terça-feira, 3 de setembro de 2013

CRISE DE IDENTIDADE ESPIRITUAL

Depois de uma conversa com uma irmã em Cristo foi que algo me despertou para uma questão pouco debatida senão quase não esclarecida. Como é possível para uma mulher que reconheceu, por meio do evangelho, que existe dentro dela uma nova criatura e que esta criação é um “homem”?
Não sou eu quem assim define o evangelho como masculino e não feminino, mas são os textos que exemplificam, senão vejamos:
No velho testamento são raros os exemplos de mulheres que tiveram sua relevância na história de Israel, mas que são os homens que definem os acontecimentos históricos. Desde Adão até Cristo tudo se cumpre por meio de homens e não de mulheres. Mesmo as mulheres citadas no antigo testamento (Débora, Rute, Ester, entre outras) foram relevantes por conta de sua ligação com  Jesus Cristo, seja geneologicamente ou espiritualmente, todas foram coadjuvantes nessa história.
Voltando ao ponto, Paulo assim diz acerca da igreja: “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;” (Ef.:4:13). O estado final da igreja é masculino e não feminino!
O próprio Jesus declara que o estado final da igreja é masculino:”...pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu”. (MT. 22:30). Anjo e não “anja”.
Como é possível a uma mulher convertida ao evangelho andar no espírito como homem, mas viver como mulher?
É sobre isto que queremos debater neste estudo e chegarmos a uma conclusão equilibrada e sadia a cerca das mulheres do evangelho.
Tenho observado que não são poucas as mulheres que após terem experimentado um encontro com a verdade acabam se posicionando como cabeças em seus casamentos. São elas que se destacam em suas responsabilidades espirituais e não os maridos. São elas que assumem as batalhas espirituais do dia a dia (oração e jejum) e não os maridos. São elas que compõem o quadro dos grupos de intercessão e não os homens. São elas que freqüentam as reuniões de oração e não os maridos. Então por que elas não assumem de vez a cabeça do casamento e contrariam os apóstolos Paulo e Pedro:
”as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei”. (1 Cor. 14:34)
“Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor;” (Ef. 5:22)
“Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos.” (Ef. 5:24)
“Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor”. (Cl. 3:18)
“Semelhantemente vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres,” (1 Pe. 3:1)
“Porque assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam submissas a seus maridos;” (1Pe. 3:5)
Ou então, por que Jesus não nasceu mulher e se chamou Jertrudez!
Só posso concluir tudo isto da seguinte forma: o projeto inicial de Deus não foi criar seres masculinos e femininos. Masculinos e femininos são a condição temporária dos filhos de Deus para que se chegue ao número de filhos estabelecidos. Em Hebreus 2:10 temos:
“Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles.” Eis aqui o plano perfeito. Filhos sem  identidade sexual, sem genitálias, ou órgãos de reprodução. O próprio evangelho declara isto:
“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. (Gl. 3:27-29)
“Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito”. (1 Cor. 12:13)
Deus não nos vê homem e mulher, gentio ou judeu, escravo ou livre. Ele quer fazer destes os Seus Filhos em uma eternidade onde não haverá mais diferenças de classes, castas, credos, fé, porque em um só Espírito seremos para sempre.
Para nós homens é fácil compreendermos a masculinidade de Deus porque vemos Deus como homem e não como mulher, mas para nós homens é difícil entendermos Deus dizendo: “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” (Hb. 1:5) Ora, Deus é homem como pode Ele gerar filho, sem a presença de uma mulher? Ele tem útero? Ele se auto-insemina?
Eis aqui a resposta, Deus não quer filhos homens ou mulheres, pois os que são verdadeiramente seus filhos são aqueles que são gerados pelo Espírito dEle:
“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.  O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito... Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunhamos o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho! Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
Voltando as nossas irmãs em Cristo, ou seriam nossos irmãos no futuro, enfim, como que elas, com uma mente renovada “masculina”, poderia viver habitando num corpo (tabernáculo) temporário feminino como nos afirma o Apóstolo Paulo em 2 Cor. 5:1-7:
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu, se é que, estando vestidos, não formos achados nus. Porque, na verdade, nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas sim revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o Espírito. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista); temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor”.
O tabernáculo, ou casa aqui, é o corpo. Paulo nos diz que este é temporário!
Mas se as mulheres sabem que são iguais aos homens perante Deus, e que sua plenitude de sabedoria e de conhecimento a cerca da verdade é também igual a dos homens, e que o seu crescimento espiritual se faz da mesma forma que nos homens... por que a submissão? Temos que voltar ao “Gênises” de tudo para compreendermos estas questões.
Neste corpo temporário (feminino) Deus o carregou de um princípio: “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.
Depois que o pecado foi suscitado no homem (homem e mulher) algumas imposições espirituais foram ordenadas. Espirituais porque veio de Deus e Deus é espírito. Tanto ao homem como a mulher foram inseridos alguns princípios que se perpetuam de geração em geração.
Deus assim disse: o teu desejo será para o teu marido. Deus não colocou um chip na mente da mulher, mas um princípio de vida que ela deveria seguir a fim de ser salva. Paulo explica isto em 1 Cor. 11:11-12: “Todavia, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher, pois, assim como a mulher veio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus” e 1 Tm. 2:14-15: “E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.
Na fé, no amor e na santificação. É isto que o evangelho diz às mulheres: Fé, amor e santificação!
Nº 1 – Fé.
Toda a escritura deve ser conhecida a fim de que a mulher encontre o seu lugar, o qual em nada difere do homem em honra diante de Deus, e aceite como ponto factual e irreversível a vontade de Deus.
Nº 2 – Amor.
Amor (ágapao), e não amor (Eros), pois dar luz a filhos faz-se por meio de amor (agapao) e será somente para o seu marido. Portanto, o amor correspondente para gerar filhos não é somente o prazer sexual, pois aqueles que usam do sexo apenas para terem prazer estão negando o amor que Deus estabeleceu para que Filhos fossem gerados e criados em amor (apapao) a partir do ato sexual, a fim de que Deus pudesse gerar Filhos para a Eternidade. Esta palavra é confirmada pelo Salmo 127:3 “Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão”.
Os filhos que inseminamos no ventre materno são propriedade do Senhor, Sua herança peculiar, Seu galardão para os homens! O casamento sem filhos é um relacionamento incompleto, pois não atingiu o propósito de Deus, mas o propósito dos homens (ver também Dt. 28:4, Js. 24:3-4). As relações sexuais de homossexuais, incestuosas  ou de pessoas que não compartilham do compromisso de ser uma família são tão enganosas perante o Senhor como aqueles que fazem do casamento apenas para seus deleites sexuais. Muitos relacionamentos cristãos estão em crise porque ainda não estão completos no propósito do casamento. Se desculpam na falta da condição financeira para negarem o principio de família que é o de serem pai, mãe e filhos. Não é o Senhor que diz que Aquele que dá a semente ao que semeia é o mesmo que faz com que esta semente chegue a sua maturidade e produza frutos? Excetua-se aqui os casos de infertilidade, pois Deus é quem estabelece a fertilidade no nascimento do(a) futuro(a) genitor(a).
Nº 3 – Santificação.
Digo as mulheres, que grande é o mistério do ser mulher enquanto estão neste plano terreno. Muitas desconhecem os valores que lhe foram conferidos e a missão que no princípio Deus ordenou. Algumas querem ser totalmente espirituais como se já estivessem no plano do “novo céus e nova terra” e esquecem que ainda são mulheres que estão debaixo de uma subserviniência proposta pelo próprio Senhor a fim de protegê-las. Aquilo que algumas chamam de escravização pela Palavra (o serem submissa aos seus maridos) foi o modo que Deus estabeleceu para guardá-las: “Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos”. (1 Cor. 11:10). Paulo não está preocupado com o véu, mas com o símbolo que ele tem, símbolo de cobertura, aquilo que está por cobertura sobre a cabeça da mulher, seu marido!
Muitas tropeçam nesta palavra e colocam sobre suas cabeças um pano e dizem que estão cumprindo o que está escrito, mas em suas mentes não são submissas aos seus maridos e aí não funciona o mandamento nem o que Paulo quis dizer sobre por causa dos anjos!
Por causa dos anjos tem uma vasta interpretação e todas elas não são muito boas para as mulheres. Primeiro que os Anjos são seres que entendem a submissão e nós julgaremos os anjos caídos como está escrito em 1 Cor. 6:2-3: “Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?”
Portanto, o que Paulo está dizendo aqui em relação a submissão, é o seguinte: “...e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência”. (2 Cor. 10:6). Mulheres não poderão julgar no futuro os anjos se no presente não entenderem a submissão aos seus maridos. Só são submissas porque hão de julgar os anjos no Juízo Final, se não são submissas não poderão julgar os anjos!!! É um aprendizado que devem assimilar e viver!
Outra interpretação é o que se relaciona com a manifestação do pecado no do jardim, que um anjo transformado em serpente enganou Eva e esta não perguntou ao seu marido se era legal comer do fruto que ela sabia ser proibido! Por isso Paulo escreve as mulheres casadas: “as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja”. (1 Cor. 14:34-35). Eva deveria ter perguntado a Adão sobre a nova doutrina (ensino) que ela acabara de ouvir da serpente.
E ainda, outra menos provável, que os anjos não se reproduzem, mas podem coabitar com as mulheres. Há uma teoria que em Gênises 6 que os filhos de Deus (que porventura seriam anjos caídos) vendo as filhas dos homens entraram a elas (Gn. 6:1-2).
Seja como for, todos os textos falam de como as mulheres devem santificar as suas vidas em relação aos seus maridos, porque até mesmo aqueles que não são convertidos são santificados pelas esposas submissas (1 Cor. 7:14).
E finalmente, a grande questão: Por que as mulheres espirituais acabam entrando em conflito com sua existência feminina, algumas perdem o interesse por seus maridos, outras acabam se separando porque eles não estão no mesmo espírito que elas, outras acabam assumindo o papel de cabeças porque se dizem mais espirituais que seus próprios maridos e outras cobram de seus maridos um relacionamento que elas entendem que é o “verdadeiro relacionamento cristão”?
Seja qual for a questão há uma só resposta para todas elas: Ainda falta Jesus no centro da vontade do ser. A Palavra de Deus é Cristo encarnado, seja toda a Palavra verdade e toda pensamento humano um engano. Nós somos chamados para um destino eterno e não temporal. Nosso produto final é o de sermos “como” os anjos (e não anjos) para vivermos em eternidade. Portanto todas as questões temporais são terrenas e tudo que é terreno é passageiro e se acabam pela desmaterialização do ser. Alguns se apegam a questões temporais e perdem sua paz e até mesmo sua salvação e traem-se uns aos outros e também a Cristo misturando coisas espirituais com coisas terrenas. O que é nascido do Espírito é espírito e o que é nascido da carne é carne, essas coisas não se misturam porque servem a princípios diferentes, são coordenadas por potestades diferentes, uma é do céu outra é da terra, assim que todo aquele que diz estar no espírito que ande também nEle:
“Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a Deus.  Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.  Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
Portando amados, cuidado com os desejos da carne, eles só tem valor quando são aprovados pelo Senhor! Sejam uma só carne em um só espírito e assim cumprireis a vontade de Deus para o casamento!

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