Estar na expectativa
de que algo bom está pra acontecer combina com sentimentos de euforia e alegria
pela manifestação do que se aguarda. Mas existe uma boa expectativa pré-anunciada
pelo Evangelho de Jesus, que aqueles que se declaram seus seguidores, tem sido
a antítese do que acabamos de postular.
“Porque a criação
aguarda com ardente expectativa a
revelação dos filhos de Deus... e não só
ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. (Rom 8: 19; 23).
Aqui Paulo está
afirmando que assim como a natureza está gemendo para ver a revelação dos
eleitos, dos Filhos de Deus, nós também gememos por este momento. Mas
percebemos que na realidade os sentimentos do povo de Deus quanto a este
momento é bem o contrário. Algumas vezes chegamos a pensar que a vida hoje está
boa e que amanhã poderá ficar melhor ainda se orarmos mais, se nos dedicarmos
mais as obras de Deus, se freqüentarmos mais os cultos, se dizimarmos com mais
fidelidade, enfim, existe por aí esta idéia, mensagem, pregação, ensino de
que as coisas vão melhorar.
Desculpem-me, mas que Evangelho vocês estão ouvindo? Para que “deus” vocês
oram, a qual Jesus você fazem suas declarações de amor?
Alguma coisa está
muito errada aqui. Vamos conferir?
Primeiro Jesus disse
que na Sua manifestação, algumas coisas seriam vistas, como se fossem alguns
sinais de que nossa redenção estaria próxima.
“Como
aconteceu nos dias de Noé, assim também será nos
dias do Filho do homem. Comiam, /
bebiam, / casavam / e davam-se
em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os
destruiu a todos. Como também da mesma forma aconteceu
nos dias de Ló: comiam, /
bebiam, / compravam, / vendiam, / plantavam e edificavam /; mas no dia
em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos; assim será no dia em que o Filho do
homem se há de manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado, tendo
os seus bens em casa, não desça para tirá-los; e, da mesma sorte, o que estiver
no campo, não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Qualquer que
procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, conservá-la-á.
Digo-vos: Naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será
deixado. Duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e a outra será
deixada. [Dois homens estarão no campo; um será tomado, e o outro será
deixado.] Perguntaram-lhe: Onde, Senhor? E respondeu-lhes: Onde estiver o
corpo, aí se ajuntarão também os abutres”. (Luc. 17: 26-37)
Quero aproveitar este pequeno texto de
Lucas, mas poderia usar outros textos de Paulo, de Pedro e de João em
Apocalipse, porém aqui em Lucas há uma riqueza de revelação que não poderíamos
deixar de compartilhar com os amados irmãos.
Assim como aconteceu... nos dias de
Noé e nos dias de Ló. Assim Jesus faz a comparação com a manifestação do Filho
do homem. Ele não usa a palavra parousia (vinda) neste texto, apenas faz uso da
palavra manifestação, portanto fala de Reino de Deus que se manifesta através
do Filho conforme Jesus faz referência no início do texto vs. 20 e 21.
Há dois momentos na história do homem
em que ele recebe a intervenção do juízo de Deus, ou chamado dia da ira de
Deus. No primeiro este juízo vem em forma de dilúvio e quase toda ração humana
é exterminada com exceção de Noé e sua família. Esta intervenção é de
proporções mundiais. A segunda é nos dias de Ló em forma de fogo e de
proporções localizadas, em apenas algumas regiões. A cerca disto Pedro escreve:
“e
dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram,
todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Pois eles de
propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade
existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma
palavra, têm sido guardados para o
fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens
ímpios”. (2 Pe. 3: 4-7).
Portanto, o que Jesus está dizendo é a
respeito de como está o mundo quando Ele se manifesta. Porém a manifestação do
Reino é seguida de um juízo de Deus. Nos dias de Noé, Pedro nos diz que Noé
pregava a justiça. Noé pregava o evangelho em seus dias. Mas como era esta
pregação? Se Deus estava querendo exterminar o homem por causa da sua maldade
que havia se multiplicado (Gen. 6: 5-7), o que Noé pregava que expressava o Evangelho
na terra? Sabemos que a justiça de Deus sobre o pecado foi manifestada pela
primeira vez no Éden quando o próprio Senhor Deus matou um animal para expiar o
pecado de Adão e Eva, e os vestiu com as vestes daquele animal. Em decorrência
disto, os Filhos de Deus, como eram chamados aqueles que tinham o sacrifício de
animais como uma representação da reconciliação com Deus, e que por meio de
justiça (sangue derramado), satisfaziam a Deus através de uma morte
substitutiva. Cumpria-se assim o mandamento de que o pecado recebe a justa
punição com a morte, ou seja, a alma que peca esta morrerá; assim este
conhecimento foi passando de pai para filho. Adão passou a seus filhos, mas nem
todos seguiram. Os filhos de Sete passaram a seus filhos e assim por diante até
que ninguém mais oferecia a justiça de Deus sobre o pecado, a não ser Noé! Por
isso Noé agradou ao Senhor quando o dilúvio foi predito. Ele era o único homem na terra que
acreditava no Sangue expiatório do pecado. Foi preservado com vida por meio da
sua pregação e fé!
Chamamos a atenção para três verbos
que Jesus usa para dizer a cerca do tempo de Noé: comer, beber e casar. O que
se fazia naquele tempo eram apenas três coisas.
Olhando para o exemplo de Ló,
encontramos algumas semelhanças fortes. Ló vivia em uma das cidades que eram
conhecidas por serem altamente promíscuas. A perversidade de Sodoma e de
Gomorra haviam se multiplicado em demasia, ao ponto, dos homens daquela cidade
quererem manter relações sexuais com os homens que foram resgatar a Ló antes
que o Senhor enviasse o seu juízo.
“Entretanto,
Ló insistiu muito com eles,
pelo que foram com ele e entraram em
sua casa; e ele lhes deu um
banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram. Mas antes que se
deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens de Sodoma,
tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e, chamando
a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que entraram esta noite em tua
casa? Traze-os cá fora a nós, para que os conheçamos. Então Ló saiu-lhes à
porta, fechando-a atrás de si, e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais
tão perversamente; eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram varão;
eu vo-las trarei para fora, e lhes fareis como bem vos parecer: somente nada
façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu telhado. Eles,
porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse
indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora te faremos mais mal a ti do que a
eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é, sobre Ló, e
aproximavam-se para arrombar a porta. Aqueles homens, porém, estendendo as
mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa, e fecharam a porta”; (Gen. 19:
3-10).
Vemos aqui uma revelação tremenda. A
atitude de Ló para com os homens que estavam lhe visitando foi de puro amor. No
capítulo 18: 20-21 de Gênises, Deus diz que subia aos céus um clamor e um
agravo de pecado, quando então Ele diz: descerei agora e verei se em tudo
tem praticado segundo o seu clamor e segundo os seus agravos de pecados. Havia
alguém que clamava a Deus; havia também quem manifestasse o pecado. Deus desceu
até Sodoma e Gomorra para ver quem clamava e quem estava manifestando o pecado.
A cerca dos dias de Ló, Jesus usa seis
verbos: comer, beber, comprar, vender, plantar e edificar. Três a mais que nos
dias de Nóe, e não faz referência ao verbo casar, porque Sodoma e Gomorra eram
conhecidas pelas perversidades sexuais, de forma que nem casavam, nem se davam
em casamento, mas relacionavam-se de todas as formas que hoje nós sabemos que
são praticadas com as mesmas características.
Os verbos comprar e vender, falam de
um tempo apocalíptico em que João relata a presença de um sistema financeiro na
terra, que ele o chama de a Besta, que exige a marca ou um sinal na mão direita
ou na testa de todos que quiserem viver naquele tempo (Ap. 13:16-18).
Os verbos plantar e edificar, fala da
grande problemática que segue a todas as nações, que querem acreditar que
existe um planeta sustentável a ser povoado e conquistado.
Finalmente, tanto Noé, como Ló, eram
pregadores da justiça. Noé a fazia com o sacrifício de animais e Ló com o
sacrifício da sua própria vida (Rom. 12:1). Vemos o antigo e o novo testamento
sendo representado aqui. Mas se eram apenas eles que pregavam a justiça quando
Deus se manifestou em juízo, como será então no dia da manifestação do Filho do
homem? Achará porventura fé na terra?
No tempo de Ló quase o mataram, quando ele com sua vida simboliza uma
pregação de juízo para aqueles que permaneciam no prazer da carne. E hoje,
estamos sofrendo a mesma repulsa dos homens? Será que Deus vê (eu escrevi o verbo ver
e não ouvir) o nosso clamor diante
do pecado que abundantemente tem se manifestado na terra? Não é o que eu falo
aos homens, e sim o que eu estou fazendo
a esses homens na Terra?
“Mas
vós, irmãos, não
estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda; porque todos vós sois filhos da
luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas; não durmamos, pois,
como os demais, antes vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem
de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite; mas nós, porque somos
do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete
a esperança da salvação; porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por
nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer
durmamos, vivamos juntamente com ele”.
Surpresa... Cheguei! Que o Senhor não
se surpreenda com a Sua igreja, nem a sua igreja seja surpreendida na
manifestação do Reino de Deus.
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