remanescente produzisse e
sobrevivesse com o seu próprio plantio (“a terra acudiu a mulher” Ap. 12:16).
Jeovah-Jireh era visivelmente adorado! Que venha a grande tribulação!
Paulo ora
em dois textos de Efésios (1:15-23 e 3:14-21) para que o nosso entendimento
venha ser iluminado e recebamos o espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento de Cristo (1:17)! Não falamos de sabedoria e
revelação das nossas necessidades e da vida dos irmãos, mas um espírito que
nos leve ao pleno conhecimento de Cristo (1 Cor. 2:14-16). O “poder”
está em conhecer a Deus e não em revelarmos os problemas das pessoas. Se
você conhece a Deus o teu inimigo saberá e estremecerá (“fazendo-o conhecer a
multiforme sabedoria de Deus Ef. 3:10b)”. “... quem jamais conheceu a mente
de Cristo para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente (sabedoria) de
Cristo (1 Cor. 2:16)” Temos? “... na verdade entre os perfeitos falamos
sabedoria... 1 Cor. 2:6”! Ah, entre os perfeitos (teleós)! Ou falamos ou estamos tateando no escuro, em
dúvidas, perdidos nos moveres e nos propósitos de Deus?
Senão
vejamos: Antes dos 400 anos de período intertestamentário, queremos lembrar de
dois dos fatos mais importantes que precederam a vinda do messias encarnado:
1º) a reconstrução
do templo e da cidade de Jerusalém (Tabernáculo – grave isto!) (Esd.
3:12-13; 4:12) e;
2º) a
reconstrução dos muros (guardar – grave isto!) da cidade de Jerusalém
(Ne. 4:6).
Vemos em
Ap. 21:9 o anjo que diz: Vem (João), que te mostrarei a noiva, a esposa do
cordeiro. Porém no versículo seguinte ele não mostra a noiva nem a
esposa, mas uma cidade! Será que o anjo enganou João? Ou podemos começar
a romper fundamentos de homens e revelarmos uma palavra de sabedoria?
Continuemos,
no vs 15 que diz, que o anjo tinha por medida uma cana de ouro que era para
medir a cidade (que é a noiva, a esposa do cordeiro) e o muro! Não vamos
nos esquecer que este anjo levava consigo sete taças de pragas. Ora se ele
medir algo é porque ele quer aferir, e se não estiver no padrão que ele quer...
ele vai julgar! Confira Apocalipse 15:1-8; 16:17-18 e compare com Hebreus
12:25-28.
Ele vai
derramar as taças sobre aquilo que não estiver na medida correta! No vs 14 diz
que o muro (aquilo que nos guarda) foi construído sobre o fundamento dos
12 apóstolos. O que é o NT para nós? Em Hb. 11:8-10, 16; 12:22-23; , diz que
nós somos a cidade do Deus vivo, também somos a Jerusalém celestial e outras
tantas coisas, no vs. 24, fala de Jesus em quem estamos protegidos (nova
aliança – Zc. 2:5) e no vs. 25-28 que o próprio Deus vai abalar novamente a
terra, mas não só a terra desta vez, mas também os céus (Is. 24:21-23). Porém,
um reino que não pode ser abalado restará (vs.28)!
Na mesma
linha de pensamento, falando de um Reino que não será abalado, vejamos por que
razão Paulo insiste que recebamos o espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento de Cristo? Precisamos encarar a nossa realidade: somos
presunçosos e ignorantes no conhecimento de Palavra! Vejamos, em Ef. 3:17-18 ele
diz: “que, depois de estarmos fundamentados (arraigados, enraizados) em
amor, poderemos compreender juntamente com todos os santos (todos os
vivos e os que dormem em Cristo) qual seja a largura, e o comprimento, e a
altura e a profundidade...”. Ele diz “compreender” algo que
tem “largura, comprimento, altura e profundidade”. Veja, eu só
compreenderei o que é este algo depois que estiver fundamentado em amor,
então não está falando da medida do amor de Cristo, eu já terei conhecido o
amor de Cristo, ele está falando de outra coisa que tem medidas!
O que
será que tem medidas na Bíblia que ainda não foi estabelecido? Ez. 41:4; Zc.
2:1-5; Ap. 21:17. Mas o interessante vem aqui: no novo testamento não há templo
construído por mãos humanas (At. 7:47-48)! Nós somos o santuário de Deus (1 Cor. 3:16); quando completar esta medida, e somente
o Pai sabe quando é, então o Filho poderá entregar o reino ao Pai. Por
isto é necessário que Ele reine até que... 1 Cor. 15:25. O anjo do Senhor já
está medindo a cidade, a noiva, a esposa do cordeiro há muitas gerações! Ele
está nos medindo agora! Estamos nós no padrão de Deus? “Satanás, viste o meu
servo Jó? Não há ninguém na terra (não no céu) como ele...” (Jó.
1:8). Precisamos edificar uma igreja que não seja abalada no tempo do fim!
Precisamos
chegar ao pleno conhecimento de sabedoria e revelação de Jesus Cristo. Paulo
não ora “nós” precisamos como se também ele não o tivesse, mas diz: “vós”...
“Vos dê...” (Ef. 1:16-17), para que nós venhamos a alcançar algo que ele já
havia alcançado! Paulo fala em Efésios da igreja e seu propósito, fala de
guerras contra seres celestes, em nosso tempo a revelação da Palavra
tem sido mais intensa por todo o planeta. Deus tem cobrado dos seus ministros
que preguem a Palavra. Mas qual Palavra? Qual mensagem? Qual ensino? O que
devemos buscar de conhecimento para pregarmos? Seja o que for tem de ser algo
novo e que faça a Igreja prevalecer no seu tempo! Precisamos de uma Reforma no
que diz respeito a sermos uma igreja de Cristo!
Paulo não
só tinha este espírito como também sabia qual as revelações para sua época.
Deixem-nos fundamentar algo aqui. Os profetas falavam para sua época e para a
vindoura, para sua nação e outras nações aquilo que iria acontecer. Quando não
tinham a revelação (interpretação- rehma) eles não falavam nada. “Eu, pois
ouvi, mas não entendi, por isso perguntei: Senhor meu, qual será o fim
destas coisas? Ele respondeu: Vai-te Daniel, porque estas palavras estão cerradas
e seladas até o tempo do fim”; só a geração com espírito de sabedoria e
revelação que estiver no tempo do fim poderá abrir estes selos.
Por isto
Paulo ora, para que cada geração tenha sua revelação daquilo que Deus está
falando e fazendo; da mesma forma, Paulo também não podia revelar algo que
fosse especifico para uma determinada geração, mas deixou a Palavra profética
como um segredo que só poderia ser aberto no tempo certo e para a geração
certa! Isto é muito terrível!
Vemos ensinos escatológicos de homens que
viveram a 100, 200, 300 anos atrás e não vão estar aqui para saberem se suas
revelações (interpretações – logus) foram corretas, e mais terrível é vermos
uma igreja hoje acomodada com estes ensinos e caminhando sobre eles!
Eu oro,
para que o Senhor dê a sua igreja de hoje, o espírito de sabedoria e de revelação
no pleno conhecimento de Cristo.
A igreja de
China entendeu o mover de Deus e o seu
propósito sobre o mover para o seu tempo. A ela foi revelada uma palavra
que a fez prevalecer! Qual palavra? A Palavra para sua época! Para eles foram
as doutrinas dos apóstolos, e ela viveu como uma igreja primitiva e prevaleceu!
Outro termômetro do tempo de mover de Deus é olharmos para Israel. Toda vez que
ocorre um fato significativo em Israel (judeus não convertidos) Deus se move
sobre a sua Igreja (todos os convertidos). Esta carta de Efésios precisa ser
estudada, meditada a fim de descobrirmos qual a revelação que Deus tem para a
nossa geração para que venhamos a prevalecer nestes tempos. Precisamos crescer!
Algo está para acontecer, e a menos que não sejamos mais meninos, inconstantes,
levados por todo vento de doutrinas, de homens que viveram em outras épocas,
não poderemos prevalecer. Aquele que for despertado por esta palavra já esta
nos versos 25 e 28 de Hb. 12, para que não venha a ser abalado!
PARTE IV – TOMANDO LUGAR NO REINO
O propósito
de Deus revelado através da carta aos Efésios começa a ser mostrado no cap. 1
vs 3 ao 14. Vemos aqui a supremacia da glória de Deus Pai, revelada através de
Cristo. Em primeiro lugar temos a vontade de Deus em ter muitos filhos (Hb.
2:10) e conforme o bom propósito da sua vontade nos escolheu e nos predestinou
para sermos adotados como filhos. Deus resgatou (Graça - salvação) e nos
revelou seu propósito (Reino – domínio e poder) quando enviou Seu Filho para
nos reconciliar com Ele. Este plano nos é lembrado nos versos 7-12 do 1º cap.
de Efésios.
No vs 13
uma revelação acerca do selo, o penhor, a garantia de que pertencemos ao Reino
de Deus, propriedade exclusiva do Pai. Ouvir e crer (fé) na Palavra da verdade
nos credencia para sermos selados no Espírito Santo (Rm. 8:9-11; Gl. 3:14).
Esta realidade é o motivo da oração de Paulo nos vs 15-23, para que nós
cristãos tomemos este conhecimento. A eleição dos santos foi manifestada por
Deus a fim de sermos uma família (2:19; 3:15). Em Cristo Ele nos chama a uma
vida de santidade para sermos irrepreensíveis em sua presença (1:4). Resumindo
esta primeira noção do propósito de Deus, o próximo passo é nos conscientizarmos
da nossa posição em Deus.
Ao
contrário de muitos cristãos que pensam que suas vidas não têm significado, na
verdade tem e é tremendo. Precisamos, como igreja, continuarmos esta oração de
Paulo, para que outros compreendam a dimensão desta verdade. Muitos têm dúvidas
a respeito da presença do Espírito Santo em suas vidas (Jo. 3: 34). Outros
questionam e confundem esta verdade com o ser “cheio do Espírito Santo”,
que é dado conforme a medida da Fé, Graça e dom de Deus (Rm. 12:3, 6;
1Cor. 12:11; Ef. 4:7) e para crescimento (edificação) do
corpo e testemunho do evangelho de Cristo. Não podemos nos esquecer que a busca
pela plenitude do Espírito de Santo (ser cheio dEle) não virá para nosso
próprio benefício como felicidade e sucesso pessoal. Se alguém o busca com
estes motivos pessoais nunca poderá obtê-lo (Sl. 51:12-13; At. 1:8).
Também podemos ver que como filhos (teknon) herdeiros,
e depois, de ter-nos tornados filhos amadurecidos (huios),
manifestamos nossas vidas a autoridades e poderes em regiões celestes, e neste
sentido, obtemos o discernimento de sermos igreja (Ef. 3:10). E agora, apertem
os cintos, pois doravante a palavra se tornará cada vez mais forte!
O segundo passo nesta revelação, está centrada no cap.
2:11-22. É forte a posição de Paulo aqui neste texto, tendo em vista as
suas palavras em Rm. 9: 1-5. Ele chega a dizer no texto de Romanos, que por
amor a sua nação (Israel infiel em semelhança ao tempo de Moisés), ele seja
separado de Cristo e juntamente amaldiçoado com ela. Este fato
nos faz lembrar a mesma posição de Moisés em Ex. 32:32. Porém, Paulo lembra que
através da Cruz, Jesus encerrou a todos, Judeus e Gentios, debaixo da
mesma maldição – morte sacrificial - (Rm. 11: 28-32), para entendermos que não
há mais distinção entre Judeus e Gentios; então ele conclui que não tem porque
ser amaldiçoado em favor de uma nação em separado, pois diante do Pai somos uma
só nação (judeus e gentios - Rm. 10:12; 1 Cor. 12:13; Gl. 3:26-29; Col. 3:
10-11).
Com estes textos fica difícil encontrarmos qualquer
escatologia diferenciando dois povos, como que se algo fosse acontecer a um e
não ou outro, diferentemente a Judeus e a gentios, tanto judeus como gentios
passaram e passarão pelo mesmo tratamento de Deus, pois ambos experimentam da
mesma Graça salvadora! Paulo reconhece que através do sangue de Cristo
derramado, proporcionou a todos a Graça redentora, portanto não há mais,
perante Deus, judeus e gentios, denominacionais ou não denominacionais, ricos
ou pobres. Para Deus só há dois povos: o que serve e o que não serve, o ímpio e
o justo, os bodes e as ovelhas, o joio e o trigo, noivas prudentes e noivas
loucas; um povo numeroso mais só um remanescente que se salva (Rm. 9:27;11:5)
A partir do vs 14 do cap. 2 Paulo fala do muro que foi
derrubado (Zc. 2:4-5); e em seu corpo (igreja) desfez a inimizade, eis aqui
outro principio revelado do propósito de Deus. Igreja é sinal de comunhão, tem
que haver comunhão verdadeira entre os irmãos, sem isto não somos igreja, não
manifestamos às autoridades e poderes a multiforme sabedoria de Deus. Para
vivermos no propósito de Deus revelado em Efésios devemos avaliar se não
deixamos para traz alguma pendência de comunhão (1 Cor. 11:29-30). O corpo de
Cristo é a sua igreja manifestada nos céu e na terra. Todas as vezes que leio o
cap. 18 de Mateus dos versos 15 ao 35 eu fico a meditar porque nós temos sempre
a idéia que no vs 20 Jesus estaria falando da presença dEle na terra? É difícil
mudar uma exegese teológica quando não estamos dispostos a encarar uma
revelação que fale de outra maneira no mesmo texto. Afinal, revelação sempre trouxe
e continuará trazendo confronto de mentalidades; abalo de raciocínios,
destruição de fortalezas! Através do Espírito eterno Jesus sempre estará
conosco (Mt. 28:20) e não apenas quando dois ou três se reúnem!
Cristo é a cabeça de todo o corpo, e onde este corpo
se manifesta com autoridade e poder, Jesus estará se manifestando na terra e no
céu. A única forma de Cristo se manifestar ao pecador é através da igreja, pois
nem aos anjos Ele ordenou que pregassem o evangelho, e se viessem a pregar
seriam anátemas (Gl. 1:6-12).
Assim, consoante com esta verdade, podemos manifestar
ao mundo que Deus enviou o seu Filho (Jo. 17:23). Não podemos nos esquecer que
para cumprimento deste propósito (manifestar a vida do Filho na terra e nos
céus) vai depender de cada um de nós como membro do corpo, e por isto estamos
sendo medidos por uma cana ou vara!
Hoje, a cana (pent=lei) ou caniço (Ap. 11:1), tem
estado nas mãos dos ministérios apostólico e profético (Ap. 18:20), mas no
tempo do fim ela se tornará de ouro e estará nas mãos do anjo que tem as sete
taças cheias das sete ultimas pragas, e ele virá e medirá a noiva, a cidade que
deverá estar no padrão de Deus!
Vejam como isto é tremendo! Deus confiou a igreja de
Cristo a revelação de sua sabedoria (poder 1 Cor. 1:18; 4:20) e através
dela tem feito conhecida dos principados e potestades (Zc. 3: 1-7). Ouçam que
no vs. 2 o anjo diz: O Senhor te repreenda..., Anjo não pode repreender
nem fazer conhecida a multiforme sabedoria de Deus aos poderes das trevas, mas
à igreja disse Jesus: “em meu nome expulsareis demônios...” (Mc. 16:17), nós
(igreja) podemos repreendê-los e derrotá-los, porque a nós foi dado o poder
para fazê-lo. Devemos buscar uma experiência mais profunda da plenitude de Deus
(Rm. 2:4; 11:33; Ef. 3:14-21).
PARTE V – VENCENDO OS INIMIGOS DO REINO
Que nós podemos e devemos manifestar a sabedoria de Deus aos
principados e potestades já entendemos, mas como fazemos isso é
na prática?
O que veremos a seguir é de que maneira Paulo diz que manifestamos a
multiforme sabedoria de Deus.
Os primeiros dois princípios nos
relaciona de um modo geral com Deus e com o próximo, os demais nos fazem
revelar a sabedoria de Deus nas regiões celestes:
a) Unidade – (4:1-6): através da paz (Mc.
9:50; Rm. 12:18;1 Ts. 5:13; Hb. 12:14) de uns para com os outros é possível
manter a unidade no Espírito. Paulo fala de sermos completamente: humildes,
dóceis, pacientes, suportando uns aos outros em amor. Esta é a sabedoria de
Deus, uma forma de viver e de se relacionar uns com os outros. O mundo (Jo.
16:33b; Col. 2:14-15) e as potestades nas regiões celestes serão vencidos
quando virem a igreja neste plano. Esse princípio deveria ser vivido e ensinado
pelos líderes da igreja, o que veremos mais adiante;
b) Maturidade ou
crescimento (7-16): só
é possível quando no ambiente da igreja, se manifestar a presença de Cristo
através das cinco graças ministeriais, e elas estiverem atuantes. Sem a
manifestação de Cristo, ou na falta de alguma graça ministerial, o corpo não
cresce bem ajustado. Para tanto, partirmos do principio que só um organismo
vivo poderá crescer, isto se conseguirmos discernir o que é um organismo dentro
de uma organização! Organização incha, organismo cresce!
c) Renovação da vida
pessoal - (4:17 – 5:20): neste texto cada um se coloque diante da vara (pent=lei)
e veja conforme a consciência Paulina em Rm. 2:13-16; 2 Cor. 13:5 e Col.
3:12-17. Creio que o texto de 35 versículos de Efésios vai nos colocar em
estado de alerta espiritual. Em primeiro lugar qualquer esforço humano será
inútil (Rm. 4:1-5), mas com a presença de Jesus em nossos corações e na
dependência da graça cresceremos a cada dia em amor e santidade.
d) Sujeição nos
relacionamentos (5:21-6:9): 1) maridos e esposas (5: 22-33;Col. 3
:18-19); 2) pais e filhos (6:1-4; Col. 3: 20-21); 3) patrões e empregados (6:
5-9; Col. 3: 22; 4:1).
O que
podemos depreender disto é que somente uma vida centrada na Palavra de Deus
poderá manifestar a multiforme sabedoria de Deus a principados, potestades e ao
mundo! Até aqui vimos uma posição em Deus, revelando a Sua sabedoria e o pleno
conhecimento da mente de Cristo, resplandecendo nossas vidas como filhos da luz
(Fl. 2:15).
Agora, com
a manifestação da multiforme sabedoria divina, ao mundo e aos principados e
potestades, vem a armadura de Deus. Por quê?
Quando
manifestamos Cristo somos contra-atacados, por isto Paulo começa a falar de uma
armadura de defesa e ataque ao mesmo tempo. Diz o texto “e havendo feito
tudo, permanecei firmes (Ef. 6:13b)”. Feito o quê? O verbo é
“fazer”, não “entender”! Ele não diz: havendo entendido o que
escrevo, ele diz havendo feito o que escrevi! O que eu acho tremendo é
que nesta armadura não consta nenhum dom espiritual como arma de defesa ou
ataque. Isto significa dizer que é o conhecimento e a prática da verdade
que me arma para a batalha, não os dons espirituais que eu tenho! Eu não
venço potestades com língua estranha, nem com uma palavra de sabedoria ou
conhecimento, nem operando milagres ou curas, nem profetizando na vida das
pessoas (Mt. 7:22-23). Mas venço andando em uma vida que revela a
sabedoria de Deus, em santidade e amor!
E por isto
que escrevemos este estudo, a fim de produzirmos uma vida de vitória nas
pessoas que santificam a Jesus como Senhor e Salvador nos seus corações (1 Pe.
3:15). Estamos tentando encontrar o equilíbrio de uma vida cristã que coopera
para que Jesus possa entregar o reino ao Pai. Se pensarmos apenas
horizontalmente (em relação ao próximo – o ser apostólico), não resistiremos
nos dias maus. É necessário termos uma consciência também voltada para a
vertical (em relação aos espíritos em regiões celestes – o ser profético).
Estamos
aqui sendo edificados para sermos templo do Senhor (Ef. 2:21-23; 1 Pe. 2:5),
pois já estamos sendo avaliados (1 Pe. 4:17-18) e medidos (Ap. 11:2; 21:16-17;
Hb. 12:25-28). E agora nos coloquemos diante do texto de Hb. 5:11-14 e
busquemos o nosso crescimento no corpo de Cristo.
Não
queremos tornar esta ministração em mais uma enxurrada de visões escatológicas,
a final, já existe tantas e para todo o tipo de gosto, que não queremos cometer
mais divisões acerca da Palavra. Mas, em todo o tempo, buscamos revelar algo para
agora, a fim de alcançarmos o nosso destino profético. Procuramos
identificar qual a igreja, ou melhor, que tipo de igreja é a que declara
juntamente com o Espírito Santo de Deus: “O Espírito e a noiva dizem: vem (Ap.
22; 17)”. Cada um de nós é parte integrante desta igreja do Senhor; em cada
geração que já existiu há uma igreja que se completa com nós (Hb. 11:40). Ela
vem sendo formada, a cidade santa, a Jerusalém celestial, à universal
assembléia e igreja dos primogênitos, aos espíritos dos justos aperfeiçoados
(Lc. 20:9-18; 21:20-24; Rm. 11:25-32; Ap. 11:2).
Agora
devemos olhar para a nossa vida e vermos se ela tem se espelhado nesta igreja
que chama pelo noivo. Em Ap. 19:5-7 vemos uma igreja que está adornada, já está
pronta! É interessante que ela ainda não foi às bodas, mas já está pronta!
Se olharmos para hoje, poderíamos dizer que não pode ser, porém, se olharmos
desde o tempo que Jesus ressuscitou até hoje, poderemos ver esta noiva
adornada, pois são os que dormem no Senhor e mais um pouco dos que ainda vivem
que completam esta noiva adornada! Não nos importa se Cristo vem hoje ou daqui
a cem anos, o que importa é ter a certeza, que se partimos hoje para a
eternidade, somos a igreja com o padrão de Deus que foi medida pelo anjo e tem
dito: Vem!
Precisamos
deixar claro, que ao contrário do que muitos teólogos dizem a respeito das
cartas às sete igrejas, entendemos que cada uma delas representa o tipo de
igreja que existe em cada geração que passa. Temos quatro tipos de solo na
parábola do semeador, também temos sete tipos de igreja dentro de cada
organização denominacional. Nosso fundamento para esta afirmação está na
Palavra da promessa que diz: “ao vencedor”. Podemos identificar os acertos e
erros de cada igreja apocalíptica e alcançarmos as sete promessas ou não! Cada
salvo em Cristo será julgado (Sl. 62:12; Dn. 7:10; 1Pe. 1:18) para recebimento
de galardão, ou seja, as sete promessas (Is. 62:12; Mt. 16:27; 1 Cor.
3:12; Ap. 22:12).
De acordo
com Apóstolo Paulo, em Rm. 2:1-16, cada um será julgado em 3 aspectos:
1º) segundo
a verdade que Deus estabeleceu em sua Palavra - vs. 2;
2º) segundo
os nossos atos e atitudes - vs. 6-11; e
3º) segundo
o entendimento de cada um (Conhecimento da verdade, quanto maior conhecimento
maior responsabilidade) - vs. 12-16.
Assim
podemos ver os procedimentos de cada igreja apocalíptica para nos assemelharmos
ou não a elas. Estas cartas são dirigidas aos anjos de cada igreja, os
Pastores, eles devem conhecer suas ovelhas e orientá-las quanto a vida de
equilíbrio cristã e propósitos divinos.
A
característica do anjo que fala a Igreja de Éfeso é a daquele que tem as sete
estrelas não mão (estrela na Palavra simboliza anjo ou liderança) e os sete
candelabros de ouro (igreja perfeita). Diz o texto que o anjo anda no meio dos
sete candelabros. Aparentemente nos dá um entendimento de que se examina,
avalia. A cada igreja é manifestado algum tipo de elogio, ou protesto, ou correção.
Para Éfeso é dito: arrepende-te e pratica as primeiras obras, e se não,
brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o candelabro.
Quais eram
as primeiras obras? Em Atos dos Apóstolos falam-se de uma igreja que viveu as
primeiras obras do Espírito Santo. Em apocalipse fala de uma igreja que
abandonou os princípios, os fundamentos, e não cresce mais. A igreja em Atos é
uma igreja perfeita, que está pronta, adornada (Ap. 19:7).
Jesus não
se casou com a igreja primitiva porque ela não estava completa (o número de
salvos ainda não havia se completado). Ela era perfeita, mas não completa (Lc.
13:32b) é como uma criança, perfeita, mas ainda não chegou a ser adulta,
completa. Ela teve e foi “teleós” em seu
propósito: espalhar o evangelho da Graça ao mundo (Mt. 13:9-11; At. 20:24).
Porém, a igreja de hoje deve entender que a nossa missão é trazer o noivo.
Todas as coisas já são cumpridas, com exceção da vinda do Senhor e o
arrebatamento daqueles que irão ao encontro dEle nos ares (1 Ts.
4:13-18). Estamos falando que a igreja que trará o Senhor tem os fundamentos
dos apóstolos e dos profetas (Ef. 2:20-21), a qual está crescendo para se
tornar templo, tabernáculo, morada do Deus vivo. Não queremos afirmar que esta
geração fará isto, mas admitir que esta geração pode preparar a igreja que fará
o Cristo descer em Glória para se encontrar com Sua noiva (Ez. 36: 22-36;
37:21-28; Ap. 3: 7-13)
Este é o
grande propósito de Deus para as nossas vidas. Se não nos atentarmos (Lc.
13:24-28) o anjo diz: removerei (“tirarei do meu propósito”) do seu lugar o
candelabro. Que lugar? Ef. 2:6; 3:10; 6:12. Deixaremos de conquistar o
propósito e ele será dado à outra geração, e a outra, e a outra, até que se
cumpra toda a Palavra e se completem os tempos.
PARTE VI – A MORADA DO ESPÍRITO NO REINO
Amados, tenho sido
perturbado em meu espírito por alguns conflitos a respeito das coisas de Deus.
Vejo que nós, como igreja, só perdemos quando nos dividimos a respeito de
questões a cerca das coisas do espírito humano.
Para alguns é fato
de que em nosso espírito habita o Espírito de Deus, portanto a casa de Deus
está em nosso espírito. Ele nos vivificou e nos santificou (Ef. 2:1-5) em nosso
espírito para que ali colocasse eternamente o Seu Santo Espírito. É muito
importante que compreendamos isto porque temos sido impulsionados a pensar que
Deus possa habitar em construções feitas por mãos humanas, como templos ou
lugares terrenos, e isto não é verdade. (At.7:48; 1 Cor. 3;16; 6:19; 2
Cor. 6:16).
A cerca destas
coisas, Paulo teve muito trabalho para ensinar aos gregos de Corinto a cerca do
que é a habitação de Deus (Ef. 2:20-22; 2 Cor. 5:1-4). Eles vinham de cultos
pagãos. Havia na cidade cerca de 12 templos. Um dos mais infames era dedicado a
Afrodite, deusa do amor, cujos adoradores praticavam a prostituição religiosa.
Uns 400 metros ao norte da cidade ficava o templo de Asclépio, o deus da cura,
e no meio da cidade estava localizado o templo de Apolo. Em termos de adoração
e templos os Corintios eram bem instruídos. Foi muito difícil para Paulo
destruir a fortaleza na mente dos coríntios e dizer-lhes que o verdadeiro Deus
não habitava em templos feitos por mãos humanas!
Porém nós somos
habitação de Deus, e também corpo de Cristo, e se Cristo é a plenitude de Deus,
e Deus em nós habita, temos a plenitude de Deus em nós (Cl. 2:9). Está escrito
em Ef. 1:3 que toda sorte de bênçãos estão em regiões celestes; e em 2:4-6, que
Deus nos fez assentar com Cristo nestas mesmas regiões celestes e desfrutarmos
destas bênçãos porque elas estão em Cristo. Você pode assim dizer: Os Céus dos
céus estão em Cristo e eu tenho Cristo, portanto toda a glória de Deus está em
mim (Rm. 9:21-24), somos vasos de barro que possuem a plenitude da glória e das
riquezas de Deus (v. 24). Portanto todo
conhecimento, toda a sabedoria, toda a ciência, todos os dons e ministérios,
enfim, toda a plenitude de Cristo está em nós! Oh glória! (Col. 2:8-10).
Mas como “ativar”
tudo isto em mim? Afinal está em mim, mas eu não vejo, não ouço nem sinto nada!
É... Bem profetizou Isaías: “Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis,
de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o
coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que
ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se
converta, e seja sarado.” É no espírito que tudo acontece e não alma! Por
isso você não pede sentir! Não vem com arrepios!
Se olharmos para o
primeiro templo de Deus na terra veremos uma tenda no meio do deserto com
várias imagens e utensílios e rituais envolvendo o culto a Deus (Ex 25-40). Mas
são quinze capítulos para eu ler? Sim meus amados, gastem tempo com a Palavra
de Deus, pois dela provém as fontes de vida!
(Mt. 22:29; Jo. 5:39; 20:9) No cap. 40:34 de Êxodo está escrito:
“Então a nuvem cobriu
a tenda da revelação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo; de maneira que
Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava
sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo”.
Amados, esta é a
prova textual que onde existir um templo que pertence a Deus Ele o enche com
Sua glória! Se você é o templo, habitação, morada de Deus, toda a glória dEle
está dentro de você!
“Porque toda casa é
edificada por alguém, mas quem edificou todas as coisas é Deus. Moisés, na
verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo o é como Filho sobre a
casa de Deus; a qual casa somos nós, se tão-somente
conservarmos firmes até o fim a nossa confiança e a glória da esperança. (Hb
3:6)
No livro aos Hebreus
há toda riqueza de sabedoria acerca deste lugar de oferta de sacrifícios, onde
Cristo penetrou e ofereceu Seu sangue para purificar o Santuário. Ora meus
amados, nos Céus dos céus onde Deus estava aguardando o sangue de Cristo para
purificar todas as coisas (Hb. 9:22) não poderia haver impureza, ou então Deus
estaria até então vivendo em lugar impuro até o sacrifício perfeito? É claro
que não, mas Ele predestinou (Ef. 1:4-12) fazer em nós a sua habitação e para
isto teve que aguardar o sangue purificador do Filho para poder purificar o
Santuário no qual Ele estabeleceu para ser Sua eterna morada. (Ez.
36:24-27:37:26-28; Zac. 8:8; Ap. 21:3).Tudo o que foi escrito no velho
testamento foi para exemplo a fim de
conhecermos as coisas espirituais (1 Cor. 10:5-6).
Agora vamos edificar
sobre o fundamento dos Apóstolos.
Deus é espírito e
tudo que de nós quer se relacionar em verdade e agradar a Ele provém do
nosso espírito, não da nossa alma, amém? Em Romanos 8 no vs 7 diz: “Porquanto a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem
em verdade o pode ser;”. Ora o que o Apóstolo quer dizer: “nem em verdade o
pode ser”? Significa a limitação da carne em sujeitar-se a Lei de Deus, visto
que, mesmo conhecendo a verdade nossa carne não se sujeita Lei do Senhor :
“Porque bem sabemos
que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que
faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço,
isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora,
porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque
eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito
o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero,
já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.(Rm. 7:14-20)
Portanto
não estamos ouvindo Paulo falar apenas de inclinações imorais da carne, mas
também das inclinações de justiça que ela tenta produzir. Então ele
conclui no vs. 8 “e os que estão na carne não podem agradar a Deus”. Se o meu
louvor, ou a minha oração ou a minha adoração estiver sendo produzida na minha
carne isto não pode agradar Deus!(Jo. 4:23-24). Se não for o nosso espírito que
ora então não tem oração que agrade ao Senhor, amém? (Rm. 8:26-27).
PARTE VI – A REFORMA PARA FINALIZAR O REINO
“Considera, pois, a
bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para
contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; do contrário também
tu serás cortado.
E ainda eles, se não
permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus
para os enxertar novamente.” Rm. 11:22,23.
Amados, voltando a
nossa atenção para os acontecimentos no mundo, lembramos das palavras de Cristo
com respeito a Sua vinda:
“Propôs-lhes então
uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
quando começam a brotar, sabeis por vós mesmos, ao vê-las, que já está
próximo o verão. Assim também vós, quando virdes acontecerem estas
coisas, sabei que o reino de Deus está próximo”.Mt. 24:29-41; Mc. 13:24-32; Lc
21:25-33. “A figueira começa a dar os seus primeiros figos; as vides
estão em flor e exalam o seu aroma. Levanta-te, amada minha, formosa minha, e
vem! (Cant. 2:13)
Isto quer dizer que
nos foi deixado uma visão, uma revelação escondida, oculta até um tempo de
reforma, onde ela se tornará uma mensagem, uma preparação, para anunciar a
vinda de Cristo. O que antecede a vinda de Cristo será um avivamento (Olhe para
a figueira e para todas as arvores e veja se já estão brotando as folhas).
Houve um homem no
passado, João, o Batista, que foi levantado para preparar o caminho do Senhor,
um homem que ousou falar da reforma sem temer pela sua própria vida. (Lc.
3:1-20).
Quando olho para este
homem, João, analisando em profundidade o seu tempo, seu contexto religioso,
vejo a importância da figura dele como exemplo para uma geração de reforma que
vem se levantando em nossos dias. João representa ousadia, coragem,
simplicidade, santidade; que vem do deserto, que vem de um lugar demoníaco, no
meio das bestas feras. Primeiro ele tem que vencer as bestas feras do deserto
(demônios) para depois anunciar o caminho do Senhor. Depois ele tem que
enfrentar a sua própria liderança (Judaísmo), mas por último vem o governo
secular (Herodes) e o prende (Lc. 3:20)! A última coisa má que o governo
secular fará a geração de reforma será prendê-la! (Ap. 11:7)
Mas uma característica
mais profunda de João salta aos meus olhos: Ele se tornou um herege para
sua época, também foi considerado pela “Igreja” de sua época um endemoniado!
(Lc. 7:24-35). Ou seja, o homem que venceu os demônios no deserto, agora é
julgado pela igreja como um herege endemoniado!
Estas são
características de uma geração que traz a reforma, julgam-na herética e de
domínio maligno. O próprio Senhor Jesus falou que assim se falaria desta
geração que prepararia a Sua vinda! (Mt. 24:8-14)
A geração da reforma
não vem com uma mensagem fraca (Jo. 7:24b), que pode ser balançada pelas
pressões da opinião humana, ou que pode mudar sua direção conforme o “vento de
doutrina” que querem lhe impôr para que se dobre, pelo contrário, ela tem um ministério
profético e apostólico verdadeiro e forte, não se dobra!
João veio do sistema
religioso de sua época, ou seja, ele nasceu e foi criado dentro do sistema, mas
saiu do sistema e foi para o seu deserto ter sua experiência e conhecer o seu
ministério. Filho de Zacarias, sacerdote do Templo, não temeu deixar sua
posição dentro do sistema, não temeu pela sua reputação, pois era o seu destino
substituir a seu pai no sacerdócio levítico, mas fez de sua vida uma pregação
contra o seu próprio sistema religioso.
O alimento (gafanhotos
e mel silvestre) do qual João se mantinha fala de uma comida limpa (Lv.
11:21-22), fala de um alimento sem impureza. Sua forma de se vestir (roupas
feitas de pêlo de camelo) fala de uma vida singela e um protesto visual contra
a vida regalada do sistema religioso de sua época! Não estava ligado as coisas
deste mundo (Jo. 7:24-25) como riquezas ou preocupação com as bens materiais.
Jesus o considera
um verdadeiro profeta! Mas o sistema o considera um herege endemoniado!
Paulo também viveu
neste processo de reforma quando na cidade de Éfeso pregava em uma sinagoga a
respeito do Caminho da Salvação (Jesus), mas o sistema religioso se recusou a
crer e começaram a falar mal da pregação de Paulo (At. 19:8-10), mas ele
afastou-se do sistema e começou a ensinar alguns discípulos fora da sinagoga,
ou seja, fora da “igreja” da sua época!
A cidade de Éfeso era
um centro de encantamento e magia (ocultismo), um lugar verdadeiramente
demoníaco. A monta (valor financeiro) dos livros que foram ali queimados, após
a pregação de Paulo (At. 19:18-20), pelos que creram no evangelho, fala de um
suposto poder que se obtinha mediante a recitação de palavras e nomes secretos
contidos naqueles livros! Os livros de Éfeso eram caríssimos não pela sua capa,
mas pela proposta de poder que eles poderiam dar àqueles que o lessem, ou seja:
Poder e riqueza!!! Quantos livros hoje sobre isto em nossas igrejas!
Mas porque falamos de
reforma num tempo em que a igreja está crescendo por todo o mundo? Afinal nunca
se inaugurou tanto lugar de culto como se vêem nestes últimos dias. A igreja
cresce e arrecada muito para o Reino de Deus! Mas onde vemos necessidade de
reforma?
Em Romanos no
capítulo 11 está a revelação deste tempo do fim!
Vivemos num tempo
chamado: Tempo da Graça! Precisamos visualizar este tempo e entendê-lo segundo
o plano de Deus. O que a igreja desconhece é que este tempo foi determinado
para iniciar e terminar! Alguns teólogos dizem que o seu inicio se deu
na ressurreição de Jesus e que o seu término será na ocasião do arrebatamento
da igreja. Mas Paulo não nos diz assim em Romanos 11.
Primeiro veio o
endurecimento no coração de Israel (judeus) para que os gentios pudessem ser
alcançados. Ou seja, Israel rejeitou a Cristo para que nós pudéssemos
aceitá-lo. Paulo diz que Deus usou de bondade para com os gentios, a oliveira
brava, a fim exercer Sua misericórdia sobre eles (nós), e ao mesmo tempo, Deus
usou de severidade para com os judeus cortando-os da oliveira cultivada
(Jesus). Este processo abre um tempo (Cronus) dentro do tempo (Kairós) de Deus
chamado plenitude dos tempos ou tempo da Graça de Deus!
Agora vejam! “Porque
não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós
mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a
plenitude dos gentios haja entrado”; (Rm. 11:25). O que isto quer dizer “em
parte?” Duas coisas: que nem todos os judeus endureceriam os seus corações
(Rm. 9:27; 11:5), e que não ficariam para sempre endurecidos. Deus abriu um
processo de endurecimento no coração dos Judeus para salvar os gentios! Isto
nos ensina que o processo irá se repetir ainda mais uma vez, apenas será
invertido: O endurecimento no coração virá sobre os gentios para que os Judeus
remanescentes do tempo do fim (Mt. 20:1-16) sejam salvos: “Porque Deus encerrou
a todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com
todos”. (Rm. 11:32).
Isto está de acordo
com todas as profecias dos apóstolos a cerca da igreja dos últimos dias. Ela
seria sem amor, apóstata, infiel, e por ai vai, na verdade tudo o que eram os
judeus na época de João e que tem se tornado a igreja de nossos dias.
Haverá um tempo de
avivamento para culminar na vinda de Cristo, mas este será para os Judeus
remanescentes, pois o nosso tempo da Graça estará se encerrando a fim de
começar a restauração de Israel judaico, e então, todo Israel (Judeus e
gentios), lavados no sangue do Cordeiro verão a Glória do Senhor a se
manifestar na Sua vinda! (Rm. 11:25-27). Como o povo judeu dos últimos dias é
em pouco número sobre a terra então não será muito longo este tempo de
avivamento, apenas o suficiente para alcançar o remanescente de judeus que
ainda não estiverem convertidos. Mas como se faz avivamento? Como Deus
incendeia a igreja? A minha bíblia me diz que é com perseguições e aflições (2
Ts 1:4-8). Em Zac. 13:7-9 diz: “Ó espada, ergue-te contra o meu pastor, e
contra o varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos; fere ao
pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão para os
pequenos. Em toda a terra, diz o Senhor, as duas partes dela serão
exterminadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar
esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a
provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei;
direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é meu Deus”.
E em 1 Cor. 3:11-15
diz: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o
qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de
ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se
manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e
o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se permanecer a obra que alguém
sobre ele edificou, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar,
sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo todavia como que pelo fogo”. Deus
vai purificar para si um remanescente fiel nos últimos dias, um povo santo, de
boas obras, incorruptível, constituído de judeus e de gentios que servem a Ele
em espírito e em verdade!
Quando Elias orou
contra o seu próprio povo de Israel ele criou um conflito com seu governo. Ele
disse que não choveria mais, e não choveu por três anos (1 Rs. 17:1-3). Neste
intervalo, a Palavra de Deus diz que ele teve que se esconder devido a
suas palavras. E depois que Elias matou todos os profetas e sacerdotes que
serviam a Baal o Senhor enviou a
chuva (1Rs. 18:1-46). Mas outra vez, o sistema religioso da sua época
disse: Vou te matar Elias. E Ele fugiu novamente. Aí na sua autocomiseração
Elias disse: Senhor, mataram todos os teus profetas e só eu restei, no que o
Senhor lhe respondeu: Não Elias, eu ainda tenho escondido sete mil homens como
você que não se dobraram ao sistema!
Em Apocalipse 11 este
conflito se repetirá. Diz que no tempo da reforma serão dados as duas
testemunhas autoridade e poder para fechar os céus para que não chova durante o
tempo em que elas estiverem profetizando. Diz que são as duas oliveiras, os
dois cadelabros! Olhando para Romanos 11 encontrei no vs 17 a 21 duas
oliveiras: a cultivada e a brava! Fala de dois povos, judeus e gentios, fala
também de dois ministérios apostólico (Moisés representa a Lei – ou o velho
testamento) e profético (João Batista representa a Graça – ou o novo testamento).
Na verdade o Israel de Deus hoje são judeus e gentios convertidos, mas não são
todos, só um remanescente de cada! O que poderia significar que as duas
testemunhas do capitulo 11 de apocalipse sejam um remanescente fiel (judeus e
gentios) que virão a se levantar para a vinda de um avivamento dos últimos
dias! A minha bíblia diz que quem traz o julgamento é um remanescente fiel e
não Deus! Um povo santo traz julgamento a Terra: “Pela fé Noé, divinamente
avisado das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou
uma arca para o salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e
tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé”. (Hb. 11:7). Noé trouxe o
dilúvio! Quando? Quando ele terminou a sua mensagem! A nossa fé está em Cristo,
a nossa arca é Cristo, a minha bíblia diz que nós somos o Corpo dEle na terra!
Onde o corpo está ali se ajuntarão os abutres (Lc. 17:37; Ap. 19:17-21)
Mas o que esta visão
apocalíptica sem grandes assinaturas teológicas tem haver com a geração de
reforma?
Assim como os judeus
criaram todo um sistema religioso a respeito daquilo que deveria ser a sombra
das coisas futuras, ou seja, fizeram da figura como se fosse o verdadeiro, e
quando veio o verdadeiro (Cristo) afim de ser estabelecido o rejeitaram por não
terem a revelação da Palavra, nós gentios, temos feito como os judeus, ou seja,
temos mudado a revelação que os apóstolos lutaram e morreram para nos trazer
para se tornar de volta uma figura do verdadeiro! Ou seja, nós temos
reconstruído templos, um sistema religioso, o qual Jesus veio para destruir!
Ele rasga o véu e nós reconstruímos o altar onde só os mais santos podem
estar!(Mt. 24:1-2; Mc. 13:1-2; Lc 21:5-6). Deveríamos adorar o Pai em espírito
e em verdade (Jo. 4:23-24), mas não sabemos como isto se faz! A única “verdade”
sobre adoração que conhecemos é aquela que praticamos nas quintas e domingos
quando estamos no templo! Ou seja, criamos um sistema religioso de adoração,
exatamente como no antigo testamento!
Não estamos aqui
fazendo apologia àqueles que recriminam as instituições religiosas (igrejas e
comunidades), mas estamos combatendo um ensino o qual vem sendo semeado em
muitas igrejas de que a instituição seja a casa de Deus! Que milagres ou
prodígios só podem acontecer dentro do sistema religioso! Que a pregação só
pode existir se vier de um púlpito, que a unção está dentro de um vidrinho que
só pode ser derramada quando o Pastor ungir os fiéis!
Entendemos pelo novo
testamento, em diversos textos, de que o templo de Deus somos nós, e que a habitação
do Espírito de Deus é o nosso corpo, por isso combatemos o ensino de que este
templo possa ser construído por homens! Deus disse que não habitaria em templos
feitos por mãos humanas (At. 7:48-50). A presença de Deus é manifestada em
nossas vidas e não entre quatro paredes! Mesmo que seja força de expressão
dizer que a igreja instituição é a casa de Deus seria no mínimo uma sutileza a
fim de mudar o verdadeiro para fazê-lo tornar-se novamente em uma figura!
João foi reformador
para combater o ensino religioso de sua época, um judeu entre os judeus, e
agora se levanta uma nova geração de reformadores para combater o ensino
religioso em nossa época, muitos gentios em meios aos gentios!
A geração de reforma
vem para restaurar a revelação que foi perdida nestes últimos tempos. Há quem
pregue que Deus só se manifesta em templos, enquanto o próprio Senhor disse:
“Tudo quanto ligardes
na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado
no céu. Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de
qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos
céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles.”(Mt. 18:18-20). Fica difícil aceitar o ensino de que somente através dos
templos é que podemos ter acesso a Deus!
O que estamos
reformando? Mentalidade! É a forma de pensar que precisa mudar, não precisamos
nos desfazer dos templos, não precisamos abandonar as congregações, só
precisamos mudar a nossa mentalidade com relação a instituição igreja!
Enquanto se gastam
fábulas de dinheiro com templos, na infra-estrutura, na modernidade, no
conforto, na tecnologia, enfim, tudo que se relaciona com o sistema religioso,
Jesus diz: Porque meu Pai amou o mundo de tal maneira foi que Eu vim, a
fim de ser sacrificado, para que Ele reconciliasse pessoas, por meio do meu
sangue, consigo mesmo! (Parafraseando João 3:16). São vidas que estão no mundo
que merecem os recursos que se arrecadam nos templos! É afim delas que estamos
interessados em investir os recursos do Reino de Deus e não de nossas vidas
gordas e inchadas de tanto ouvirmos a Palavra e não fazermos nada!
Deus investiu seu
maior tesouro no mundo, Ele deu Seu Filho unigênito, e nós investimos
nossos dízimos e ofertas em tijolos, madeiras, feno e palhas, (equipamentos, ar
condicionado, tapetes vermelhos, luzes coloridas, cadeiras, etc)! É isto que eu
vejo nas construções, algo que pode ser queimado pelo fogo, enquanto que o que
se investe em vidas nenhum fogo pode consumir!
João era um
reformador. Ele precisava mudar a mentalidade de sua época. Enquanto todos iam
ao templo sacrificar ele vinha do deserto para dizer: Arrependei-vos e
convertei-vos... Muitos diziam: João, a minha igreja diz tenho que levar a
minha ovelhinha (sua oferta de sacrifício) até o sacerdote para que ele possa
trazer perdão sobre os meus pecados, mas João dizia: Venham todos e sejam
batizados aqui neste rio sujo para serem purificados dos seus pecados! Você já
imaginou a heresia que João estava pregando em sua época? E quando a liderança
via o que ele fazia diziam entre si: este homem tem demônio!
Eu não ficaria
surpreso se neste momento você não pensasse a mesma coisa de mim se eu te
falasse que os salvos não vão morar no céu, e sim que eles são o céu onde Deus
vai habitar eternamente! Em outras palavras, você não vai morar na Cidade
Santa, você é a Cidade Santa que Deus está terminando de construir para ser Sua
eterna Habitação! (Ap. 22:14, 19)
Quero fazer
usos das palavras do irmão em Cristo Rick Warren:
“Os moveres de Deus são como as ondas no mar. Nós como
atentos e experientes” surfistas “de Deus, conhecemos a onda boa, quando vem, e
onde ela nos levará”. Sejamos sábios no entendimento, e saibamos aproveitar o
mover de Deus que está vindo aí. Se for mover de bênçãos, Glórias a Deus; se
for de prosperidade, Glórias a Deus; se for mover de lutas, Glórias a Deus; se
for mover de perseguições, Glórias a Deus, se for mover de reforma, Glórias a
Deus. O que importa é identificarmos o mover e fluirmos nele com sabedoria,
amor e entendimento (equilíbrio) (Mt. 24:45-51).
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