Depois de uma
conversa com uma irmã em Cristo foi que algo me despertou para uma questão
pouco debatida senão quase não esclarecida. Como é possível para uma mulher que
reconheceu, por meio do evangelho, que existe dentro dela uma nova criatura e
que esta criação é um “homem”?
Não sou eu quem assim
define o evangelho como masculino e não feminino, mas são os textos que
exemplificam, senão vejamos:
No velho testamento
são raros os exemplos de mulheres que tiveram sua relevância na história de
Israel, mas que são os homens que definem os acontecimentos históricos. Desde
Adão até Cristo tudo se cumpre por meio de homens e não de mulheres. Mesmo as
mulheres citadas no antigo testamento (Débora, Rute, Ester, entre outras) foram
relevantes por conta de sua ligação com
Jesus Cristo, seja geneologicamente ou espiritualmente, todas foram
coadjuvantes nessa história.
Voltando ao ponto,
Paulo assim diz acerca da igreja: “...até que todos cheguemos à unidade da fé e
do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;”
(Ef.:4:13). O estado final da igreja é masculino e não feminino!
O próprio Jesus
declara que o estado final da igreja é masculino:”...pois na ressurreição nem
se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu”. (MT. 22:30).
Anjo e não “anja”.
Como é possível a uma
mulher convertida ao evangelho andar no espírito como homem, mas viver como
mulher?
É sobre isto que
queremos debater neste estudo e chegarmos a uma conclusão equilibrada e sadia a
cerca das mulheres do evangelho.
Tenho observado que
não são poucas as mulheres que após terem experimentado um encontro com a
verdade acabam se posicionando como cabeças em seus casamentos. São elas que se
destacam em suas responsabilidades espirituais e não os maridos. São elas que
assumem as batalhas espirituais do dia a dia (oração e jejum) e não os maridos.
São elas que compõem o quadro dos grupos de intercessão e não os homens. São
elas que freqüentam as reuniões de oração e não os maridos. Então por que elas
não assumem de vez a cabeça do casamento e contrariam os apóstolos Paulo e
Pedro:
”as mulheres estejam
caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas
como também ordena a lei”. (1 Cor. 14:34)
“Vós, mulheres,
submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor;” (Ef. 5:22)
“Mas, assim como a
igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus
maridos.” (Ef. 5:24)
“Vós, mulheres, sede
submissas a vossos maridos, como convém no Senhor”. (Cl. 3:18)
“Semelhantemente vós,
mulheres, sede submissas a vossos maridos; para que também, se alguns deles não
obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra pelo procedimento de suas mulheres,”
(1 Pe. 3:1)
“Porque assim se
adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e
estavam submissas a seus maridos;” (1Pe. 3:5)
Ou então, por que
Jesus não nasceu mulher e se chamou Jertrudez!
Só posso concluir
tudo isto da seguinte forma: o projeto inicial de Deus não foi criar seres
masculinos e femininos. Masculinos e femininos são a condição temporária dos
filhos de Deus para que se chegue ao número de filhos estabelecidos. Em Hebreus
2:10 temos:
“Porque convinha que
aquele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles.” Eis aqui o plano
perfeito. Filhos sem identidade sexual,
sem genitálias, ou órgãos de reprodução. O próprio evangelho declara isto:
“Porque todos quantos
fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há judeu nem grego;
não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois
um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa”. (Gl. 3:27-29)
“Pois em um só
Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos,
quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito”. (1
Cor. 12:13)
Deus não nos vê homem
e mulher, gentio ou judeu, escravo ou livre. Ele quer fazer destes os Seus
Filhos em uma eternidade onde não haverá mais diferenças de classes, castas,
credos, fé, porque em um só Espírito seremos para sempre.
Para nós homens é
fácil compreendermos a masculinidade de Deus porque vemos Deus como homem e não
como mulher, mas para nós homens é difícil entendermos Deus dizendo: “Pois a
qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será
Filho?” (Hb. 1:5) Ora, Deus é homem como pode Ele gerar filho, sem a presença
de uma mulher? Ele tem útero? Ele se auto-insemina?
Eis aqui a resposta,
Deus não quer filhos homens ou mulheres, pois os que são verdadeiramente seus
filhos são aqueles que são gerados pelo Espírito dEle:
“Jesus respondeu: Em
verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de
Deus. O que é nascido da carne é carne,
e o que é nascido do Espírito é espírito... Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre
em Israel, e não entendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e
testemunhamos o que temos visto; e não
aceitais o nosso testemunho! Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das
celestiais?”
Voltando as nossas
irmãs em Cristo, ou seriam nossos irmãos no futuro, enfim, como que elas, com
uma mente renovada “masculina”, poderia viver habitando num corpo (tabernáculo)
temporário feminino como nos afirma o Apóstolo Paulo em 2 Cor. 5:1-7:
“Porque sabemos que,
se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um
edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois neste tabernáculo
nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu, se
é que, estando vestidos, não formos achados nus. Porque, na verdade, nós, os
que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser
despidos, mas sim revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora,
quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o
Espírito. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos
presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não
por vista); temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para
estarmos presentes com o Senhor”.
O tabernáculo, ou
casa aqui, é o corpo. Paulo nos diz que este é temporário!
Mas se as mulheres
sabem que são iguais aos homens perante Deus, e que sua plenitude de sabedoria
e de conhecimento a cerca da verdade é também igual a dos homens, e que o seu
crescimento espiritual se faz da mesma forma que nos homens... por que a
submissão? Temos que voltar ao “Gênises” de tudo para compreendermos estas
questões.
Neste corpo
temporário (feminino) Deus o carregou de um princípio: “E à mulher disse:
Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo
será para o teu marido, e ele te dominará”.
Depois que o pecado
foi suscitado no homem (homem e mulher) algumas imposições espirituais foram
ordenadas. Espirituais porque veio de Deus e Deus é espírito. Tanto ao homem
como a mulher foram inseridos alguns princípios que se perpetuam de geração em
geração.
Deus assim disse: o
teu desejo
será para o teu marido. Deus não colocou um chip na mente da
mulher, mas um princípio de vida que ela deveria seguir a fim de ser salva.
Paulo explica isto em 1 Cor. 11:11-12: “Todavia, no Senhor, nem a mulher é
independente do homem, nem o homem é independente da mulher, pois, assim como a
mulher veio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de
Deus” e 1 Tm. 2:14-15: “E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada,
caiu em transgressão; salvar-se-á,
todavia, dando à luz filhos, se permanecer com
sobriedade na fé, no amor e na santificação.
Na fé, no amor e na
santificação. É isto que o evangelho diz às mulheres: Fé, amor e santificação!
Nº 1 – Fé.
Toda a escritura deve
ser conhecida a fim de que a mulher encontre o seu lugar, o qual em nada difere
do homem em honra diante de Deus, e aceite como ponto factual e irreversível a
vontade de Deus.
Nº 2 – Amor.
Amor (ágapao), e não
amor (Eros), pois dar luz a filhos faz-se por meio de amor (agapao) e será
somente para o seu marido. Portanto, o amor correspondente para gerar filhos
não é somente o prazer sexual, pois aqueles que usam do sexo apenas para terem prazer estão
negando o amor que Deus estabeleceu para que Filhos fossem gerados e criados em
amor (apapao) a partir do ato sexual, a fim de que Deus pudesse gerar Filhos
para a Eternidade. Esta palavra é confirmada pelo Salmo 127:3 “Eis que os
filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão”.
Os filhos que
inseminamos no ventre materno são propriedade do Senhor, Sua herança peculiar,
Seu galardão para os homens! O casamento sem filhos é um relacionamento
incompleto, pois não atingiu o propósito de Deus, mas o propósito dos homens
(ver também Dt. 28:4, Js. 24:3-4). As relações sexuais de homossexuais,
incestuosas ou de pessoas que não
compartilham do compromisso de ser uma família são tão enganosas perante o
Senhor como aqueles que fazem do casamento apenas para seus deleites sexuais.
Muitos relacionamentos cristãos estão em crise porque ainda não estão completos
no propósito do casamento. Se desculpam na falta da condição financeira para
negarem o principio de família que é o de serem pai, mãe e filhos. Não é o
Senhor que diz que Aquele que dá a semente ao que semeia é o mesmo que faz com
que esta semente chegue a sua maturidade e produza frutos? Excetua-se aqui os
casos de infertilidade, pois Deus é quem estabelece a fertilidade no nascimento
do(a) futuro(a) genitor(a).
Nº 3 – Santificação.
Digo as mulheres, que
grande é o mistério do ser mulher enquanto estão neste plano terreno. Muitas
desconhecem os valores que lhe foram conferidos e a missão que no princípio
Deus ordenou. Algumas querem ser totalmente espirituais como se já estivessem
no plano do “novo céus e nova terra” e esquecem que ainda são mulheres que
estão debaixo de uma subserviniência proposta pelo próprio Senhor a fim de
protegê-las. Aquilo que algumas chamam de escravização pela Palavra (o serem
submissa aos seus maridos) foi o modo que Deus estabeleceu para guardá-las:
“Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de submissão, por causa dos anjos”. (1 Cor.
11:10). Paulo não está preocupado com o véu, mas com o símbolo que ele tem,
símbolo de cobertura, aquilo que está por cobertura sobre a cabeça da mulher,
seu marido!
Muitas tropeçam nesta
palavra e colocam sobre suas cabeças um pano e dizem que estão cumprindo o que
está escrito, mas em suas mentes não são submissas aos seus maridos e aí não
funciona o mandamento nem o que Paulo quis dizer sobre por causa dos anjos!
Por causa dos anjos
tem uma vasta interpretação e todas elas não são muito boas para as mulheres.
Primeiro que os Anjos são seres que entendem a submissão e nós julgaremos os
anjos caídos como está escrito em 1 Cor. 6:2-3: “Ou não sabeis vós que os
santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós, sois
porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as
coisas pertencentes a esta vida?”
Portanto, o que Paulo
está dizendo aqui em relação a submissão, é o seguinte: “...e estando prontos
para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência”. (2
Cor. 10:6). Mulheres não poderão julgar no futuro os anjos se no presente não
entenderem a submissão aos seus maridos. Só são submissas porque hão de julgar
os anjos no Juízo Final, se não são submissas não poderão julgar os anjos!!! É
um aprendizado que devem assimilar e viver!
Outra interpretação é
o que se relaciona com a manifestação do pecado no do jardim, que um anjo
transformado em serpente enganou Eva e esta não perguntou ao seu marido se era
legal comer do fruto que ela sabia ser proibido! Por isso Paulo escreve as
mulheres casadas: “as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é
permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem
aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é
indecoroso para a mulher o falar na igreja”. (1 Cor. 14:34-35). Eva deveria ter
perguntado a Adão sobre a nova doutrina (ensino) que ela acabara de ouvir da
serpente.
E ainda, outra menos
provável, que os anjos não se reproduzem, mas podem coabitar com as mulheres. Há
uma teoria que em Gênises 6 que os filhos de Deus (que porventura seriam anjos caídos)
vendo as filhas dos homens entraram a elas (Gn. 6:1-2).
Seja como for, todos
os textos falam de como as mulheres devem santificar as suas vidas em relação
aos seus maridos, porque até mesmo aqueles que não são convertidos são
santificados pelas esposas submissas (1 Cor. 7:14).
E finalmente, a
grande questão: Por que as mulheres espirituais acabam entrando em conflito com
sua existência feminina, algumas perdem o interesse por seus maridos, outras
acabam se separando porque eles não estão no mesmo espírito que elas, outras
acabam assumindo o papel de cabeças porque se dizem mais espirituais que seus
próprios maridos e outras cobram de seus maridos um relacionamento que elas
entendem que é o “verdadeiro relacionamento cristão”?
Seja qual for a
questão há uma só resposta para todas elas: Ainda falta Jesus no centro da
vontade do ser. A Palavra de Deus é Cristo encarnado, seja toda a Palavra
verdade e toda pensamento humano um engano. Nós somos chamados para um destino
eterno e não temporal. Nosso produto final é o de sermos “como” os anjos (e não
anjos) para vivermos em eternidade. Portanto todas as questões temporais são
terrenas e tudo que é terreno é passageiro e se acabam pela desmaterialização
do ser. Alguns se apegam a questões temporais e perdem sua paz e até mesmo sua
salvação e traem-se uns aos outros e também a Cristo misturando coisas
espirituais com coisas terrenas. O que é nascido do Espírito é espírito e o que
é nascido da carne é carne, essas coisas não se misturam porque servem a
princípios diferentes, são coordenadas por potestades diferentes, uma é do céu
outra é da terra, assim que todo aquele que diz estar no espírito que ande
também nEle:
“Pois os que são
segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o
Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas
a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é
inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode
ser; e os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele. Ora, se
Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos
ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo
Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em
vós habita. Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos
segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se
pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Pois todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
Portando amados, cuidado com os desejos da carne, eles
só tem valor quando são aprovados pelo Senhor! Sejam uma só carne em um só
espírito e assim cumprireis a vontade de Deus para o casamento!
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