“Um dos fariseus
convidou-o para comer com ele; e entrando em casa do fariseu, reclinou-se à
mesa. E eis que uma mulher pecadora que havia na cidade, quando soube
que ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com
bálsamo; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os
pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os
pés e ungia-os com o bálsamo. Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara falava
consigo, dizendo: Se este homem fosse profeta, saberia quem é de que
qualidade é essa mulher que o toca, pois é uma pecadora.”
Não posso dizer que
neste momento não estejamos contaminados com o fermento dos fariseus (Mt.
16:11-12). Temos visto e ouvido que assim como os Gálatas começaram no espírito
e agora estavam de novo na carne (religiosidade), a igreja do Senhor tem se
afastado da verdadeira comunhão: “Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a
vós, ante cujos olhos foi representado Jesus Cristo como crucificado? Só isto
quero saber de vós: Foi por obras da lei que recebestes o Espírito, ou pelo
ouvir com fé? Sois vós tão insensatos? tendo começado pelo Espírito, é pela
carne que agora acabareis? Será que padecestes tantas coisas em vão? Se é que
isso foi em vão. Aquele pois que vos dá o Espírito, e que opera milagres entre
vós, acaso o faz pelas obras da lei, ou pelo ouvir com fé?
Eu sou grato ao meu
Senhor por saber, com entendimento, que
nada de bom habita em mim a não ser o Seu Santo Espírito, que dentre todas as
grandes construções, templos, obras lindas feitas por mãos de grandes homens,
não foi ali que ele escolheu para fazer Sua morada, mas foi num homem pecador
como eu que Ele escolheu para habitar (1 Cor.3:16-17). Em muitas destas
construções algumas pessoas são proibidas de entrar, outras até entram, mas são
colocadas de lado por não terem em suas vidas algo de bom, ou politicamente
correto, que outros possam ver e aprovar! Mas glórias a Deus por nosso Senhor
Jesus que recebe todo homem pecador, com tudo aquilo que é reprovável pelos
homens e não se importa com o espírito de crítica e desaprovação que muitos tem
demonstrado na vida da igreja! (Lc. 18:10-14)
Tenho absoluta
certeza que em mim exista pouco ou quase nada de bom que alguém possa tomar
como exemplo para seguir a Cristo (Ec. 7:19-22). Tenho certeza de que ainda
existem muitas coisas em minha vida que precisam ser mudadas, concertadas,
resolvidas e sempre existirão enquanto eu for um homem que vive dentro de um
corpo corruptível (1 Cor. 15:53-54), e enquanto for assim eu sou um pecador (1
Tm 1:15-16), que vive lutando contra o pecado, não tendo prazer no pecado que
ora cometo (1 Cor. 7:14-25), mas confio
no Senhor que na Cruz trouxe sobre mim a expiação pelo meu pecado e me tornou
justificado diante do Pai pela fé que agora eu vivo nEle (Gl. 2:20) e assim
posso declarar com todo o meu entendimento : “Portanto, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). Obrigado Senhor porque não são por
boas obras, pelas coisas corretas que realizo que sou justificado diante de Ti,
mas por Tua Graça sou alcançado todos os dias. (Rm. 8:33).
Acredito que o
julgar, o condenar e o acusar pertencem a Deus (Rm. 2:13-24)! A acusação
pertence à Lei de Deus, pois desde o principio a Lei tem sido conhecida como
acusadora de nossas almas (Mt. 27:11-13; Jo. 5:43-47). Não obstante nós homens,
que mal conhecemos a Palavra de Deus, usamos dEla para nos acusarmos
mutuamente, assim como os fariseus que interpretavam a Lei acusaram o Filho de
Deus e o mataram por acreditarem que Ele blasfemava contra Deus e contra Sua
Lei pecava (Jo. 5:15-18), e tudo isto
segundo o que “conheciam da Lei”! Interessante: o próprio Deus não consegue
“praticar” a sua própria Lei? Hoje nos tornamos como os fariseus, interpretamos
as Escrituras não para levar salvação, não para levarmos cura, não para
libertarmos cativos, não para fazermos o evangelho ser anunciado, não para
atingirmos propósitos eternos, mas para acusarmos nossos irmãos dos seus
“pecados” politicamente incorretos!
Amados, não se
enganem, Deus não se deixa escarnecer, saibam que aquilo que temos feito que
tenha envergonhado ao Senhor e o Seu evangelho um dia será trazido diante dEle
e receberá a justa retribuição (Hb. 2:1-4). Há muitos reprovados por nós que
receberão a gloriosa coroa e ouvirão: “Vinde benditos do meu Pai, possuí por
herança o que vos está preparado desde a
fundação do mundo” (Mt. 25:31-34). E outros que achávamos como exemplo de
homens e mulheres que de Deus ouvirão: “Nunca vos conheci, apartai-vos de mim
vós que praticais a iniqüidade”. (Mt. 7:21-23). Deus não vê aparência, Ele não
nos credencia por sermos aparentemente exemplares aos olhos das pessoas (Is.
6:5-7), ao contrário Ele estabelece em nós o Seu propósito segundo a Sua
presciência e vontade. Ele conhece o nosso íntimo, sabe e sonda o que está lá
dentro, e sabe se responderemos ao Seu propósito ou não (1 Sm. 16:7; 2 Cor.
10:12-18)!
Pecado?
O que é o pecado? É uma atitude de soberba, de rebeldia, que está no coração do
homem. Não é apenas um conjunto de normas. (Tia. 4:13-17). A essência do pecado
é o orgulho! Muitos se orgulham de serem bons cristãos de não terem em suas
vidas algo reprovável (Lc. 18:9-14)! Deus diz que a iniqüidade impedirá muitos
de entrarem no Reino eterno, há orgulho em muitos corações, há iniqüidade em
muitos corações!
Não
te precipite com tua boca (Ec. 5:2). Os anciãos não estão no templo (Pv.
8:1-3), aqueles que tem sabedoria de Deus para instruir em justiça (1 Tm
4:11-16; 2 Tm 3:16-17) estão nas portas da cidade (Gen. 19:1-3; Rt.
4:1-12), eles estão a trabalhar para instruir, são dignos de dupla honra ( 1 Tm
5:17-19). Ainda são exemplos de fé... de fé..., não apenas de obras, mas de fé!
(Hb. 13:7). Você quer ser abençoado? Olhe para aquilo que se parece com Cristo
na vida das pessoas, não para as coisas reprováveis que elas possam vir a ter
ou ser, pois Deus nos ensina a atentarmos, olharmos para o sucesso, o êxito da
carreira dos anciãos e imitarmos a sua fé e não os seus erros ou fraquezas
(1Cor. 15:1-2 Gl. 6:1; 1 Ts 5:14)!
Livre-se do
farisaísmo! Abandone o pecado de julgar outrem (Mt. 7:1-5; 1 Cor. 4:1-5)! E
finalmente, aprenda a amar, pois o verdadeiro amor pode cobrir uma multidão de
pecados (1 Pe. 4:7-13; 1 Tm 1:5-11)! O
Evangelho de Cristo nos afirma que a obra do convencimento do Pecado, da
Justiça e do Juízo é do Espírito Santo de Deus (João 16:8-11)! Temos
muita gente se achando o tal porque não consegue pregar um Evangelho vivo. Se o
Evangelho pregado não libertar pessoas do pecado quem poderá libertar? Uma
reunião de membros para exclusão do pecador? Ou quem sabe uma disciplina de
seis meses afastando da comunhão e das atividades religiosas?
“Eu sou devedor, tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. De modo que, quanto está em mim,
estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma. Porque
não me envergonho do evangelho, pois
é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do
judeu, e também do grego. Porque no
evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está
escrito: Mas o justo viverá da fé. Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a
impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em
injustiça”. (Rom. 1: 14-18).
Que Deus tenha misericórdia de nós!
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