No mundo de hoje
podemos ver como esta frase tem envolvido a vida de todos os seres humanos, em
todas as classes sociais. Temos uma filosofia de que quanto mais nos
esforçarmos mais aumentaremos nossas possibilidades de trazer segurança e paz
aos nossos corações e lares.
Neste mundo
globalizado pela ganância de se ter muito para se sofrer menos, temos convivido
com os mais estúpidos métodos de enriquecimento. Desde casamentos forjados
pelos interesses gananciosos; a exploração desenfreada de seres humanos em
trabalhos árduos e penosos; até o convite cínico para se prosperar às custas do
evangelho, como se este fosse motivo de lucro para a vida de alguém (1 Tm.
6:3-8).
Toda esta rotina vem
se tornando um prato cheio para Satanás e seus demônios, que sutilmente vem
incutindo, no meio da congregação dos santos, esta mesma filosofia barata: A
cobiça dos olhos (alma), da carne (prazeres do corpo) e dos bens materiais! 1
João 2:15-17.
Contextualizando com
a referência em epígrafe, podemos observar o contraditório: Para se estabelecer
em glória e em poder em favor dos homens, Cristo se esvazia de toda sua glória e poder,
assumindo uma posição de homem pobre e desamparado (Is. 53), a fim de trazer a
toda humanidade a posição de ricos e consolados!
Mas o que vemos em
nosso dia a dia é sempre o mesmo desafio: “se tu és filho por que viver na
miséria? Pare de sofrer agora mesmo! Desça da cruz!”.
Não queremos
estabelecer que todo o Cristão deva ser pobre a fim de mendigar o pão como uma forma
de mostrar a sua piedade (Pv. 30:7-9), mas trazer uma reflexão a respeito de
quando estamos prosperando justa, sóbria e piamente.
Há de se analisar os
motivos que nos impedem ou nos favorecem para termos uma vida cercada de paz, a
fim de almejarmos as coisas que são eternas e não as temporais (2 Cor. 4:
16-18; Rm. 12:16).
Haja vista que os
conceitos de segurança, conforto e paz variam muito de pessoa a pessoa, não
podemos e nem queremos aqui estabelecer limites, mas tentamos buscar equilíbrio
entre estes padrões.
Sendo assim, podemos
agora mergulhar em alguns textos e comparamos alguns comportamentos que vem
trazendo a igreja uma falsa idéia de que o Cristão verdadeiro sempre prospera aos olhos humanos.
Olhamos para a vida
dos patriarcas e vemos como foram prósperos em tudo quanto fizeram, mas olhamos
para a vida de Paulo e vemos que toda a sua riqueza foi trocada por uma vida de
lutas e perseguições (Fil. 3: 7-8; 1 Cor. 4: 9-14), então como poderemos
padronizar conceitos bíblicos a respeito de prosperidade?
Na verdade o tempo de prosperar é dado conforme a
necessidade do crescimento do Reino e não segundo as nossas necessidades.
Aqui está a diferença
entre sermos ricos segundo o Reino de Deus ou segundo aos padrões deste mundo.
As perguntas sempre serão: quais os benefícios que a minha prosperidade vem trazendo para o Reino de Deus? Quais os
benefícios que a minha falta de
prosperidade vem trazendo para o Reino de Deus?
Não cabe aqui a
resposta de dízimos porque estes não falam de benefícios para o povo, mas falam
da fidelidade Deus para conosco. Então como podemos avaliar se estamos sendo
prósperos segundo o Reino de Deus ou segundo os nossos interesses?
Venho lutando com
Deus há muitos anos e buscando entender o que fazer para que haja uma vida de segurança,
conforto e prosperidade a minha volta utilizando para isto todas as promessas
bíblicas em meu favor, mas fui surpreendido por um texto de Filipenses 1:
29-30, que diz: “pois vos foi concedido,
por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora
ouvis que está em mim”. Então fui confrontado com esta promessa, o que me foi concedido e agora vejo, o padecer por amor a Cristo.
O que veio
imediatamente ao meu espírito foi a convicção de que a minha vida de
prosperidade está intimamente ligada ao de sofrer por amor a proclamação do
evangelho. Quando houver entrega total de nossas vidas em favor da proclamação
do evangelho será legítima a manifestação da prosperidade bíblica, mas do contrário,
esta não passará de pura vaidade humana e de interesses egoístas! (Tia. 4:
2-4).
Mas quando falamos de
entrega total alguns exemplos me vêm a mente: quando temos que suportar os
patrões ricos que exploram a submissão de seus empregados leais e fiéis a
empresa, a fim de vê-los um dia libertos da avareza; quando vemos cônjuges que
se privam de sua própria felicidade a fim de ganhar o outro para Cristo, muitas
vezes sofrendo o descaso e a humilhação; ou ainda, mais especificamente, os
missionários que deixam para trás toda uma vida para darem suas vidas a
proclamação do evangelho, ou aquele que aguarda no Senhor uma oportunidade para
falar a igreja daquilo que Deus tem lhe revelado, mas a desconfiança e a falta
de comunhão junto a liderança o impedem que venha a compartilhar daquilo que
Deus lhe está transmitindo, mas permanecendo e não dividindo!
Mas estes são apenas
alguns exemplos de uma grande soma de oportunidades para manifestarmos o Reino
de Deus e vermos nossa prosperidade acontecer de acordo com os planos do Senhor
(Is. 55:8-9).
Queremos então
avaliar honestamente qual tem sido a motivação que nos tem levado a presença do
grande El Shaddai a fim de buscarmos as promessas para nossa vida financeira.
Quero crer que há
dentro de cada cristão um grande amor altruísta que visa o próximo, seja ele quem for, para o alcançar com
o evangelho da salvação, não importando
com o preço que isto vai lhe custar, mas olhando para a cruz de Cristo e
comparando a sua cruz com a dEle (Hb. 12:2), vendo a sua frente a alegria que
lhe está proposta, a de ver mais uma pessoa alcançada pelo evangelho da Paz!
Esvaziar-se de tudo
que possa construir a nossa imagem (Is. 53:2-3) diante dos homens, afim de que
possamos alcança-los é o sentimento que houve em Cristo (Fl. 2:5-8) e que tem
fugido do nosso caráter cristão, pois ambicionamos mais as coisas de baixo do
que as que são de cima (Cl. 3:1-3), e hipocritamente, ainda dizemos que tudo é
para o Senhor. Buscar os interesses de Cristo tem sido menos importante do que
os nossos interesses pessoais.
Planos e projetos que
visam a construção de grandes arquiteturas e infra-estruturas são agora a
tônica para dizer que isto é crescimento do Reino, difícil de acreditar quando
vemos líderes nas manchetes de TV envolvidos em escândalos de evasão de
dólares; grupos musicais gospel que estão disputando o controle financeiro, e
para isto necessitam de contratos com o propósito de evitarem possíveis
“desacordos comerciais”, isto é a música gospel, acordos comerciais entre os
que cantam e os que dão “cobertura espiritual!” É possível encontrarmos o Reino
de Deus nisto? (Jo. 6:27).
Poderíamos citar aqui
um cem números de situações que dizem ser para o crescimento do Reino, mais na
verdade não passam de mais uma máscara para encobrir o amor ao dinheiro!
Na verdade se a
igreja encontra-se desta forma, e podemos partir da primícia que os discípulos
espelham em seus mestres, então teremos pregações, teremos lindos cânticos,
teremos dízimos, teremos ofertas, mas não teremos mais o temor de Deus!
Em 2 Pe. 2:13-20
encontramos uma advertência apostólica contra os falsos mestres, ao que
primeiramente entenderíamos aqueles que nos ensinam na pratica da verdade, mas
fizeram da Palavra de Deus como fez Balaão, o qual enviou mulheres midianitas
aos israelitas a fim de os envolver –seduzir - (fala de algo que desperta a
cobiça dos olhos) para os desviarem do propósito de Deus, trata-se de um
paralelo perfeito com aqueles que introduzem um meio termo (ensino) entre a
santidade de Deus e o mundo, transformando a igreja de Cristo em uma igreja
mundana onde não é mais possível distinguir o que é santo do que é profano!
Esta igreja está representada em Apocalipse 2:12-15 falando de homens que são
“fontes sem água” (Jo. 4:14), sem uma palavra que fale ao espírito e não a
alma, “névoas levadas por uma tempestade”, fala de movimentos que vem e só
fazem barulho, quando passam não se vê os frutos que permanecem para a
eternidade! (Jo.15:16)
É de se admirar que
sempre estamos advertindo aos nossos leitores a respeito das coisas que o
Espírito nos falaria nestes últimos dias, mas são poucos aqueles que conseguem
espiritualmente discernir entre o bem e o mal (1 Cor.2:12-15; Hb. 5:14); e
ainda, se deixam ser levados por toda a sorte de doutrina e cada vez mais
buscam conselhos com homens que lhes agradem a alma, o apetite do seu ventre (1
Tm. 4:1-5).
Terminamos com um
mandamento do Senhor Jesus Cristo: “Foi me dada toda a autoridade no céu e na
terra, portanto, ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai do Filho e
do Espírito Santo, ensinando-as a
observar todas as coisas que eu vos tenho mandado, e eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28:18-20).
Tudo o que você pedir ao Pai ele te concederá. Aplique
tudo o que você receber do Pai em favor deste mandamento e serás sábio (Pv.
11:30).
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