terça-feira, 3 de setembro de 2013

ALIANÇA E BENÇÃO

Outro dia eu estava sendo ministrado na casa de um Pastor, presbiteriano, meu tio, e Deus mostrou-me algo a respeito de aliança que fazemos com o Senhor, e eu me perguntei: Qual foi a aliança que eu fiz com Deus? Não estou me referindo a um chamado de Deus, ou aceitar um cargo na obra dEle, mas um pacto, uma aliança, através de fé, que me leve a cumprir algo para o Senhor (2Cor. 3:6; Rom. 15:16; Col. 1:7; 1Tm. 4:6).
O Pastor me mostrou que a aliança é algo estipulado por Deus, o qual, quer realizar algo na Terra em favor dos homens, cujas bênçãos decorrentes desta aliança são favores eternos de Deus para suporte ao propósito dEle. Mas na hora eu pensei apenas coletivamente, não permiti outra forma de entendimento sobre aliança; veio apenas em minha mente a aliança de Cristo com sua igreja, seu corpo, sem o qual eu sozinho nada poderia fazer se não fosse através do corpo (1Cor. 12:21). Guardei aquela ministração em meu coração e deixei que, a seu tempo, o Espírito Santo trabalhasse mais a fundo no meu entendimento e fluísse uma visão maior a respeito do assunto.
Hoje, enquanto meditava na Palavra, o Senhor me fez lembrar de Agar, a escrava de Abraão e percebi que existe uma grande diferença entre as bênçãos decorrentes de uma aliança com Deus e as bênçãos que Ele nos dá por ser bondoso e misericordioso para com a humanidade (Ex. 33:19). A primeira advém de um propósito, um plano que vem de Deus. A segunda vem da bondade e misericórdia dEle para com a humanidade. Há muitos cristãos que precisam entender isto. Estão vivendo as bênçãos de Deus como Agar viveu!
No inicio de sua jornada com Deus, Abraão tomou uma decisão sem consultar o Senhor. Num momento de fome sobre a terra, desceu ao Egito para buscar víveres (Gn. 12:10). Ao retornar de lá para o lugar estabelecido por Deus onde tudo lhe seria suprido, trouxe consigo uma escrava egípcia (Gn. 16:1), porém isto não pertencia ao plano de Deus, mas Abraão ainda não havia aprendido a depender completamente do Senhor, e na hora da falta de provisão ele decidiu caminhar por “vistas”. O aprendizado, que o levaria a conhecer Jeovah-jireh só seria entendido mais tarde (Gn. 22:19). Vale lembrar aqui um princípio de crescimento espiritual para nós: que nem todos crescemos na mesma medida ou no mesmo tempo (Ef. 4:7). Isto vem de Cristo e depende da nossa fome e sede em conhecer o Senhor (Lc. 6:38). Agar era o resultado de uma ação do braço do homem, e sua origem egípcia não lhe dava nenhum direito de benção do Senhor decorrente da aliança com Abraão (Gl.4:30). Porém Agar foi favorecida através de Abraão. Ela não sabia, mas sua vida estava nas mãos do Senhor.
Quando Agar, por decisão de Sara, encontrou-se grávida de Abraão, vemos novamente a vontade humana prevalecendo, novamente o braço do homem; ela confundiu as bênçãos que estamos tratando aqui. Achou, que seu filho com Abraão poderia herdar a benção dele, a qual foi dada ao filho que havia sido prometido por propósito divino, e que nasceria de Sara, sua mulher legítima. Este erro fez com que Agar fosse maltratada por Sara e fugisse para o deserto, e isto por que desprezou sua patroa na confusão das bênçãos (Gn. 16;1-6). Mas Deus foi bondoso para com Agar. Apesar dEle não reconhecer em nenhum momento que aquele filho que estava no ventre de Agar fosse de Abraão (Gn. 22:2a;16b), Ele a orienta no deserto (Gn. 16:11-12). Seu filho cresce, e na adolescência, começa a dar os primeiros sinais de sua personalidade hostil que foram reveladas por Deus antes que ela tivesse o menino (Gn.16:12b). A hostilidade do garoto contra seu irmão Isaque fez com que Sara pedisse a Abraão que despedisse Agar e seu filho com ela (Gl. 4:29). Agora novamente no deserto, Agar é alvo da misericórdia de Deus, e uma benção lhe é dada (Gn. 21;18).
Na verdade o que queremos revelar aqui é a vida de muitos cristãos. Apesar de serem membros ativos em alguma denominação não alcançaram uma vida em aliança com o Pai. São abençoados porque o Pai é bondoso, são socorridos porque o Pai é misericordioso. O que vemos através da vida de Abraão que nos revela esta verdade?
Assim como Abraão, todos nós fomos chamados um dia por Deus (Ef. 2;1-8). Ainda alguns confundem chamado com aliança. Abraão foi chamado para ser Pai de uma nação (Gn. 12;2) mas a aliança, Deus a fez conhecida de Abraão depois de ter sido revelado a ele os planos para sua descendência, ou seja, torná-la herdeira de uma terra demarcada por Deus (Gn. 15:7,18-21). Aliança vem com propósitos eternos de Deus, e dela advêm bênçãos específicas. Agora, esta aliança traz compromissos que exigem amor, fidelidade, obediência e conseqüentemente leva a uma vida de retidão (Gn. 17:1-17), e isto foi uma lição que custou algo muito caro a Abraão: Um filho!
Deus só estabeleceu sua aliança com Abraão depois de lhe mostrar que sua atitude de engravidar Agar tinha sido um grande erro! Aqui vai outro princípio: toda vez que o braço da alma produzir “algo” para nós, então, teremos que supri-la em tudo; Deus não reconhece e não supre as necessidades daquilo que nossa alma produziu, e quando estas coisas estiverem entre nós e o nosso destino profético elas serão abaladas e retiradas de nós! Somente permanecerá aquilo que foi produzido pela vontade expressa e soberana de Deus!
Agora vamos comparar para concluirmos as bênçãos sobre Abraão e Agar. Agar não precisou amar, nem ser obediente, nem fiel ao Deus de Abraão. Ela continuou sua vida sem servir inteiramente ao Senhor (Gn. 21:21), e mesmo assim recebeu as bênçãos do Senhor. Porém, as bênçãos que decorrem da aliança com Deus tem um caráter eterno (Gn.26:5,24), não temporal; serve a um propósito do Senhor não a do homem (Rm. 9:17-29), vem para satisfazer a vontade de Deus (Hb. 2:10), não a nossa; exige compromisso, fidelidade e retidão (Lv. 26:14-46; Dt. 11:13-25).
Qual a benção que temos preferido de Deus? Aquela que satisfaz a alma e os anseios da nossa vida? Esta é Agar! Aquela que satisfaz a vontade e alegra o coração de Deus? Esta é de Abraão! (Jó 36:7-16). É certo, e a Palavra comprova, que há propósitos divinos que são coletivos para o corpo de Cristo, mas vemos que também há propósitos individuais. O Senhor quer estabelecer com cada um de nós uma aliança eterna e nos dar as bênçãos que procedem desta aliança. Poderíamos incluir aqui as minas e os talentos citados por Jesus em suas parábolas. Nosso trabalho, família, amigos, tudo isto serve aos propósitos de Deus. Precisamos descobrir nossa aliança com Deus, e se não a temos, queiramos nos permitir que Deus nos chame para fazer conosco uma aliança eterna!

Creio que Paulo deixou uma referencia em sua segunda carta aos Corintios cap. 5 vs 17-20. Medite! Que o Espírito Santo de Deus lhe revele o que me tem feito ver!

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