Tenho
um amigo e irmão em Cristo que costuma dizer, ora em tom de brincadeira, ora em
tom de seriedade: “Cristãos são uma benção, mas os crentes...!” Certo dia esta
colocação me fez pensar. Seria possível identificar diferenças marcantes entre
semelhanças tão grandes? Comecei então a raciocinar pela definição das
palavras: Crente – aquele que crê; Cristão – aquele que se parece com Cristo.
A
bíblia em Tiago 2:19 diz: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem, também os
demônios o crêem e estremecem”. No entanto, e é obvio, eles nada tem de
cristãos, mas, em se falando de nós, membros da igreja cristã, como
identificamos as diferenças entre os que são apenas crentes e os que além de
crentes são sobre tudo cristãos? Vamos tentar estabelecer alguns comparativos
mas sem conseguir esgota-los.
O
crente costuma dizer de si mesmo: “eu tenho uma fé grande em Deus!”
O
cristão não se preocupa com o tamanho da sua fé; não importa se ela é menor que
um grão de mostarda, o melhor é crer num grande Deus. (Lc. 17:6)
O
crente é aquele que depende da sua fé, sua oração, seus esforços para alcançar
as vitórias. O cristão recolhe as palavras de Jesus “...sem mim nada podeis
fazer” (Jo. 15:5b), ou seja, ele entende que é preciso crer, orar e se
esforçar, mas a vitória sempre virá da operação de Deus.
O
crente, normalmente, pensa que a sua comunhão com Deus lhe permite falar mal do
pastor, fomentando contendas no seio da igreja, porque ele, o crente, é alguém
de oração e pode falar o que quiser, pois Deus o aprova. O cristão é alguém que
clama por sabedoria: “...põe guarda à minha boca (Sl. 141:3)... que as palavras
da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis diante Ti” (Sl.
19:14).
O
crente acredita que pode exigir de Deus as bênçãos. O cristão entende que:
“...aquele que pede recebe, o busca encontra, o que bate a porta lhe será
aberta”. (Mt. 7:7-8).
O crente dá dizimo porque deseja maior
abastança. O cristão o faz porque se alegra em suprir de mantimento a casa do
Senhor.
O
crente quer que Deus faça seus projetos darem certo. O cristão consulta
primeiro a Deus para saber se está nos planos d’Ele o querer e o efetuar (Fl.
2:13).
O
crente confia em seus argumentos. O cristão pede a Deus que lhe conceda as
palavras no abrir a sua boca.
O
crente acredita que nos trabalhos feitos na igreja encobrem ou justificam suas
atitudes nada éticas, imorais ou de ausência de caráter. O cristão quer ser
“luz do mundo e sal da terra” (Mt. 5:13-14).
O
crente, diante dos sofrimentos, procura saber onde está o erro, porque como tal
não consegue admitir a possibilidade de passar por determinadas lutas. O
cristão crê que ”...todas as coisas cooperam para o bem daqueles amam a
Deus...” (Rm. 8:28) e ...”em tudo são gratos porque o Senhor garantiu estar com
os seus, todos os dias até a consumação dos séculos...” (Mt.28:19-20) e “...em
todas as coisas somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou...”
(Rm. 8:37-39).
Se
você quer viver como um crente saiba o que
Jesus disse a este respeito: ”Propôs-lhes outra
parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa
semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele,
semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. Quando,
porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.
Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste
no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio? Respondeu-lhes: Algum
inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos
arrancá-lo? Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis
com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião
da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para
o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro...
Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E
chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio
do campo. E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do
homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os
filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo,
e os celeiros são os anjos. Pois assim como o joio é colhido e queimado no
fogo, assim será no fim do mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e
eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que
praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e
ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu
Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
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