Gostaríamos de
iniciar esta ministração lendo primeiramente todos os textos bases. Você pode
fazer isto em sua bíblia; abaixo transcreveremos apenas dois versículos do
texto do Evangelho de Marcos.
“Tendo Jesus entrado
em Jerusalém, foi ao templo; e tendo
observado tudo em redor, como já fosse tarde, saiu para Betânia com os
doze. No dia seguinte, depois de saírem de Betânia teve fome, e avistando de longe uma figueira que tinha
folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa; e chegando a ela, nada achou senão folhas, porque não era
tempo de figos”. (Mc. 11:11-12).
Marcos, o escritor
deste Evangelho, é caracterizado por apresentar Jesus em ação. Apresenta o
Cristo como Servo, e Suas atitudes demonstrando urgência em toda a Sua obra,
reveladas em diversas expressões como: “logo”, “imediatamente”. Vemos pelos
seus escritos que sua preocupação estava em revelar mais os milagres que Jesus
operou do que as mensagens (por parábolas) que Ele ensinava. Ele é o único Evangelho
que se preocupa com a ordem cronológica dos fatos, dando-nos revelações muito
importantes dentro da escatologia bíblica.
Aceita-se a tese de
que Marcos tenha vivido e escrito este Evangelho em Roma; e como cooperador de
Pedro, tenha visto de perto sua perseguição e o seu martírio; por isso Marcos
nos revela mais o que Jesus “fez” do que “disse”. Este Evangelho tem um caráter
mais consolador e menos doutrinário dos demais. Um Evangelho para nos animar em
dias de muita luta e sofrimento!
Olhando para as
características deste autor fui levado a me perguntar por que tantas minúcias a
respeito da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, afinal este texto não é o
foco da grande preocupação do seu escritor. Nenhum outro Evangelho nos mostra
riqueza de detalhes no dia em que Jesus entrou em Jerusalém e purificou o
templo expulsando os cambistas como o Evangelho de Marcos.
Fiquei
horas meditando a respeito do episódio da figueira que não tinha frutos,
pesquisei algumas teologias a respeito do fato, porém não me satisfez o que
elas me diziam. Alguns acreditam que Jesus usou daquele episódio para
demonstrar seu julgamento a respeito de como via o Templo e seus sacerdotes,
exatamente como figueiras que não produzem fruto, mas enganam como se os
tivessem, mostrando folhas (ritual/culto) atraindo multidão para sacrifícios em
vãos, onde na verdade não há frutos de justiça, corações arrependidos e ofensas
perdoadas. Se não há arrependimento não há frutos de justiça!
Também fui levado a
ver (assim como o cego Bartimeu que no dia anterior a entrada triunfal de
Cristo em Jerusalém, havia sido curado da sua cegueira), que entre o dia em que
Jesus entra no templo e observa tudo ao redor, mas não faz absolutamente
nada, e o dia seguinte onde toma aquela atitude de ira, me revela que há um
tempo de misericórdia e longaminidade e um tempo de ira no dia em que Ele há de
trazer julgamento ao culto prestado! Não há culto se não existe oferta de
sacrifícios (Rm. 12:1; Fl. 4:16-18; 1 Pe 2:5). Igreja sem oferta não presta
culto a Deus!
Por outro lado, tudo
isto também não tem nada a ver com o espanto de Pedro ao se deparar com a
figueira seca amaldiçoada pelo mestre; e em seguida, Jesus fala de fé e
autoridade! Por dias e dias fui levado à presença do Senhor e buscar uma
palavra que nos traga um ensino para hoje além da teologia e do conhecimento
humano. Por que Marcos teria esta preocupação? Tempos de perseguição e
martírios... O que isto tem haver conosco?
Então uma visão
formou-se em meu espírito. Imediatamente abri minha bíblia e busquei nos
escritos de Pedro e de Judas, coisas semelhantes a esta que eles viram e que
nos deixariam advertidos. Em sua primeira missiva Pedro encoraja a igreja em
tempos de perseguição que vem de fora, porém em sua segunda carta ele faz
referência em como lidar com os falsos mestres que entram na igreja (ensino) a fim de enganar a muitos; em suma, os
apóstolos nos encorajam ao crescimento cristão (por meio da fé) e ensina-nos a
combater contra os falsos ensinos.
Em 2 Pe. 2:2 diz: “E
muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será difamado o caminho da verdade;
também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo
não tarda e a sua destruição não dormita”. Em Jd. 12 diz: “Estes são os
escolhidos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se
apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas
vezes mortas, desarraigadas”.
Tenho cuidado quando
a bíblia nos transmite a palavra “muitos”. É certo que o Apóstolo escreve uma
carta universal e que não está presa a seu tempo, mas que nos transmite algo
para qualquer tempo.
Sendo assim devo
considerar que “muitos” cristãos de hoje estão seguindo homens que estão trazendo
difamação, vergonha ao Evangelho de Cristo! No vs 3 ele nos afirma que estes
homens enganaram o povo com estórias que eles mesmos inventam! Quantas
”visagens”, “profetadas” e “revelamentos” em nossas igrejas???? Onde está o
temor do Senhor?
Certo dia, um irmão
pediu conselho a outro que o ajudasse em oração a respeito de uma proposta de
trabalho. Ele estava com muitas dívidas e aquela proposta era muito boa! Ele
foi orar e disse que se o Senhor lhe desse alguma palavra ele lha entregaria.
Ao fim de uma semana, quando estava meditando na palavra do Senhor, veio uma
palavra profética para aquele irmão que pediu o conselho. Então ele o procurou
e lhe transmitiu a Palavra, sem línguas estranhas, sem culto, sem oração e sem
lhe dizer “assim diz o Senhor”, apenas
lhe deu a Palavra que lhe fora entregue.
Mas
na outra semana, qual não foi a surpresa dele ao saber que aquele irmão havia
feito exatamente o oposto daquilo que o Senhor lhe mandara fazer! Três meses se
passaram e eles se encontraram novamente. O irmão que pediu o conselho estava
cabisbaixo, contou-lhe do livramento de morte que o Senhor lhe havia dado
tirando-o daquele novo trabalho, porém sua situação tornou-se pior que antes. Diante
dos fatos, eu me perguntei algumas vezes por quê ele não deu crédito àquela
Palavra simples?
Muitas
vezes nós procuramos os cultos onde o “fogo” desce e a igreja “sobe” e
desprezamos Palavras simples que nos são transmitidas por pessoas simples, sem
títulos ou cargos, que nunca pregam em congressos, nem ministram bênçãos, nem
impõem as mãos, mas são homens e mulheres de vida com Deus e de testemunho
ao mundo!
Ainda há alguns que
quase conseguem fugir destes falsos mestres (2Pe. 2: 18,19), mas logo caem de
novo em suas seduções com promessas de “liberdade cristã”, ou ainda, “liberdade
de culto!” À igreja de Éfeso (Ap. 2:6) foi dito: “Tens, porém, isto, que
aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço”; nicolaítas
eram membros que pertenciam a uma seita
religiosa que misturavam as heresias do paganismo aos princípios do Evangelho
de Cristo, misturavam doutrinas pagãs ao Evangelho puro de Cristo. Hoje não é
diferente, vemos conceitos mundanos misturados aos nossos cultos cristãos!
Diz-nos o texto de
Pedro que Ló se afligia com a imoralidade e a libertinagem dos sodomitas (Gn.
19-4-9), e poucos de nós tem se afligido com o mundanismo nos cultos hoje.
Liberdade transformada em licenciosidade (Dic.: Que usa de excessiva licença;
indisciplinado, desregrado; sensual, libidinoso; libertino)!
Em todo o texto de
Pedro e de Judas o juízo de Deus se faz manifesto! Assim como Jesus amaldiçoou
aquela figueira, Deus também tem amaldiçoado líderes e liderados que estão
vivendo no erro e levando muitos a ele.
Mas graças ao Senhor
Jesus e aos apóstolos que nos trouxeram uma Palavra viva que liberta! Agora
entendo toda revelação por detrás das minúcias de Marcos. Ele se preocupava com
a igreja que vivia perseguida, como Pedro que lutava contra os falsos mestres.
Ele precisava deixar uma Palavra que trouxesse libertação! Uma Palavra de ânimo
e de fé!
Podemos mudar esta
situação em nossas igrejas! Podemos dizer a uma “pedra de tropeço”, ou a um
“monte de tropeço” vai para o fundo do mar! Caia em nome de Jesus!
Somente
uma igreja que exercita sua fé e autoridade apostólica e profética, pode
expulsar os “cambistas das igrejas” e lançá-los ao “mar”! Jesus fala que
podemos dizer a um monte para que se transporte. “Monte” fala de uma
mentalidade operante resistente, de oposição, como uma fortaleza (Massada). Mas
expulsar os cambistas não é fazer greve para tirar o Pastor ou o Líder, é tirar
a mensagem, ensino da mente!
Nós não estamos
lutando contra pessoas, nem contra grupos de pessoas, Jesus fez isto, Ele
expulsou os cambistas, Ele pode julgar, nós nunca poderíamos julgar pessoas;
Paulo já nos ensinou que toda nossa luta é contra principados e potestades (Ef.
6:10ss), e também contra falsos ensinos (2 Cor. 10:3ss), portanto no final do
texto da purificação do templo Jesus fala que este monte só poderá ser vencido
se houver envolvimento de fé, do crer (na Palavra), oração e perdão! Nenhuma
fortaleza poderá ser vencida pela força humana, mas pelo poder de Deus!
Amados, se vocês têm
vivido com igrejas com um falso ensino, com mensagens sem vida, dobres os teus
joelhos, ore pela vida dos teus líderes e peça ao Espírito Santo de Deus que os
conduza a verdade! Declare vitória sobre o falso ensino, sobre a falsa
religião, e perdoe aqueles que muitas vezes, por ignorância, falta de
conhecimento, dedicação ao estudo da Palavra de Deus, tem te levado ao erro.
Dobre os teus joelhos
e jejue pela tua igreja, não a abandone, abandonar é fácil, lutar é mais
difícil e nobre, e o Senhor te recompensará naquele dia com uma coroa de
glória. Não há monte, não há falso ensino, não há falso mestre, que não caia no
poder da oração sincera e motivação correta!
Deus te sustente na
força do Seu poder!
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