terça-feira, 3 de setembro de 2013

UM REINO QUE ESTABELECE AUTORIDADE

“... pois eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz. (Mt. 8:9)”.

Estamos vivendo em dias, que se fossemos levar este versículo ao pé da letra, como homens e mulheres de Deus que também andam segundo um princípio de governo, poderíamos nos decepcionar com nós mesmos! É neste momento que entendo o que é Graça. Viver segundo a Graça de Deus é saber que Deus não nos redimiu a fim de vivermos em baixo de um governo ditador ou de opressão, mas o de sermos livres para melhor servir ao nosso Rei Jesus! O fato é que Jesus nos libertou com dois propósitos: o de salvação (Ele é o nosso Salvador) e de O servimos (Ele é o nosso Senhor) dentro de um Reino eterno (Rom 10:9-10). Libertos para viver e servir! Em resumo é isto que fomos feitos, filhos herdeiros (Jo 1:12), com propósitos de governo!
Meditando no texto acima passo a questionar algumas coisas como p. ex. o que ocasionou aquela enfermidade no servo do centurião? Por quê não ocorreu o contrário, o servo buscar ajuda enquanto o seu senhor ficava moribundo em casa?
Quero traçar os perfis de dois homens, procurando o máximo de contextualidade e identificar possíveis causas de paralisias que nos impedem de sermos livres e de servimos o Reino de Deus!
O exemplo para o homem e para a mulher a ser seguido, que vivem segundo um governo de Deus, vem do nosso irmão “o centurião”. Eu vejo neste homem algumas características que moveram Jesus a declarar que não viu em ninguém de Israel maior atitude de fé do que a daquele homem!
Como este homem impressionou Jesus? Ele fez isto e eu quero descobrir e aprender com este meu irmão centurião como impressionar Jesus!
Um centurião era um soldado romano que tinha sob o seu comando uma centena de homens. Vemos pelos relatos de Lucas que este homem tinha muitos amigos e estes o tinham em grande estima. Alguns centuriões no NT gozavam de características dignas (At. 10:2; 23:17-18; 27:43), mas este era diferente, ele impressionou Jesus! Outra informação que o texto de Lucas nos traz é que ele não era judeu, mas um gentio, e apesar disto ele tinha um grande apreço pela nação judaica, a ponto de levantar, com recursos próprios, uma sinagoga para eles. Então eu encontro as primeiras obras deste centurião:
Ele acreditava no Deus dos judeus;
Tinha amor pela obra deles;
Conquistou a consideração de um grupo seleto altamente respeitado na comunidade judaica.
Então eu quero me espelhar neste homem, praticando uma fé só de ouvir falar de um Deus forte e poderoso; quero amar o povo que fala deste Deus e quero investir o meu dinheiro naquilo que faz este Deus se lembrar de mim: a Sua obra na terra! Estas três características seriam suficientes para eu me dedicar mais ao meu Deus, mas vamos mais além.
Eu vejo este homem com uma grande noção de governo. Ele diz que como soldado está sujeito a uma autoridade; ele tem disciplina, ele é governável, ele tem submissão aos seus líderes e como líder também sabe executar perfeitamente uma ordem superior. Mas uma coisa me chamou mais atenção neste soldado: ele tinha muitos amigos que eram além da farda!
Já o servo paralítico, quase a morte, era um homem abençoado; era mais do que um criado ou possível escravo, ele tinha um verdadeiro amigo que o socorreu num momento de dor. Normalmente os soldados não têm este vínculo de amizades, pois a farda os deixa isolados e eles acabam se resumindo aos seus próprios amigos de quartel. Talvez este tenha sido um dos motivos que impressionou Jesus, pois o mestre também tinha muitos amigos fora da sua religião (Mt.9:9-13), embora estas amizades não serem bem vista pelo seus concidadãos, Jesus não se deixava persuadir, procurava sempre estar com eles!
É bem provável, que por causa desta forma de se relacionar, este centurião desenvolveu outra coisa que atraiu Jesus: a compaixão pelas almas (Jo 15:13). A preocupação com o seu servo o levou a mover todos os seus recursos de relacionamento e de tempo para trazer uma cura para ele. O texto de Mateus dá a entender que foi o próprio centurião que foi até Jesus, o de Lucas diz que ele enviou uma comitiva de amigos judeus para que o ajudassem no seu pedido ao Mestre, isto só nos demonstra que o nosso tempo (txt de Lc.) e recursos (txt de Mt.) devem ser dedicados a algo maior do que nós: o Reino de Deus!
Seguindo esta linha de pensamentos, para tirar de Jesus um comentário que ficou registrado em pelo menos em dois dos quatro evangelhos, vemos uma atitude de um grande homem: sua humildade apesar de sua posição! Ele diz: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado. Isto demonstra duas coisas:
1-Um homem com ciência de sua posição de pecador, pois todos os gentios assim eram vistos pelos judeus;
2-Um homem desprendido das suas posses, pois como soldado romano graduado (Centurião) ele deveria ter uma ótima casa, mas ao contrario de status preferiu a simplicidade.
Finalmente, tentando encontrar todas as características que levaram este homem a obter não somente a admiração do Mestre, mas também seu poder de curar, vemos a sua fé. Temos que apreender com este nosso irmão centurião a tirar frases admiradoras do coração do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e com certeza encontraremos o coração de Deus disposto a nos responder em nossas orações.
Mas vamos nos voltar para o perfil do servo, aquele criado que estava paralítico e horrivelmente atormentado esperando por um milagre. Na verdade eu me pareço muito com ele quando percebo, que pelo fato de estarmos na posição de servo do Senhor Jesus Cristo, me vejo ocupando o tempo que tenho livre, excetuando a família, a igreja e o trabalho, dedicando-o ao emprego de coisas que não visam o “servir a Deus!” É nessas horas que as paralisias e tormentas começam a tomar conta da minha vida, da minha família, casa e do meu trabalho!
Há um conceito errado de que fazer algo em meu próprio benefício é agradar a Deus, porque “Deus” quer que eu seja plenamente realizado, e bem feliz e bem sucedido, e na verdade foi para isto que fomos criados; mas quando a palavra de Deus nos diz que não devemos nos moldar ao conceito deste mundo, (no que diz respeito ao o que é realizações pessoais), mas que apresentemos os nossos corpos como sacrifício vivo santo e agradável a Deus (Rom. 12:1); aí, algumas vezes, acabo percebendo que esta palavra sacrifício não está dentro do meu contexto de vida, ao contrário, ela ficou como sendo aquilo que me dá prazer, emoção e satisfação!
Não é de se admirar que neste momento, muitos cristãos estão fugindo de situações de perseguições e tribulações por acreditarem que Deus não quer que eles vivam debaixo delas. Chegam a pensar que o evangelho de Cristo é o tempo todo alegria e paz “externa”. Dizem em seus corações: Eu sou amado do Pai, por isso não preciso passar por esta ou aquela situação! Ou não preciso suportar isto ou aquilo! É triste ver cristão de hoje fugindo daquilo que Paulo tantas vezes orientou: 2 Cor. 4: 8-15 ; Fl.1: 27-30; 1Tess.1:2-10 em continuidade com 2Tess 1:3-12.
O fato é que morrer para nossa carne está se tornando algo cada vez menos eficaz. Buscamos a paz interna e externa ou mesmo tempo, sendo que Jesus só nos garantiu uma a Paz que vem do alto (Jo. 14:23,27; Mt. 10:33-39) sempre estará dentro de nós!
É mais ou menos o seguinte: Eu deveria sentir prazer, emoção e satisfação quando oro, jejuo, medito 3 horas por dia na Palavra de Deus, visito os órfãos e as viúvas nas suas aflições, visito os enfermos e os presos e guardo-me isento da corrupção do mundo (Tia. 1:27); ou ainda, “que não receba cem vezes tanto já neste mundo, em casas, e irmãos e irmãs, e mães e filhos e campos, com perseguições, e no mundo vindouro a vida eterna (Mc. 10:26, 30)”; mas ao contrário, eu sinto prazer, emoção e satisfação quando vou ao passeio, a academia, ao bate-papo com os amigos e ainda dedico algumas horas do meu tempo livre a televisão, filmes... Queridos, não há nenhum pecado em fazer estas coisas, mesmo o Senhor Jesus estimava pessoas e as encontrava em vários lugares a fim de lhes mostrar o reino de Deus, mas há uma falta de governo em nossas vidas quando eu dedico um tempo maior da minha vida para fazer estas coisas ao invés daquelas!
Em algumas pessoas a condição de enfermo é causada por elas mesmas. Então, esperam alguém, como este centurião, possa rogar ao Pai para que Ele venha levantar-lhe do leito da enfermidade causada pela sua própria “comodidade”. Não tenho dúvidas que o Senhor possa lhes reerguer, mas quero crer, assim como na parábola da figueira estéril (Lc. 13:6-9), o Senhor foi compassivo e longânimo, mas deixou estabelecido um tempo para que possamos produzir, através das nossas vidas e recursos, algo para o Reino de Deus!

Amados, o sermos governáveis (não o que eu quero, mas o que meu Pai quer) nos torna homens e mulheres que impressionam a Jesus! E você, impressiona Jesus?

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